CULTURA
Pedagoga aborda importância das relações sociais na educação infantil
Por Da Redação | Larissa Machado - Pedagoga
Estamos vivendo um período longo de desgosto e descrença com a sociedade em que vivemos. O individualismo, a corrupção, violência, crise econômica, cultura do ódio às diferenças e as polarizações radicais de posições têm cindido relações e propagado o clima de desrespeito, desarmonia e tensão.
O que compõe o mundo em que vivemos? O que é sociedade senão grupo de pessoas que convive e compartilha, num tempo e espaço específicos, relações, valores morais, cultura, regras e normas de conduta que permitem aos indivíduos que a integra o sentimento de pertencimento? Não tenho me sentido pertencente a essa sociedade. Acho-me um pouco estranha no ninho. Mas noto que ao lado e, de certa forma, em um entorno próximo de mim, encontro alguns outros “estanhos no ninho”, buscando sua tribo e um lugar onde possa pertencer e sentir seu.
Na busca por uma educação melhor para os meus filhos e alunos, tentando fazer minimamente a parte que me cabe nesse mundo, tenho encontrado outras pessoas com propósito semelhante, e a essas tenho tentado me filiar para que juntos possamos fazer a mudança que queremos ver no mundo.
Sabe-se que o primeiro grupo social a que todo ser humano faz parte e deve sentir-se pertencente é a família. Dessa forma, proponho algumas reflexões: a nossa família acolhe e favorece a formação de cada membro num clima de cooperação? Estamos construindo um ambiente familiar onde há respeito uns pelos outros e às suas individualidades?
O que nós pais estamos fazendo para ajudar a mudar o mundo e a sociedade em que vivemos? A nossa família está reproduzindo o modelo social que tanto nos sentimos estranhos: de rupturas, violência, desrespeito, individualismos? Estamos juntos sob o mesmo teto, mas cada um no seu próprio mundo, visando satisfazer as suas expectativas e cobrando pais de filhos e filhos de pais que satisfaçam os seus desejos, em vez das suas necessidades?
É no seio familiar que começamos a viver as nossas primeiras relações sociais e através delas a aprender sobre quem somos, o que esperam de nós, o que fazemos de bom e de ruim, como devemos nos comportar, o que é certo e errado, o que tem e não tem valor, que mundo é esse em que vivemos, como aprendemos a resolver as nossas dificuldades, com quem podemos ou não contar...
Dispor-nos a sermos pais melhores e nos empenhar a formar filhos melhores, é uma grande contribuição que podemos dar a nossa sociedade e um compromisso com as novas gerações.
A menos que "nos tornemos a mudança que desejamos ver acontecer no mundo", nenhuma transformação ocorrerá. Infelizmente, estamos todos esperando que a sociedade mude, que os governantes mudem, que os empresários mudem... Quando podemos começar a mudança dentro de nós. Dentro da nossa casa, da minha, da sua, da do vizinho e do seu amigo. Nas nossas pequenas atitudes cotidianas.
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