FÉ E SINCRESTISMO
Santo Antônio é festejado como Ogum em feijoada de Beto Jamaica
Evento do vocalista do É o Tchan acontece às 18h, no Terreiro Monzo Dandalunda
Por Flávia Barreto*
Comumente associado a Santo Antônio, o dia 13 de junho é também dedicado ao Orixá Ogum. Para celebrar as divindades, o cantor e compositor baiano Beto
Jamaica promove, nesta quinta, às 18h, no Terreiro Monzo Dandalunda, em Areia Branca, a sua tradicional feijoada, aberta ao público.
O evento é mantido anualmente por Beto e suas irmãs. A prática foi iniciada por sua avó, que organizava a celebração todos os anos. "Eu era menino", lembra o vocalista do É o Tchan. Desde então, a família se reúne para honrar essa tradição, mantendo viva a herança cultural e religiosa.
“Eu fui crescendo vendo isso e me envolvendo. E aí, até hoje, eu faço essa brincadeira para não deixar a tradição acabar, ou cair. Então, é muito gratificante, é muito envolvente, é maravilhoso participar e festejar Ogum e rezar Santo Antônio”, completou o cantor.
Após o pique do Carnaval, o cantor já começa a se organizar, com o apoio de suas irmãs, que preparam as ornamentações nas cores da bandeira do Brasil, com um destaque especial para o azul, que é a cor dedicada ao santo.
Segundo o compositor, teve época que a reza foi realizada durantes 13 dias mas atualmente, devido a sua a agenda cheia, duram apenas 3 dias. “Eu só vou conseguir participar um dia, que é no dia 13, o dia dedicado a mim, e vou fazer a festa para todo mundo sair de lá feliz e cheio de muita fé, sempre. Isso é maravilhoso”, contou Beto.
A feijoada de Ogum é distribuída inicialmente a 21 homens, como forma de mostrar respeito e honra ao orixá. O artista, que recebeu o catolicismo e o candomblé como doutrina familiar, afirma que o sincretismo ajudou a aumentar a sua fé.
“Assim como eu vejo Ogum no terreiro, vejo Santo Antônio na igreja e estou sempre indo à igreja rezar, pedindo a Santo Antônio que me dê forças, esteja sempre comigo, com minha família, com meus amigos, pedindo paz ao mundo inteiro e pedindo amor para as pessoas. Eu chego no terreiro e bato a cabeça para Ogum e peço que ele me dê forças, me dê caminho, me dê sabedoria e assim a gente vai seguindo".
“Ogunhê, Patacori Ogum Jaci Jaci,” encerra Beto, saudando seu orixá.
*Sob supervisão de Bianca Carneiro
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