Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > CULTURA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
20/07/2016 às 7:48 • Atualizada em 20/07/2016 às 11:54 - há XX semanas | Autor: Gabriel Serravale

CULTURA

Músicos discutem sobrevivência da música erudita na Bahia

Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba)
Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) -

Não é novidade a situação difícil pela qual a maioria das orquestras sinfônicas do país vêm passando. Diminuição de verba, protestos e falta de profissionais vêm fazendo parte da vida de muitas delas.

A urgência de uma solução para esta realidade é tão evidente que, inclusive, será motivo de um debate que vai reunir os maestros Carlos Prazeres (Orquestra Sinfônica da Bahia - Osba) e Ricardo Castro (Neojiba), na próxima segunda-feira, 25, na Sala Alexandre Robatto, durante o lançamento do novo episódio da websérie Gestão Cultural Mundo Afora.

A TARDE aproveita para também trazer a discussão sobre a sustentabilidade das orquestras sinfônicas, mostrando as dificuldades, soluções e o cenário na Bahia.

Principais problemas

Para conseguir sobreviver, uma orquestra precisa superar uma série de obstáculos. Um dos que mais atrapalham, segundo o maestro Ricardo Castro, é o não prosseguimento de algumas políticas públicas culturais. "A cultura no Brasil depende muito das políticas governamentais, que por sua vez sofrem descontinuidade. Para mim, este é o principal problema", opina.

Outro contratempo enfrentado por muitas orquestras é a diminuição ou corte da verba pública destinada a elas, principalmente no momento de crise econômica. Com isso, falta dinheiro para bancar toda a estrutura necessária para o corpo orquestral.

Esta, inclusive, é uma realidade que vem atingindo instituições sinfônicas em várias partes do mundo. "Apesar das diferenças de contexto e de locais, a gente percebe que os desafios são muito similares. As orquestras do Reino Unido, por exemplo, também estão sofrendo com cortes orçamentários do poder público", explica Beth Ponte, diretora institucional do Programa Neojiba, e que dirige a websérie ao lado da produtora cultural Daniele Canedo.

Crise na Osba

Neste cenário de dificuldades e obstáculos, a Orquestra Sinfônica da Bahia vive o que o maestro Carlos Prazeres considera "o momento mais crítico do corpo orquestral da Osba nos seus 33 anos de história". Segundo ele, o principal problema enfrentado pela instituição é a falta de músicos. Atualmente, o corpo orquestral é composto por 45 instrumentistas, quando o ideal seria no mínimo 80.

A falta de verba também tem atrapalhado os planos da Osba. "Falta dinheiro para temporada. Hoje o nosso saldo é zero. Assim, temos dificuldade para alugar o material de partituras e para comprar novos instrumentos e material de trabalho", observa o maestro e diretor da orquestra reconhecida por ter acompanhado nomes como Luciano Pavarotti e Montserrat Caballé.

Possíveis soluções

Para superar essas dificuldades, Carlos Prazeres explica que a Osba precisa da liberdade para a captação de outros recursos além da verba pública. Para ele, a melhor solução para isso seria a publicização da orquestra. Neste processo, a instituição não ficaria desvinculada do governo, mas abriria espaço para participação privada.

"Não seria uma privatização. O governo pegaria o aporte financeiro e enviaria para uma organização social que seria licitada para administrar a orquestra. E a gente teria uma série de liberdades que hoje a gente não tem em relação à captação de recursos", diz Carlos Prazeres.

O processo de publicização vem sendo adotado por grandes orquestras brasileiras, como é o caso da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp) e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Na Bahia, o Neojiba (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) já foi publicizado.

"O Neojiba foi publicizado em 2009. Acredito que foi o que nos deu alguma sustentação para continuarmos crescendo no momento de crise. No Brasil atual, é o único modelo que nos permite alguma sustentabilidade", salienta o maestro Ricardo Castro.

Para que o processo de publicização da Osba seja concretizado, depende da decisão do poder público. O maestro Carlos Prazeres já vem dialogando com o secretário de Cultura do Estado, Jorge Portugal, e aguarda uma definição. "As últimas reuniões com o secretário foram muito positivas e estou muito confiante no bom senso. Não vejo porque não partir para esse novo quadro da Osba", comenta.

De acordo com a assessoria da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), o secretário Jorge Portugal se reuniu ontem à tarde com o governador Rui Costa para tratar das demandas da Osba. Até o fechamento desta edição não houve resposta sobre o resultado do encontro.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Repórter cidadão

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Publicações Relacionadas

A tarde play
Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba)
Play

10 anos de 'Bilu Bilu': conheça história não contada do hit de Pablo

Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba)
Play

Jorge Vercillo recebe título de cidadão soteropolitano de Ivete

Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba)
Play

Movimento cultural que chicoteia pessoas divide opiniões na web; vídeo

Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba)
Play

É hoje! Conheça as 15 finalistas à Deusa do Ébano

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA POLÍTICA