EXCLUSIVO
"O cinema brasileiro não vai morrer tão cedo", brada filha de Glauber
Paloma Rocha fez participação especial durante homenagem ao cineasta na noite de quinta
Por Artur Soares
O baiano Glauber Rocha foi um dos nomes mais importantes da história do cinema brasileiro, e em comemoração ao dia de nascimento do diretor, o 'Festival Panorama Internacional Coisa de Cinema', que abriu a programação nesta quinta-feira, 14, decidiu prestar uma homenagem mais do que especial. Cinema que sedia a mostra e leva o nome do cineasta, o Cine Glauber Rocha foi palco para exibição de "Barravento", o primeiro longa produzido por ele.
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"É um filme extremamente revolucionário. Fala sobre a questão do racismo de maneira muito objetiva", disse Paloma Rocha, uma das filhas de Glauber, em entrevista exclusiva ao Cineinsite A TARDE.
Convidada a debater o legado do pai, ela celebrou a importância da homenagem a ele. "É um sentimento de prosperidade. Eu penso que o cinema brasileiro não vai morrer tão cedo, apesar de tantas dificuldades que a gente passa", completou.
Ao assistir a produção do pai outra vez no cinema, Paloma afirma ter conseguido perceber novas coisas sobre a obra. Questionada sobre como Glauber avaliaria a produção audiovisual atual, ela afirmou que, naquela época, o cinema era feito de uma forma diferente. "O mundo de hoje não tem nada a ver com ele, são outras preocupações. O cinema hoje em dia está servindo a uma série de coisas, ao mercado, as exigências, as questões políticas. A obra mesmo chega por último", contou.
Sendo atualmente a grande responsável pela preservação e digitalização das obras de Glauber Rocha, Paloma aproveitou para exaltar a eficiência dos profissionais brasileiros. "É um prazer enorme poder contar com profissionais de tanta qualidade técnica. Sair desse processo colonialista de achar que tudo precisa fazer lá fora", pontuou.
Ela, que também segue a carreira de diretora e produtora, conta que, apesar do que alguns possam pensar, ela não sente nenhuma pressão no âmbito profissional por ser filha do renomado diretor. "Eu não tenho problema em ser filha do Glauber, até porque isso foi resolvido dentro do próprio contexto da minha história", concluiu.
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