CULTURA
Santoro vive vilão em 300, filme que estréia dia 30
Por Agencia Estado
As oportunidades na carreira internacional de Rodrigo Santoro realmente acontecem por acaso. ?Até dois anos atrás, história em quadrinhos para mim era Chico Bento. Eu lia a Turma da Mônica e nada mais, não conhecia a sofisticação visual do trabalho de Frank Miller", conta o ator. Mas, em uma sala de cinema qualquer no Rio de Janeiro, Gianni Nunnari assistiu a Abril Despedaçado e se encantou por Santoro. Nunnari é ninguém menos do que um dos grandes produtores de Hollywood da atualidade, responsável por filmes como Um Drink no Inferno, Seven, A Vida É Bela e o recente Os Infiltrados. Graças a ele, Rodrigo Santoro não só conheceu como virou uma figura central na adaptação de mais uma graphic novel de Frank Miller para as telas: 300, que estréia no próximo dia 30 no Brasil e que, no fim de semana passado, foi a maior bilheteria nos EUA.
Ao contrário de sua atuação rapidinha em As Panteras - Detonando (o início da carreira no exterior) e da misteriosa aparição em Lost, em 300 Rodrigo Santoro é um dos atores principais. Ele vive o gigante Xerxes, deus mitológico que comanda um exército de mil nações conquistadas com a missão de derrubar 300 guerreiros de Esparta e dominar a Grécia, numa história levemente inspirada numa batalha de guerreiros da antiguidade.
Ao lado do diretor Zack Snyder e dos atores Gerard Butler (Leônidas, o rei de Esparta) e Lena Headey (Gorgo, a rainha), Santoro tirou férias da ilha de Lost e veio ao Rio de Janeiro lançar o filme. Ele contou que quase perdeu a chance de viver Xerxes. ?O Gianni me ligou convidando para fazer o personagem, mas era algo para a semana seguinte. Tive que recusar porque estava no meio de Hoje é Dia de Maria. Achei uma lástima. Mas no outro dia, ele ligou e me pediu para fazer uma fita-teste. Pedi para um maquiador da Globo me ajudar na maquiagem e mandei uma cena. Achei que não iria convencer porque estava 11 quilos mais magro para a série?, conta o ator.
O próximo passo foi chamar o personal trainer e engordar 11 quilos em quatro meses, mas isso foi fichinha comparado às filmagens, feitas em um estúdio azul gigante - o cenário foi todo criado digitalmente. ?Ao mesmo tempo em que me remetia à essência da atuação, como o teatro, era muito desconfortável, pois eu ficava sozinho grande parte do tempo contracenando com manequins, já que eu era um gigante. Quando filmava com o Gerard, tinha que olhar para o pé dele e imaginar que era seu rosto. Isso sem falar que demorava cinco horas para me maquiar, tempo que eu aproveitava para trabalhar o Xerxes, aquele ego obscuro e vaidoso, com sede de poder?, conta Santoro. ?Foi um trabalho que exibiu toda minha energia, me sentia cansado no fim do dia, pois fora os quadrinhos do Frank Miller, me sentia desolado, sem apoio, sozinho mesmo?, diz ele, que teve sua voz modificada por computador, para dar o tom misterioso do papel.
Sobre sua permanência na quarta temporada da série Lost, Rodrigo só diz uma palavra. ?Mistério.? Mas parece estar curtindo as gravações no Havaí. ?Me dou muito bem com escocês, sabia? Gerard Butler é escocês e o Henry Ian Cusick (Desmond) também. Todo domingo de manhã, eu e o Ian jogamos uma bolinha na ilha. Até fomos misteriosamente fotografados arranhando uma bossa nova no violão, nem sei quem tirou aquela foto?, conta ele.
Fora Lost, Santoro não tem mais nenhum compromisso internacional fechado, apesar de estar sendo sondado para viver a adaptação do quadrinho Watchmen e um filme sobre Carlos Gardel. ?Estou com uma saudade danada de ficar aqui no Brasil. Sinto falta dos amigos, da namorada. Sou acolhido lá fora, mas ainda me sinto um estranho. E lá não tem farofa, arroz, feijão...?, desabafa o mais internacional dos astros brasileiros da atualidade.
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