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DOSE DUPLA

Teago Oliveira dobra no plantão de Natal: hoje com a Maglore e amanhã, show solo

Banda venceu a primeira edição do concurso musical estudantil Desafio das Bandas, promovido pelo Grupo A TARDE

Por Maria Raquel Brito*

21/12/2024 - 5:00 h
Maglore
Maglore -

Este será um fim de semana agitado para Teago Oliveira. Completando 15 anos de banda com a Maglore e cinco desde que lançou seu primeiro álbum solo, o cantor baiano fará dois shows especiais em Salvador. Hoje, comemora as bodas de cristal da Maglore, no Largo Quincas Berro D’Água. Amanhã, a apresentação é na casa de shows The Green House, celebrando seu disco, Boa Sorte.

A Maglore já nasceu chamando atenção. No ano de estreia, a banda venceu a primeira edição do concurso musical estudantil Desafio das Bandas, promovido pelo Grupo A TARDE.

De lá para cá, continuaram a todo vapor: cinco álbuns de estúdio, um ao vivo e um acústico – este último já em comemoração aos 15 anos. Passaram por festivais renomados como o Primavera Sound e o Lollapalooza Brasil, e estão sempre nas listas de melhores do ano da mídia especializada, como a Rolling Stone Brasil, Tenho Mais Discos Que Amigos! e Folha de S. Paulo, e entre os indicados de grandes premiações da música, como o Prêmio Multishow, o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e o Prêmio da Música Brasileira.

E como 15 anos não é pouca coisa, é um ótimo momento para celebrar, ainda enquanto artistas independentes no Brasil. Por isso, Teago Oliveira (voz e guitarra), Lucas Gonçalves (baixo e voz), Felipe Dieder (bateria) e Lelo Brandão (guitarra e teclado) vão comemorar ao lado de amigos da música que fizeram parte da trajetória da banda de alguma forma. E nada mais justo do que comemorar em casa, no coração de Salvador, ao lado do público mais caloroso que existe.

Palavras do próprio Teago: “A gente tem uma relação diferente em Salvador, o calor que o público tem com as músicas é diferente. A gente tinha que fazer esse show de 15 anos em Salvador, porque o público também reclama muito na internet se a gente não fizer [risos]. Quando a gente faz show em Salvador, sempre prepara algo só para a galera daqui, que as outras cidades não vão necessariamente ter. A Bahia tem uma receptividade de público e de manifestação durante o show, de cantar alto. É uma coisa que dá uma dinâmica muito mais legal para o show, porque a Maglore é uma banda de canção de cantar junto, e quando a galera faz isso, o show ganha outra vibração. É sempre uma celebração”, diz.

Vai ser um momento especial. O show na capital terá mais de duas horas de duração, divididas entre cerca de 30 músicas e momentos de conversa com o público, além de convidados especiais, como a Vivendo do Ócio.

“Essas figuras todas fizeram parte do nosso start, eram amigos e ao mesmo tempo eram figuras que dividiam a noite, faziam parte daquilo tudo. E estava todo mundo se ajudando, era realmente um grande coletivo, digamos assim. [Havia] figuras pontuais que faziam parte desse cenário”, diz o baterista Felipe Dieder.

Chave de ouro

A vontade de lançar um projeto solo era antiga em Teago Oliveira. O artista vinha guardando músicas que compôs ao longo dos anos, que tinham um perfil diferente do da banda e casariam melhor em outras propostas.

Em 2019, esse projeto tomou forma: Teago lançou pela Natura Musical o seu primeiro álbum solo, Boa Sorte. Com produção de Leonardo Marques, produtor da Maglore e vencedor do Grammy Latino, o disco traz 11 canções distribuídas em cerca de 40 minutos.

Aclamado pelas melodias envolventes e riqueza em referências, Boa Sorte tinha tudo para dar certo, mas foi abafado pela chegada da pandemia. Assim como tudo que veio desse período, foi um momento difícil para Teago, que viu seu trabalho esfriar, sem a possibilidade de fazer mais shows e levá-lo Brasil afora.

Quando as atividades começaram a ser retomadas depois da pandemia, no fim de 2022, começou a conduzir novamente as atividades solo, mas logo passou a dedicar 100% da energia à Maglore, que lançou dois discos e fez uma infinidade de shows de lá para cá.

Agora, agarrou o momento: aproveita o intervalo entre lançamentos para retomar as apresentações de Boa Sorte e fechar essa era com chave de ouro, ao lado do público, em uma série de apresentações em formato voz, violões e guitarras.

“Retomar os shows de Boa Sorte, é como se fosse um recomeço. Não é do zero, mas também não é do 10. É dois, mais ou menos”, brinca. “É uma tentativa de reconectar com a galera que curtiu, porque quem gostou acabou gostando muito dele e se identificando muito com ele”, diz.

Para deixar esse recomeço ainda mais forte, a última apresentação é como uma volta para casa, em Salvador, neste domingo. Na apresentação, intimista e acompanhada por poucos instrumentos, Teago canta músicas do Boa Sorte e também da Maglore, além de composições dele que foram gravadas por nomes como Gal Costa e Erasmo Carlos.

“É um show para descontrair, para amigos mesmo. Geralmente é um espaço com lugar para sentar, poucas pessoas, tudo num clima meio ‘estamos entre entre brothers aqui’. Até para conversar durante e depois do show. Eu costumo conversar bastante, explicar como eu fiz algumas músicas”, conta.

A capital baiana terá também uma participação mais que especial: o cantor Manno Goés, sócio-fundador da banda Jammil e Uma Noites, se juntará a ele no palco para cantar alguns clássicos do Jammil. Se Teago está animado para cantar ao lado do amigo, as expectativas de Manno, fã e admirador confesso da Maglore, não ficam nem um pouco para trás.

“Teago Oliveira é um beijo, um copo d’água, um deitar na rede e ler um livro, pra mim. Teago é frescor, é pop, é poesia e gentileza. Conheci Teago no embrião da Maglore, num festival, no qual sua banda ainda empilhava tijolos de sonhos e empatou com outra. Eu era um dos jurados e precisávamos decidir quem venceria. Meu voto, o de minerva, argumentou que ‘daqui há quinze anos, a banda que quero continuar ouvindo é essa desse menino da Maglore’”, relembra.

“A Maglore levou o Festival, a música Apenas um Clichê nunca mais saiu da minha cabeça e playlist. Teagão nunca mais saiu do meu coração e as músicas dele, a cada lançamento, só corrobora com meu voto e o quanto de talento e sensibilidade habitam nessa alma maravilhosa”, elogia.

A série de shows vem para encerrar um ciclo e dar início ao próximo. Isso porque Teago já está se preparando para o segundo disco solo, a ser lançado no próximo ano. Nas apresentações, já introduz a cara do novo trabalho, que ele antecipa que será bem diferente de Boa Sorte.

“Eu acho que vai ser bem contrastante em termos de estética, porque tem música que exige muita coisa, muita instrumentação e orquestração, e outras que são apenas eu no piano, algo mais simples. Tem uma dose de melancolia em algumas músicas, e eu acho que, nos momentos que ele é triste, é um pouco mais triste do que o Boa Sorte, e quando é feliz, é mais feliz ainda. É mais extremado, vai para lugares mais distantes que o Boa Sorte”, descreve.

Os ingressos para o show da Maglore já estão esgotados, mas a celebração dos cinco anos de Boa Sorte ainda tem espaço para quem deseja prestigiar esse momento, às 17h de amanhã, na The Green House. Interessados podem garantir a entrada também na Bravo do Shopping da Bahia e na loja BigBazar Discos, nos Barris.

MAGLORE - 15 ANOS / Hoje, Largo Quincas Berro d'Água / Ingressos esgotados / TEAGO OLIVEIRA - 5 ANOS DE "BOA SORTE" / Amanhã, 17h / The Green House (Rio Vermelho) / Ingressos entre R$ 35 (Clube A TARDE) e R$ 50 / Vendas: Sympla

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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