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TRIO AFINADO

Perfil De diferentes cidades do interior, Ana Barroso, Guigga e Fatel colecionam trabalhos e admiradores em momento de ascensão

Amigos e membros do coletivo Outras Vozes, as trajetórias profissionais dos três costumam se encontrar com frequência

Por Gláucia Campos*

26/12/2024 - 6:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Perfil De diferentes cidades do interior, Ana Barroso, Guigga e Fatel colecionam trabalhos e admiradores em momento de ascensão
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Os artistas Fatel, Ana Barroso e Guigga têm emergido com força para provar que a cena musical da Bahia é pulsante não só na capital, mas em todo o estado. Os três têm consolidado seu espaço no cenário nacional, com histórias que entrelaçam as raízes culturais baianas com a modernidade de suas propostas artísticas. Juntos, eles carregam o legado de suas cidades natais — Juazeiro, Vitória da Conquista e Maracás — para além das fronteiras, conquistando plateias e marcando presença em grandes projetos culturais.

Amigos e membros do coletivo Outras Vozes, as trajetórias profissionais dos três costumam se encontrar com frequência. Atualmente, Ana e Guigga integram o elenco do espetáculo Torto Arado – O Musical, que foi um sucesso em Salvador e esteve em cartaz no Sesc 14 Bis, em São Paulo.

O espetáculo adapta a obra literária de Itamar Vieira Junior, abordando temas como ancestralidade e resistência negra. Da mesma forma, Ana e Fatel emplacaram a canção Deus Que Me Segure Agora Eu Vou Me Apaixonar na trilha sonora do filme Auto da Compadecida 2.

Os três se conheceram por meio de festivais de músicas que aconteciam no estado e de projetos que participaram juntos como o coletivo.

“Eu já conheço Aninha há mais de 10 anos, quando nos encontramos nos festivais de música em Vitória da Conquista. De lá para cá, nutrimos muita admiração e carinho um pelo outro, razão pela qual nos percebemos enquanto Coletivo Outras Vozes junto aos nossos amigos. Foi neste contexto de encontros na casa dela que eu conheci Fatel”, rememorou Guigga.

O artista também comentou que para além da óbvia semelhança regional, o elemento mais importante para que os três conseguissem trabalhar juntos foi o compromisso em comum de valorizar suas raízes sertanejas.

“A gente entende a importância de nossos lugares de sertão e a parceria musical vem se fortalecendo a partir deste lugar. Reconhecemos o legado da cultura sertaneja e nordestina e o nosso papel enquanto representantes destas culturas em sua difusão e atualização. Vejo a Bahia no panteão onde ela sempre esteve, que é o de vanguarda. É bonito acompanhar artistas novos ocupando espaços importantes, em diálogo com gêneros musicais contemporâneos. E é também lindo reconhecer a força de nossas origens musicais, fundamentadas nas religiões de matrizes africanas e indígenas, pulsando nas ruas e no corpo do povo baiano ao longo do tempo”, acrescentou.

Só sei que foi assim

Em meio a diferentes projetos em suas carreiras, Ana e Fatel marcaram um golaço na trilha sonora do filme Auto da Compadecida 2, com a canção Deus Que Me Segure Agora Eu Vou Me Apaixonar.

Fatel conta que ficou animado quando o roteirista e compositor da trilha sonora entrou em contato para falar da inclusão da música e ligou para Ana Barroso para comentar a conquista. “Essa oportunidade surgiu de maneira muito espontânea. Foi algo que deixou a gente muito orgulhoso, porque a música simplesmente chegou ao diretor João Falcão e ele entrou em contato comigo, fiquei muito emocionado e aceitei. Liguei para a Ana logo em seguida e contei a notícia, foi algo que a gente lembra muito”, disse.

Para Ana Barroso, que também divide os vocais na faixa, o projeto carrega uma carga simbólica: "É um filme que marcou não só a mim mas também maioria dos brasileiros sobretudo nordestinos dos interiores do Nordeste, porque é uma história de Ariano Suassuna e ela faz com que a gente goste da nossa gente, do nosso povo, do nosso jeito de ser. Então essa é uma obra que eu vi muitas vezes e fico muito feliz de poder encostar um pouco da minha obra nessa obra que me formou”, comentou.

Trio Sertão, Outras Vozes

A conexão entre os três não se restringe às suas carreiras individuais. Eles integram o coletivo Outras Vozes, uma iniciativa que tem impulsionado a música autoral do interior da Bahia. Desde 2022, o grupo vem marcando presença em importantes festivais, como o Radioca, e encantando plateias na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.

"O Outras Vozes nasceu de encontros e de um desejo comum de levar o que há de mais genuíno em nossas raízes para o mundo", conta Fatel. Ele destaca o papel do coletivo na valorização de uma estética musical que une poesia, simplicidade e sofisticação: "Queremos mostrar que a força da canção interiorana está na sua capacidade de emocionar sem artifícios, apenas com a potência da palavra e do som”.

Assim como ele, Ana Barroso também vê o coletivo como um espaço importante para a consolidação da relação entre os três e para difundir a música de artistas baianos. "Somos três artistas do interior que carregam as marcas do lugar aonde crescemos. O coletivo nos deu força e abriu portas para mostrarmos nossa arte de forma mais ampla, sem perder nossa essência. Acreditamos no poder da união. O que fazemos não é só música; é uma declaração de amor à nossa cultura e ao nosso povo", resume Ana.

Apesar do reconhecimento crescente, os três artistas são unânimes ao apontar os desafios enfrentados por músicos do interior. Fatel é enfático ao falar sobre a necessidade de maior apoio institucional: "O que falta é acesso. É preciso que contratantes, curadores e o poder público olhem com mais atenção para os artistas do interior. O público está sedento por boa música, mas muitas vezes não tem oportunidade de conhecê-la”.

O que vem por aí

O futuro promete ser movimentado para o trio. Com trajetórias singulares, Ana Barroso, Fatel e Guigga representam uma nova cena artística que nasce no interior da Bahia e ganha o Brasil.

Fatel planeja lançar um álbum ao vivo, gravado no Sesc Casa do Comércio, e já trabalha em novas composições. Ana e Guigga, por sua vez, seguem com o musical Torto Arado e buscam expandir seus trabalhos individuais, sempre alinhados com a força do coletivo Outras Vozes.

“Neste verão, entrarei em temporada com a Banda Cajá a partir do dia 10 de Janeiro, no Centro Cultural ABOCA, no Santo Antônio, em Salvador. Além disso, também estarei em circulação com um show em trio com meus amigos Théo Charles e Tom Vasconcelos no Teatro Gamboa e na Sala do Coro do Teatro Castro Alves. Depois do Carnaval, retorno com a agenda do musical Torto Arado, em turnê pelo país”, detalhou Guigga.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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