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Projeto resgata história dos primeiros carnavais de Salvador

Publicado quinta-feira, 30 de janeiro de 2020 às 16:53 h | Atualizado em 30/01/2020, 16:56 | Autor: Da Redação
Projeto reúne entrevistas, fotografias e outros materiais sobre os primeiros carnavais de Salvador | Foto: Arquivo | Fundação Gregório de Mattos
Projeto reúne entrevistas, fotografias e outros materiais sobre os primeiros carnavais de Salvador | Foto: Arquivo | Fundação Gregório de Mattos -

Reunindo entrevistas com pesquisadores, recortes de jornais e fotografias de antigas entidades carnavalescas que se apresentaram de 1884 até 1930, o projeto “Memórias do Reinado do Momo” terá a segunda edição lançada em 14 de fevereiro, no Museu de Arte da Bahia (MAB).

Com o objetivo de resgatar, fortalecer e dar visibilidade à memória do Carnaval de Salvador, o projeto foi idealizado pelo vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, e coordenado pela pesquisadora e doutora em Cultura e Sociedade pela UFBA, Caroline Fantinel. No evento, será lançado também um novo website, um minidocumentário sobre o Clube Carnavalesco Embaixada Africana e uma obra visual inédita, assinada pelo artista plástico baiano Anderson AC.

“Conhecido mundialmente pela beleza dos seus blocos afro e pela potência do seu trio elétrico, o carnaval soteropolitano foi palco de uma diversidade de outras experiências festivas. Salvaguardar essa memória, portanto, desponta como medida fundamental para devolver dignidade aos atores e grupos culturais, que foram invisibilizados ao longo desse reinado de Momo por conta de disputas diversas, sejam de ordem social, cultural, étnica, territorial ou econômica”, pontuou Caroline Fantinel.

O artista Anderson AC lembrou ainda que os clubes negros foram proibidos de desfilar em 1905 e só puderam retornar após mais de uma década, o que resultou na ausência de qualquer registro imagético ou sonoro de nenhum deles.

“Meu desejo foi de salientar aspectos do universo político e lúdico trazidos pela Embaixada, além de tentar mostrar seus ecos e influências nos carnavais atuais. Foi, sem dúvida, um dos meus maiores desafios recentes como artista”, afirmou Anderson AC. Ele já passou por países como Angola, Portugal e França, e em 2019 apresentou a “Pintura Muralista”, em um dos pilares da resistência artística visual da arte negra do País: o Museu Afro-Brasil, em São Paulo.

Nesta edição da pesquisa, foram mais de 160 entidades mapeadas, um acervo de 50 fotografias raras, 150 matérias jornalísticas, resultados dos concursos oficiais da Prefeitura no período de 1955 a 1975, e ainda uma série de oito entrevistas com pesquisadores participantes da festa. Todo o material estará disponível no website que será lançado no dia 14 de fevereiro.

O lançamento ainda contará com um debate, que terá a participação do idealizador Paulo Miguez, os pesquisadores Fábio Baldaia, Rafael Soares e Iury Batistta, além da própria Carol Fantinel.

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