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LITERATURA

Paciente de ELA, escritor desafia doença rara e lança livro emocionante

Autor escreveu a obra Carta de Legado através de um dispositivo óptico

Maria Raquel Brito*

Por Maria Raquel Brito*

15/03/2025 - 7:00 h
Lançamento acontece neste sábado, no Condomínio Vila do Joanes, em Buraquinho
Lançamento acontece neste sábado, no Condomínio Vila do Joanes, em Buraquinho -

"A ELA me pegou, mas eu não peguei a ELA”. Com essas palavras, o escritor Flávio Pedreira introduz seu primeiro livro ao mundo. Convivendo há três anos com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma rara doença que provoca perda de movimentos e da voz, o autor escreveu a obra Carta de Legado através de um dispositivo óptico. O lançamento acontece neste sábado, no Condomínio Vila do Joanes, em Buraquinho, num evento que une literatura e música.

Publicado pela Editora Vernasce, Carta de Legado é o fruto da paixão antiga de Pedreira pela literatura. Leitor voraz desde que se entende por gente, ele vai além e se define como um “leitor onívoro”, que consome de histórias em quadrinho a clássicos da literatura. Da leitura, veio a vontade de escrever, e o tema escolhido foi aquele que mais domina: sua própria história.

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“Acreditava que havia uma boa quantidade de experiências que podiam trazer valor para o leitor, entre êxitos e fracassos, tinha espaço para reflexão e aprendizagem. Escrevi no tom que escreveria uma carta para minha esposa e minhas filhas, apesar do rigor estrutural do texto, é uma leitura leve e saborosa”, afirma.

“Lidar com a ferramenta óptica foi, e continua sendo, um aprendizado constante. No início, sofrido e lento, depois mais fluido, mas sempre requerendo um esforço razoável, pois se digita caracteres mudando a posição dos olhos. Digitar com os olhos e pensar no texto ao mesmo tempo é bem difícil, então eu tinha que ter uma ideia clara do queria escrever antes de digitar a primeira letra e, ao final do processo, o resultado é gratificante, como eu espero que seja para o leitor”, acrescenta.

No livro, o autor se vale de humor refinado e serenidade para compartilhar com os leitores algumas de suas experiências – com pitadas de ficção. Pedreira rememora momentos como a infância nas estradas do país com a família que se mudava a trabalho e a própria trajetória como engenheiro mecânico, além de episódios mais recentes.

Ao fim de cada capítulo, os leitores encontram também um presente: a menção a algo que deixou marcas em sua vida. Os conteúdos são variados, indo de músicas preferidas, filmes que lhe influenciaram e trechos de livros até receitas culinárias que marcaram presença em momentos de família.

Memórias e recomendações

Quando foi diagnosticado com a ELA, à medida que perdia os movimentos, Flávio Pedreira também perdia a capacidade de manter um trabalho regular. Em outubro de 2022, um ano após o diagnóstico, se desligou do último trabalho formal. Pouco mais de dois anos depois, aos 64 anos de idade, a publicação do primeiro livro mostra que ele consegue continuar a se reinventar. Para o autor, Carta de Legado simboliza que está vivo e produtivo.

“[Deixar de trabalhar] foi um choque para mim. Eu já vinha diminuindo o ritmo, mas não ter compromisso algum, o compromisso com o trabalho, me causou um vazio enorme, que no primeiro momento me pareceu impossível de preencher. Até que nasceu para mim a possibilidade, antes remota, de escrever um livro. Eu já tinha a ferramenta de leitura óptica, então foi uma questão de escolher o tema e pôr olhos à obra”, conta.

A motivação da família foi essencial no processo de escrita. Casado, com duas filhas e uma neta, ele relata que os parentes sempre lhe disseram que tem um texto poético. Foi também a partir da família que veio a ideia do título.

“Um dia minha filha mais velha me pediu para escrever uma carta para minha esposa, minha filha menor e para ela, falando sobre memórias e recomendações para quando eu tivesse partido. Ela chamou esses documentos como ‘Cartas de Legado’, que seria uma maneira de ter meus valores e experiências transferidos para as próximas gerações. Logo concluí que tinha algo a dizer para o leitor comum e que um livro seria o veículo ideal para alcançar mais pessoas”, diz.

E assim fez. Ao longo de 154 páginas, o escritor busca transmitir suas lembranças boas e ruins aos leitores, com o objetivo de provocar reflexões e mostrar que as restrições impostas pela vida sempre podem ser dominadas.

Lançamento de “Carta de Legado”, de Flávio Pedreira / Hoje, 18h / Condomínio Vila do Joanes, Rua João Marques de Oliveira, 745, lote 68, Buraquinho

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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