ENTREVISTA
“Turismo em Salvador é cultura”, avalia Pedro Tourinho
Tourinho aponta que negros precisam se beneficiar da renda produzida pela cultura em Salvador
Por Lula Bonfim
Pedro Tourinho completou, na última quinta-feira, 16, 10 meses à frente da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult). Soteropolitano apaixonado pelo centro de Salvador, ele é um privilegiado: seu escritório na nova sede da pasta municipal tem vistas estonteantes para o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo e a Baía de Todos-os-Santos, um sonho para quase todo ser vivo.
“Não tem como ser triste olhando para isso aqui”, afirmou Tourinho à equipe de A TARDE, que foi recebida no prédio da Secult, agora instalada na Rua Portugal, nº 2, bairro do Comércio.
Escolhido pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) por sua atuação como empresário na área de entretenimento, o rapaz branco de 42 anos de idade mostra desenvoltura ao falar da cultura afrodiaspórica em Salvador, que aponta ser aquilo que a cidade tem de mais poderoso.
“A lógica da nossa gestão é que turismo em Salvador é cultura, cultura é identidade e a identidade é negra. Então, os investimentos em cultura negra vão nos encadear num posicionamento turístico que vai trazer renda e trabalho para a cidade”, explicou o titular da Secult.
Confira abaixo a entrevista completa do secretário Pedro Tourinho.
Já passamos por Carnaval, aniversário de Salvador, festas juninas, 2 de Julho, Festival da Primavera e agora estamos em meio ao Novembro Negro, com diversas atrações culturais. Qual é a avaliação que você faz do trabalho até aqui?
Eu acho que eu me surpreendi, na verdade, com a capacidade de realização. Eu imaginei que a gente fosse conseguir fazer muita coisa, mas não em tão pouco tempo. Eu acho que a estrutura da prefeitura facilitou muito que isso acontecesse. Porque, nesses 10 meses, se a gente fizer um cronograma da coisa, a gente conseguiu, ainda que em pouco tempo, focar o Carnaval no centro da cidade, trazer resultados tanto de posicionamento quanto práticos, de um equilíbrio maior dos circuitos do Carnaval. Isso melhorou a qualidade da festa como um todo e trouxe outras opções durante o Carnaval. Depois, a gente fez com que o aniversário da cidade, de Salvador, se tornasse um evento nacional, transmitido pela Globo, nacionalmente. Uma audiência gigantesca, em horário nobre. A gente conseguiu trazer para a cidade um destaque grande nesse aniversário. Fizemos os editais da Paula Gustavo em tempo recorde. Fomos uma das primeiras capitais a fazer, já entregamos os resultados e já estamos agora nos processos de checagem dos resultados. Depois, um dos programas que eu acredito que sejam os mais completos, talvez seja o principal legado que minha gestão consiga deixar aqui, que é investir na audiovisual como um novo segmento, um novo pilar do aumento econômico da cidade de Salvador. A gente lançou o programa Salcine, que é uma política pública completa. A gente tem formação profissional. Estamos agora tendo aula todos os dias. São centenas de inscritos se preparando para entrar no mercado de trabalho. Demos apoio aos principais festivais de audiovisual da cidade. Semana que vem, vamos ter o Festival Internacional de Audiovisual Negro, um evento que acontecia em São Paulo e a gente trouxe para cá. Estamos em um processo grande para desenvolver um parque de estúdios na cidade e, quando a gente conseguir realmente materializar esse parque de estúdios, que é como se fosse um Projac de Salvador ou Salvador Estúdios, a gente vai estar realmente colocando Salvador na rota do audiovisual e colocando o audiovisual como um pilar de desenvolvimento de Salvador. Então, para mim, o audiovisual é uma grande entrega já. Montamos na minha gestão — início, meio e fim — o Memorial do 2 de Julho. Nós fizemos, montamos, abrimos tudo isso em dois, três meses.
E sobre o Centro Histórico, secretário? O senhor é muito ligado, até pessoalmente, a essa área da cidade, e a gente sabe dos problemas e das reclamações da população acerca do atual estado do Centro.
Nós criamos o Distrito Cultural do Centro Histórico, que também é uma iniciativa da Secretaria de Cultura. A gente conseguiu formatar esse plano estratégico, trazer secretarias para junto e fazer o Distrito Cultural do Centro Histórico, melhorando a manutenção do Centro Histórico. E eu digo sempre: uma cidade histórica não está bem resolvida se não tiver o Centro Histórico bem resolvido. A gente conseguiu alinhar essas expectativas e essa visão na prefeitura. Hoje, a gente tem um Comitê Executivo do Centro Histórico que se encontra a cada três meses, para poder melhorar o serviço e a estratégia de desenvolvimento econômico para essa zona da cidade. Hoje, nós temos uma queda de criminalidade absurda, maior número de turistas, maior desenvolvimento econômico, um calendário de programação cultural. Todos os dias tem uma ação para turistas e moradores no Centro Histórico. A criação do distrito, sem dúvida, é um marco importantíssimo desse período. Tivemos, com o distrito, o próprio São João no Centro Histórico, que ficou o São João mais legal do Brasil, voltado para a família, com programações típicas, tivemos sanfoneiros na igreja dos Rosários dos Pretos, tivemos festas em coreto, enfim, foi super completo. Nessa movimentação toda, o turismo aumentou bastante nesse período. Em setembro, nós tivemos a maior taxa de ocupação de hotéis dos últimos dez anos, comparando os setembros. Nós tivemos pico de público em equipamentos da prefeitura em agosto, que é uma coisa rara. Tivemos alguns finais de semana com 95% de ocupação ainda neste mês, de outubro e novembro. A arrecadação de ISS da prefeitura nesses últimos 10 meses está em torno de 10% maior do que nos 10 meses do mês do ano passado. Isso é sinal de que a cidade está ativa, está se movimentando em serviços. A gente bota bastante isso na conta do turismo. O Centro de Convenção está sem datas neste ano. Já está todo lotado.
Durante esses 10 meses, o que foi feito para ressaltar a relação de Salvador com a cultura afro-diaspórica? É uma pauta muito cara à cidade.
Abrimos o MUNCAB, Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, também é uma coisa que começamos aqui nessa gestão, montamos, encontramos as parcerias certas, fizemos um decreto novo que regulamenta relações com organismos internacionais para poder viabilizar acordos de cooperação técnica. Trouxemos a exposição Defeito de Cor, estamos aí com a média de 9 mil visitantes na primeira semana do MUNCAB, que é uma taxa altíssima. Está cheio o MUNCAB. Criamos o Salvador Capital Afro, que é essa programação no mês de novembro, para a gente fazer uma nova alta estação do turismo de Salvador, focado na cultura negra e estamos sendo bem sucedidos. Trouxemos estrelas internacionais para cá, como Viola Davis, Angela Bassett. Agora vem Victoria Manejo, com o AfroPunk. Nós apoiamos esses produtores privados. A gente apoia para que eles venham. É muita coisa. E eu deixo um agradecimento especial aos servidores públicos que são apaixonados pela cidade, aos demais secretários e ao prefeito, que encontra os caminhos para realizar aquilo que a gente idealiza.
Você falou sobre audiovisual e sobre Salcine como destaques desses 10 meses à frente da Secult. Recentemente, Viola Davis esteve na cidade e falou sobre a criação de um centro de produção audiovisual de propriedade dela em Salvador. Qual é a relação entre as duas coisas?
A gente defende que Salvador seja Capital Afro não só para o turismo, mas para tudo. E o conteúdo audiovisual afro-diaspórico é o foco de Viola Davis. Estive com ela, com o sócio dela, também com o marido dela, Julius [Tennon], explicando e mostrando como Salvador é a Capital Afro e é o lugar ideal para ela expandir a atuação dela para além dos Estados Unidos. Isso foi prontamente aceito. Foi uma conversa muito próxima ao sócio dela, Maurício Mota, uma pessoa que eu já conheço há alguns anos. E eles já vieram aqui para anunciar isso. Estamos agora costurando qual vai ser o melhor formato para eles estarem aqui com a gente. Mas eles têm planos bem ambiciosos de desenvolvimento do audiovisual na cidade, junto com a cidade.
Você falou também de uma espécie de Projac aqui em Salvador. Tem alguma parceria com a Globo ou com outras emissoras para esses projetos de audiovisual?
Salvador já tem história para caramba, tem ótimos profissionais e a gente tem que, de uma forma transversal, ativar todos os eixos da produção audiovisual, que é com a formação, tendo ainda mais profissionais. Por isso, a gente está fazendo cursos, desde elétrica, som, iluminação, roteiro, produção executiva. Então, a gente está realmente montando um parque, um grupo de profissionais completo nesse sentido. A gente está envolvido com negociações porque, estando nos festivais, a gente consegue estar próximo de cada vez mais negociações. A gente vai lançar ainda neste ano a Salvador Film Commission, que é um escritório da prefeitura para ajudar os produtores a filmar aqui. Então, aqui já vai ter um banco de locações, um banco de profissionais, toda a parte legal e de licenças para poder filmar em Salvador. Estamos desenvolvendo um modelo de cash rebate, que é um formato internacional de atração de produções, que é quando você consegue ajudar as produções a acontecer na cidade. Se as produções trazem um ganho de arrecadação de impostos grande para a cidade, a gente transfere isso um pouco para poder estimular que essas produções venham. É o acontece nos Estados Unidos, acontece no mundo inteiro e a gente tem que entrar nesse jogo para desenvolver. E estúdio é fundamental, porque não dá para você fazer um filme só com locação. Por exemplo: a novela Segundo Sol construiu um Santo Antônio do Carmo no Projac. Se tivesse um estúdio aqui, ela poderia usar o nosso estúdio e ir gravar no Santo Antônio do Carmo, ao invés de ter que construir um Santo Antônio do Carmo no Projac. Esse é um exemplo clássico para dizer que você, tendo estúdio aqui, você consegue ter melhores produções aqui por mais tempo, com mais dinheiro na cidade.
E as conversas com as emissoras?
A conversa com esses canais, com essas plataformas, é contínua. Estive já com o pessoal da Amazon, conversei com a Globo. Tem conversa nesse sentido, mas o estúdio vai estar aí para atender todo mundo.
Recentemente, você reclamou de uma falta de investimentos privados na programação do Salvador Capital Afro. O que você acha que está faltando para mobilizar as empresas e dar mais visibilidade à cultura negra em Salvador?
A gente faz o nosso papel. A gente está apoiando a maioria das iniciativas, que são muitas, acho que são mais de 20 iniciativas somente neste mês de novembro para poder criar esse calendário. O privado também está apoiando, né? O AfroPunk é um evento privado, o Liberatum é um evento privado, o Festival de Cinema Negro é um evento de uma associação privada. Os movimentos deles são eventos privados. Só que as marcas não chegam e isso tem a ver com o racismo institucional que existe na publicidade brasileira, na concentração no eixo Rio-São Paulo, no tipo de evento que pega esse recurso e como não sobra mais nada para o resto do país. Principalmente, para as ações de cultura negra, na verdade. Não é só uma coisa de Salvador. Também tem outros festivais no Brasil que não tem, de fora do eixo. Aqui é um problema sério e ficou muito gritante, porque a gente fez um mês de novembro com atrações internacionais, com influenciadores, criadores de conteúdo, com entrega de mídia, com grandes shows, com história, com museu. A gente fez realmente um mês muito rico nesse ano. E não tem nada de patrocínio? Com essa provocação, a Smiles chegou junto e está apoiando três eventos. Foi uma ótima, ajuda bastante, mas ainda não é o ideal. E eu falo que é uma questão da cultura negra, porque a gente tem patrocínio em outros eventos da cidade durante o ano. O Carnaval tem um patrocínio, por exemplo, então por quê o Novembro Negro não tem? Isso é um ponto de reflexão e a gente tem que provocar o mercado para isso. É o primeiro ano do Salvador Capital Afro. No segundo ano, a gente pode ver se isso se reverte, se é uma construção que pode ser revertida.
Em 2023, nós tivemos pela primeira vez a realização do Festival Liberatum em Salvador. Qual é a avaliação que você faz da primeira edição baiana do evento e qual é a possibilidade dele ser incluído definitivamente no calendário anual da cidade?
É um evento internacional, que já ocorreu em vários países e já há alguns anos queria vir para Salvador. A gente ajudou eles a trazer isso para cá. Basicamente, um evento gratuito, com todas as palestras gratuitas. O show, que a gente apoiou na realização, também foi gratuito. A, ao mesmo tempo que Liberatum teve uma preocupação de atingir o máximo de pessoas possível na cidade — entendendo que não dá pra atender todo mundo, mas atendeu muita gente —, também conectou a cidade com o mundo em vários aspectos. Muitos jornalistas internacionais cobriram a vinda para cá, artistas internacionais conversando com o nosso público de Salvador, osso traz experiência, traz inspirações, traz negócios. Então, o Liberatum teve um saldo positivo para a cidade. É o primeiro ano e acho que vai ter melhorias, certamente, se ele continuar fazendo aqui nos anos seguintes, eu acredito que sim. E estamos dando todo o suporte para que essas melhorias aconteçam. Mas o saldo para a cidade foi positivo.
Salvador tinha um calendário informal de eventos religiosos, no estilo sagrado e profano tradicional da cidade, que atraía milhares de pessoas entre dezembro e fevereiro. Algumas dessas festas de largo perderam a força que tinham em décadas passadas, como Conceição da Praia, Santa Luzia, Bom Jesus dos Navegantes… Existe algum planejamento para retomar a visibilidade dessas festas?
Eu acho que a gente tem o dever de reforçar essas festas na sua identidade, e não tentar criar uma outra identidade para essas festas. E às vezes até reforçar coisas que já acontecem e que poderiam ter uma estrutura melhor. Por exemplo, a gente tem conversado com o Festival Oferendas, do Rio Vermelho, feito por Ricardo Dantas, que sempre faz uma coisa informal. Como é que a gente consegue trazer isso e potencializar uma parceria com a prefeitura? Uma coisa que acontece há anos, do dia 1º para dia 2 [de fevereiro]. Como é que a gente consegue dar mais estrutura e segurança para que isso aconteça? Isso é um exemplo de coisas que já acontecem. Como ajudar nos grupos tradicionais? Como trabalhar para que esse cortejo do Bonfim seja um cortejo que tenha realmente a sua história respeitada e potencializada? Acho que é potencializando. Potencializar a história. Como é que a gente vai contar essa história, as perspectivas de que a gente quer contar essa história? Vou dar um exemplo muito claro, que é o do 2 de Julho, em que a gente fomentou a volta da Caboclo, que é uma história de Salvador, tradicional, em que a gente avaliou o que poderia ser melhor, a gente poderia dar uma atenção a ela, para isso ser mais valorizado. E fizemos isso. É uma estratégia.
Você acabou sendo cobrado nesses 10 meses pela presença de artistas locais nas festas da prefeitura de Salvador. Alguns artistas, como Mariene de Castro, chegaram a fazer críticas públicas a isso. Queria uma avaliação sua sobre isso e perguntar se haverá ajustes para 2024.
A gente sempre pode ser melhor na nossa atuação. Sempre pode abraçar mais pessoas, ter mais, ter palcos mais diversos, e isso é uma coisa que a gente pode e deve se esforçar para fazer sempre. Ao mesmo tempo, a prefeitura no Carnaval fez mais de mil atrações, só com artistas da Bahia. Não contratou ninguém de fora. A gente tem apoiado os blocos afro, tem shows de blocos afro todos os dias no Centro Histórico. Neste ano, a gente ampliou ainda mais a participação de artistas locais. Mas não dá pra tocar todo mundo no palco e não tem um palco que caiba todo mundo, nem um festival que dê pra tocar todo mundo. O Samba Junino, por exemplo, está no mês de junho, embora tenha edital de Samba Junino para o ano inteiro. Você tem o desfile dos blocos de samba que acontece agora em novembro, ele não tá no São João, mas tá em novembro. Então, tem que ser feita uma perspectiva macro da avaliação dessas participações, porque tem um ano inteiro de possibilidades. É preciso ter essa perspectiva um pouco maior dessa questão. E, por outro lado, saber que a gente pode estar sempre atento a essa diversidade dos artistas locais, essa valorização dos artistas locais. São coisas que a gente tem que estar sempre atento. Mariene fez essa provocação, eu recebi ela aqui e estamos articulando. Ela já participou de um show e estamos articulando outras coisas. Majur também fez essa movimentação e esteve comigo aqui, passou uma tarde comigo aqui. Tem muita coisa que pode ser aprimorada. Principalmente nos processos de contratação e tudo mais. Mas a gente está atento. Não é que a gente vai acertar sempre, mas a gente está atento.
Falando sobre turismo, Salvador tem visto nos últimos anos o fechamento de diversos hotéis, mas também a abertura de outros, de luxo, como os da Rua Chile. Como você avalia o cenário da hotelaria em Salvador? A cidade está pronta para receber os turistas que devem chegar no verão?
Nesse quesito, estamos ainda sofrendo os impactos da pandemia. A gente está saindo desse cenário pandêmico. A gente vê o turismo reagindo e agora começando a chegar ou superar os índices de 2019. É essa a métrica. Muitos hotéis não sobreviveram nesse período. Muitos aproveitaram e surgiram nesse período. Os próximos dois ou três anos vão ser fundamentais para a gente poder responder essa pergunta, porque a gente tem novos hotéis sendo anunciados, você tem hotéis mais antigos tendo uma taxa de ocupação alta para poder ter uma saúde financeira melhor. É isso que está acontecendo nesse momento na cidade. Você vê os hotéis com 80% e 90% de ocupação durante a maior parte do ano. Isso é sinal de um mercado mais saudável, mais movimentado. E isso vai trazer impacto nos próximos meses e anos, com anúncios de novos hotéis, novas possibilidades. Porque o turismo está em crescimento em Salvador. A cidade está aquecida. Tem muito chão ainda em termos de infraestrutura, mas a seta é positiva.
Tem previsão de quantos turistas estão vindo, impulsionados por esses novos eventos? Considera que estamos preparados para recebê-los?
A gente tem tido em torno de 10% a mais do que no ano anterior. A gente está, em termos turísticos, cada vez mais estruturado. A gente tem o Centro de Convenções operando full time, o aeroporto também com uma capacidade grande. São 370 mil turistas que vêm de navio nessa temporada dos cruzeiros. A gente tá investindo nesses pontos turísticos na cidade. Estamos investindo em programação turística na cidade, em equipamentos. Vamos inaugurar mais equipamentos ainda nesse verão. A gente vai inaugurar a Casa das Histórias, aqui do Arquivo Público, que vai ser um espaço de visitação incrível. Vamos inaugurar a galeria do Mercado Modelo e o próprio Mercado Modelo, que vai ser reinaugurado. Ainda não tem data, mas deve ser no final de dezembro. Temos todo o Centro Histórico movimentado, com atrações. Os turistas que vêm aqui vão ter uma visão completa, querer voltar, querer ficar mais tempo. Então a resposta que eu dou é: sim, a gente está preparado para receber mais turistas E é bom que esteja, porque vêm mais turistas.
Qual você acha que é o principal desafio da sua gestão na Secult daqui para frente? O que você acredita que precisa ser o eixo da administração da pasta em Salvador?
A lógica da nossa gestão é que turismo em Salvador é cultura. Cultura é identidade. E a identidade é negra. Então, os investimentos em cultura negra vão nos encadear num posicionamento turístico que vai trazer renda e trabalho para a cidade. O nosso desafio é que a população negra se beneficie dessa renda e desse trabalho que está sendo atraído para a cidade. E quando a gente tiver a população negra se beneficiando do trabalho e do valor que gera para a cidade, a gente vai ter uma cidade mais justa. Essa é a equação.
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