HOMENAGEM
Nova estátua de Mãe Stella de Oxóssi será inaugurada em 9 de agosto
Réplica substituirá a estátua original, incendiada criminosamente em dezembro de 2022
Por Lula Bonfim e Matheus Calmon
O prefeito Bruno Reis (União Brasil), de Salvador, confirmou para a próxima terça-feira, 25, a inauguração da nova estátua da ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, réplica da que foi incendiada criminosamente em dezembro de 2022 nas proximidades da Avenida Paralela. A revelação foi feita em entrevista exclusiva do gestor municipal ao portal A TARDE.
Posteriormente, a assessoria da prefeitura de Salvador retificou a informação, ressaltando que a estátua será inaugurada no dia 9 de agosto.
A homenagem à ialorixá, antiga líder religiosa do tradicional terreiro de candomblé iorubá Ilê Axé Opô Afonjá, ficava logo abaixo da estátua ainda maior de Oxóssi, que se localiza na entrada da Avenida Mãe Stella de Oxóssi, que liga a Paralela ao bairro de Stella Maris.
A estátua original de Mãe Stella, de autoria do artista plástico Tatti Moreno, foi incendiada na madrugada de 4 de dezembro de 2022, dia em que candomblecistas festejam a orixá Oyá. O ato foi interpretado como resultado de intolerância religiosa direcionada aos cultos de matrizes africanas, como é o candomblé.
Na época, a prefeitura decidiu pela retirada do que sobrou da estátua, mantendo apenas a escultura de Oxóssi na entrada da avenida até que uma réplica ficasse pronta para substituir a obra de arte original.
Nesta quarta, Bruno Reis confirmou que a réplica se encontra pronta para ser instalada e um evento de inauguração será marcado para coincidir com o início da Flipelô (Feira Literária do Pelourinho), que homenageará a ialorixá na edição de 2023.
"O monumento vai ser reentregue à população, inteiramente restaurado. Autoria de Tatti Moreno em homenagem à Mãe Stella. Como ela é a homenageada, estamos dando o ponta pé inicio da festa lá no monumento", disse ao A TARDE a diretora da Fundação Casa de Jorge Amado, Ângela Fraga Buarque de Sá.
Mãe Stella foi a quinta ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá — considerado o segundo terreiro de candomblé mais antigo do Brasil — e foi reconhecida como uma das maiores líderes religiosas do Brasil, devido à sua atuação nos bastidores da política em defesa das religiões afro-brasileiras e também na literatura, sendo integrante da Academia Baiana de Letras.
A líder religiosa morreu em 27 de dezembro de 2018, aos 93 anos de idade, recebendo diversas homenagens em todo o Brasil.
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