A novela das seis da Rede Globo, "Sinhá Moça" [remake da produção de 1986, que é baseada no livro de Maria Dezonne Pacheco Fernandes], da Rede Globo, é acusada de racismo, segundo o promotor de Justiça Almiro Sena Soares Filho, do Ministério Público da Bahia.
Ele afirma que a novela erra ao exibir que o negro era omisso e sofredor no período da escravidão. As informações foram publicadas na Folha de S. Paulo. "A novela é questionável. Aquilo não é bem a história do negro brasileiro, é uma história deturpadíssima, que omite os quilombos e as revoltas lideradas por negros", diz o promotor ao colunista. "Tudo indica que a novela é racista, ainda que o autor não tenha tido a intenção, destacou.
Sinhá Moça é ambientada na segunda metade do século 19 e, neste período, o comércio de escravos já havia sido reprimido (1850) pela Lei Eusébio de Queirós no país. No entanto, em Sinhá Moça, os negros e mestiços aparecem quase todos como escravos. As cenas sempre mostram eles fugindo ou em cativeiros.
A emissora defende-se, dizendo que Sinhá Moça" é uma obra literária para "entreter, informar e educar". O promotor considera o argumento incoerente: "Não se pode abordar um fato desses [300 anos de escravidão] sem responsabilidade histórica. Almiro Sena Soares Filho aguarda o laudo de dois especialistas em história para avaliar qual decisão será tomada. "Vou negociar uma reparação."