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LITERATURA

Ordep Serra lança livro de poesias inéditas em Salvador

Professor tem mais de 30 publicações no currículo

Por Eugênio Afonso

02/05/2025 - 6:00 h
Ordep Serra
Ordep Serra -

‘Encontrei no jardim a moça nua que tinha fugido do manicômio. Era bonita, de expressão suave, barriga de nove meses. Chamou-me de filho querido. Contou-me que estava prenhe de todos os homens do mundo’.

Nomeado de Eva, este é um dos poemas que compõem o mais novo livro do antropólogo, professor e escritor baiano Ordep Serra, 82. Paixões da infância, festas populares, política, sensualidade, mistérios humanos e divinos são alguns dos temas que recheiam as páginas da publicação.

A um pássaro de mim (Villa Olívia) tem noite de autógrafos, amanhã, às 15h, na Cervejaria ArtMalte (Rio Vermelho). O escritor diz que o objetivo do livro é convidar o leitor a aventurar-se com ele no jogo da poesia, que tem em si mesmo seu propósito.

“Este livro se revelou aos poucos. As margens de seu corpo flutuante demoraram a definir-se. Porém o mapa ainda pode mudar, ao sabor da navegação dos leitores. A poesia sempre transborda”, poetiza Serra.

Na obra, Ordep lança um olhar de exaltação à vida, revisitando não somente seu percurso íntimo, mas também fincando os pés no tempo presente com o intuito de pensar seu lugar e sua condição de viajante no mundo.

São 80 textos distribuídos em 84 páginas. Para o autor, uma verdadeira experiência metafísica, que se apresenta necessariamente inconclusa, e só possível mediante a poesia.

“Os poemas que agora dou a público são inéditos. Só um deles foi dado a público através de um vídeo em que Marcelo Frazão, meu amigo e meu editor, filmou-me a recitá-lo. O vídeo circulou um pouco entre amigos, nas redes sociais”, conta o autor.

Urgência poética

Ordep relata ainda que os temas explorados em A um pássaro de mim foram os que o assaltaram no meio do caminho conducente ao livro, embora ele não soubesse exatamente que caminho era esse, nem onde iria dar.

Para ele, o leitor deve deparar-se com uma busca que não para nunca. “O que me move a escrever poemas é uma insaciável necessidade de poesia, uma gana incessante. Só isso. Ou isso tudo”.

E acrescenta, “sou criatura deste livro, na medida em que ele me expõe, ou melhor, me lê. Espero que os olhos dos leitores completem a criatura ainda em esboço”.

E embora esteja sempre a escrever poemas, o professor confessa que eles costumam hibernar um pouco antes de rechearem as páginas de um livro.

“Em geral, eu os faço dormir por um bom tempo. Alguns resistem ao sono, nascem de olhos acesos, muito assanhados. Outros precisam de repouso, de ser guardados em leito provisório para ser acordados pouco a pouco”, esmiuça o antropólogo.

Com relação ao universo literário, Ordep – muitas vezes destoando de outros escritores – acredita que a literatura baiana anda muito bem. “Temos excelentes poetas e ficcionistas. A meu ver, a Bahia continua na vanguarda das artes. Por vezes, o Brasil demora a dar-se conta disso, mas acaba descobrindo. E se surpreende. Chega a ser engraçado”.

Minibio

Cachoeirano de nascimento, Ordep José Trindade Serra é autor de mais de 30 livros, tanto de ensaio quanto de prosa e poesia. Helenista, traduziu obras de Sófocles, Eurípides e Homero.

“Comecei pela ficção. Um conto que escrevi com intenção de namoro cumpriu bem o papel que lhe atribuí. A moça a quem o destinei casou-se comigo. Estamos juntos há 48 anos”, revela o autor.

“Esse conto ficou coisa de três anos esquecido numa gaveta. Um belo dia eu o encontrei, durante uma arrumação, e o encaminhei a um concurso literário. Ganhei o prêmio. Fiquei animado. Escrevi outros, escrevi novela, escrevi romance. Ganhei mais prêmios e o estímulo de amigos. Mas a origem de minha ficção está nos olhos de Regina. A poesia também”, alinhava, Ordep, sempre enamorado como todo bom poeta.

Dos prêmios nacionais conquistados, destacam-se o Braskem da Academia de Letras da Bahia (2010), pelo romance Ronda, e o Selo Literário João Ubaldo Ribeiro (2014), pelo livro de contos A devoção do diabo.

Além de filho de Xangô, Ordep Serra é bacharel em letras e mestre em antropologia social pela Universidade de Brasília, doutor em antropologia pela Universidade de São Paulo (Usp), e pós-doutor em letras (Criação Literária) pela Universidade Federal da Bahia. Em 2018, foi agraciado com a medalha Mário de Andrade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Lançamento do livro A um pássaro de mim, do professor Ordep Serra / 03 de maio / 15h / Cervejaria ArtMalte (Rua Feira de Santana, 354, Rio Vermelho)

A um pássaro de mim / Ordep Serra / Editora Villa Olívia / 84 páginas/ R$ 50

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