CULTURA
Original da Netflix, Orange Is The New Black estreia 5ª temporada na sexta

Por Tarsila Carvalho*

Deitada no chão do refeitório da Litchfield, Poussey Washington (Samira Wiley) se despediu da penitenciária no penúltimo episódio da quarta temporada de Orange Is The New Black.
Acidentalmente assassinada pelo guarda Baxter Bayley (Alan Aisenberg), a detenta foi sufocada durante uma confusão. Seus pedidos de ajuda foram em vão, e sua morte, inesperada. Poussey era alegre, inteligente e amada, e levava o romance mais bem sucedido da série, em seu relacionamento com Brook Soso (papel de Kimiko Glenn).
Seu sufocamento ecoa a morte do norte-americano Eric Garner, cujas últimas palavras (“I can’t breathe”) se tornaram slogan, em 2014, do movimento Black Lives Matter, que combate a violência contra a população negra dos Estados Unidos.
A tensão entre grupos étnicos e sociais é discussão perene na série criada por Jenji Kohan e baseada no livro homônimo de memórias da autora Piper Kerman.
Além delas, a série traz à tona, por meio do microcosmo social da prisão feminina, questões relacionadas ao poder e à hegemonia.
No último episódio, Orange deixou os fãs apreensivos, pois a morte de Poussey culminou no início de uma rebelião – e a temporada termina num cliffhanger (recurso de roteiro usado para definir uma situação limite inacabada).
Daya (Dascha Polanco) aponta a arma do guarda Humphrey (Michael Torpey) contra ele, fazendo-o refém junto com a guarda McCullough (Emily Tarver), enquanto as outras detentas gritam para que ela atire.
É exatamente neste ponto em que começa a quinta – cujos primeiros seis episódios foram cedidos com exclusividade para A TARDE pela Netflix.
Em pânico, Daya pede que as companheiras façam silêncio para que ela possa tomar uma decisão. Ouve-se o tiro. E, apesar de sua ausência por trás das grades de Litchfield, Poussey se torna símbolo máximo do início de um motim que se espalha pela prisão durante a temporada.
Entre o poder e o caos
Num cenário quase apocalíptico em que alarmes ressoam, luzes piscam e pessoas correm pelos corredores, as internas tomam o poder e começam a fazer os guardas de reféns.
Enquanto isso, as mulheres negras pressionam o diretor Caputo (Nick Sandow) para que ele faça um comunicado público acerca da morte de Poussey. Inconformada com a morte da melhor amiga, Taystee (Tasha Jefferson) – que promete interpretações fortes durante a temporada – toma a frente do protesto.
Rapidamente, o movimento toma proporções maiores quando as mulheres percebem que suas demandas também dizem respeito a aspectos como dignidade, integridade e maus tratos.
A arma de Humphrey, em posse das internas, circula pelos corredores se tornando um importante símbolo de poder e coerção.
Ao mesmo tempo, a antiga protagonista Piper Chapman (Taylor Schilling) e sua namorada Alex Vause (Laura Prepon), aparecem quase em plano de fundo, quando decidem não se envolver no motim.
A investigação do pano político de Litchfield não deixa de lado as relações e os dramas pessoais das personagens. Com o recurso do flashback cada vez melhor construído em relação às temporadas anteriores, a série continua surpreendendo o público com o passado de todos os envolvidos no ecossistema carcerário.
Com estreia na próxima sexta-feira, 9, a quinta temporada de Orange Is The New Black costura, mais uma vez com maestria, uma trama de tensionamentos, metáforas, drama e humor.
*Sob supervisão do editor-coordenador Marcos Casé
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