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CULTURA

Nomes engraçadinhos e curiosos chamam a atenção na escolha do prato

Por Liana Rocha | A TARDE

06/02/2009 - 20:17 h | Atualizada em 06/02/2009 - 20:49

>> Confira receitas de uma gastrônomia criativa

Se, como já nos conta o Gênesis, Deus criou o mundo a partir da palavra, não serão os gastrônomos que dispensarão o grande poder do verbo. Afinal, é bem ali, nos cardápios, que a lista de delícias se revela, com direito a nome e sobrenome.

Os mais criativos não só despertam a curiosidade, como tentam as papilas gustativas. No Póstudo (Rio Vermelho), por exemplo, dá para se beber um copo de cólera (roska) ou saborear a revolução dos bichos (carne-de-fumeiro acebolada) e submergir na mais gostosa literatura.

O proprietário, André Ferrero, explica que o restaurante – que nasceu há mais de uma década como filial do famoso Extudo (que continua firme e forte também no Rio Vermelho) – foi pensado para abrigar também uma livraria e veio daí a inspiração.

Literatura – Apesar da livraria nunca ter saído do papel, Dulce Ferrero (mãe de André), o marido dela na época, o escritor Antônio Risério, e o sócio Getúlio, capricharam nas referências literárias que fazem a festa de quem abre o cardápio.

Daí ser possível desfrutar de uma felicidade clandestina (filé ao molho madeira) ou um decamarão à bocaccio (veja receita ao lado), folheando apenas a carta em forma de P.

O estilo agrada até a membros da Academia Brasileira de Letras. O escritor João Ubaldo Ribeiro já saiu de lá com vários Ps debaixo do braço. “Ele gostou de termos homenageado seu livro e pediu para levar uns cardápios para ele e os amigos”, lembra André, frisando que o viva o polvo brasileiro (polvo à vinagrete) é um dos pratos campeões do local.

Na galeteria Bon Poulê (Shopping Iguatemi) é também um nome inusitado que está promovendo uma novidade deliciosa. O sanduíche buraco quente tem mexido com a curiosidade e o senso de humor da clientela.

“A gente não acha que tem conotação negativa. O que percebemos é a brincadeira, o tom malicioso”, diverte-se a proprietária da galeteria, Roberta Szporer.

A criação da chef Renata Braune vem num irresistível pão cacetinho, do qual é retirado todo o miolo. O oco é recheado – “até transbordar”, como frisa Roberta – com suculentas carnes assadas e desfiadas, banhadas com molho quente e queijo fundido como toque final.

“O cliente é seu próprio chef, porque ele escolhe o tipo de carne (frango, porco, vitela) e o molho. Aqui na Bahia não tem nada igual”, garante ela.

Baianidade – É a singularidade baiana que dá o toque no cardápio do restaurante Sophia (Corredor da Vitória). Dentro das suas charmosas páginas com ar de Belle époque, desfilam os bairros e pontos da região, nomes da década de 40, sobrenomes de famílias tradicionais e várias personalidades.

“A gente queria que fosse uma cozinha contemporânea, trazendo um pouco do tradicional, e inovando com os temperos. E que isso se refletisse na carta”, aponta a sócia-proprietária Milla Tironi.

A ideia foi levada a uma agência de publicidade, que ajudou na criação do cardápio. Os pratos foram batizados pelos sócios.

Assim, os pratos viram bairros, como o canela (veja receita ao lado), as saladas ganham o nome de famílias baianas, como a mangabeira (salada morna de bacalhau com inhame), os sanduíches viram respeitáveis senhores, como o basílio (hambúrguer de picanha no pão de centeio, com molho barbecue) e as sobremesas podem vir em versão masculina, como villa-lobos (torta búlgara com creme inglês) ou feminina, como joana angélica (crepe recheado de doce de leite, com sorvete de creme).

Criatividade – Deixar a imaginação correr solta na hora de criar os nomes para um cardápio, com certeza, ajuda a despertar o interesse da clientela. Mas o fundamental é não decepcionar quando o prato chega à mesa.

O instrutor de hotelaria do Senac Uelcimar Santos, que ensina a matéria elaboração e montagem de cardápios, reforça a importância da identidade. “Tem que ter uma fundamentação. O atrativo é que haja uma ligação entre a iguaria e o nome, que se siga a linha do restaurante”. Palavra de mestre.

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