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CULTURA

O peso da comida e a leveza do lugar

Por Ceci Alves, do A Tarde

19/02/2009 - 20:25 h



Todos sentados, à beira-mar, tomando uma cervejinha e de olho no relógio. São quase 21 horas e nada de Dona Ana chegar na kombi e trazer com ela os panelões fumegantes e cheirosos com a comida recém-preparada, no estilo em que se notabilizou: o pesado, do hard food, como feijoadas, rabadas, sarapatéis e afins.



São 21h10 e finalmente desponta o veículo que deu fama a Ana Maria dos Santos, 51 anos. Alvoroço no prosaico bar, quase acidental, com as cadeiras se espalhando pela área onde, durante o dia, funciona uma marmoaria. “Pronto, chegou minha mãe!”, brada, feliz, Bebeto X-Tudo, músico e habitué do restaurante Kombi 24 horas, em Amaralina.



Depois de arrumar as panelas na apertada cozinha, Dona Ana, mexendo num caldeirão e noutro, começa a contar a história do restaurante que se confunde com a trajetória da comida pesada em Salvador. Culinária que tem várias moradas na cidade, além da Kombi, como, por exemplo, o Feijão Amado, restaurante novo no já sortido bairro do Rio Vermelho.



Jornalistas – O negócio de Dona Ana surgiu, de fato, dentro de uma kombi, na qual ela e o marido trabalhavam para garantir seu sustento: “Foi a necessidade que me fez vender comida na kombi”, confidencia Ana. Na época, há quase 24 anos, ela e o marido não tinham dinheiro nem para pagar aluguel. “Meu marido trocou o barraquinho que tinha na invasão por uma kombi velha e fomos vender comida para sobreviver”, conta.



A kombi cresceu e virou a conhecida Kombi 4 Rodas, batizada assim por uma turma de jornalistas frequentadores. “Perdemos contato”, lamenta. “Passei trabalhando na Pituba 13 anos e meio. Há dez anos, o prefeito achou que devia tirar a gente da rua. Foram três meses procurando um ponto para estar aqui”.



E a estrela do restaurante é a feijoada: “Enquanto tiver o feijão, todos o pedem. Quando acaba, por volta das 2, 3 da manhã, começam a sair os outros pratos, como a rabada, o sarapatel, a dobradinha...”, afirma a anfitriã. E vem gente de todo lugar comer as outras iguarias, como Alan Santiago, que foi pela maniçoba.



“Tava com desejo e acho que é uma comida difícil de fazer e de encontrar. E a gente (estava na mesa com mais duas pessoas) é do Recôncavo, sabe o que é uma maniçoba boa. E essa está uma delícia”.



Amado – Saindo de Amaralina, pela orla, o destino é o Feijão Amado, restaurante arrendado na cobertura do prédio que pertence à paróquia do Rio Vermelho, com uma vista panorâmica de 180° para o Largo da Mariquita. Ali, a feijoada de feijão preto, que está entre o rol dos melhores da cidade, só sai às sextas-feiras – já com bastante concorrência.



“Eu sou do feijão, que é comida de verdade. Cada feijão tem seu tempero. E o daqui é muito bom”, atesta a funcionária pública Cátia Carvalho, ajudada pela amiga de mesa, a comerciária Dayse Rêgo: “Se eu pudesse, comia de mão”.



Mas não foi só a comida que levou a turma de amigos a estar ali. Bar frequentado, principalmente, por artistas e profissionais liberais, o Feijão Amado atrai pela localização e pela “fresca” que bate por sua altura e proximidade com o mar. “É a primeira vez que estou vindo e me apaixonei!”, exultou a cabeleireira e maquiadora Tanucha Taylor. “O astral é muito bom e essa brisa gostosa vai me fazer voltar”.

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