CULTURA
Ufba lança projeto para formação de roteiristas

Por Thalita Lima

Por trás dos seriados de zumbis, heróis, vampiros e outros personagens desse produto cultural tão querido mundo afora, existe uma figura fundamental na construção das histórias: o roteirista. Estudar o lugar desses profissionais no processo de criação e abrir espaço para os aspirantes e atuantes na área trocarem experiências é a razão do projeto Estação do Drama, que será lançado nesse sábado, 9h30, no auditório da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia.
O projeto ofertará cursos e oficinas em nível básico e avançado, além de debates sobre criação e produção de roteiros para TV e web.
No lançamento, haverá uma mesa-redonda com roteiristas e produtores para discutir os desafios do mercado de roteiros para televisão e internet.
A iniciativa é do grupo de pesquisa A-tevê, um laboratório de análise de teleficção do Programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Póscom) da mesma faculdade.
A roteirista e mediadora do debate, Amanda Amoaud, diz que sempre se incomodou com um discurso de que "não tem roteirista" e que, na verdade, os profissionais estão aí mas falta oportunidade. Nesse sentido, o intuito do projeto é aproximar mercado e a academia que pesquisa sobre o tema.
Os cursos e oficinas são ministrados por roteiristas que fazem parte do grupo de pesquisa ou profissionais conhecidos que podem oferecer essa formação em diferentes níveis.
Com preços que variam entre R$ 170 a R$ 500 e duração de um a dois meses, as opções de formação promovem a criação, análise e crítica de roteiros focados nas narrativas seriadas, o que justifica o nome do projeto como Estação do 'Drama'.
A escolha pelas séries é pela coincidência com o foco de análise do grupo, que acredita que conhecendo a narrativa seriada é possível chegar mais facilmente em outros formatos, além de ser uma forma de aproveitar o crescente sucesso de audiência dos programas televisivos, especialmente as canadenses e norte-americanos, entre os brasileiros.
Na construção desses roteiros para TV ou internet, Amanda explica que "a diferença é pensar a forma como esse produto pode chegar ao público". Na TV, você tem uma grade e é uma estrutura maior, já as webséries é preciso pensar em produções mais curtas, mas que não necessariamente precisam ser esquetes de comédia, como acontece com frequência.
Mercado
Um motivador para a iniciativa foi aproveitar o cenário depois da aprovação da Lei da TV Paga, sancionada em 2011, que pretende estimular a produção nacional com a determinação de que a cada seis canais estrangeiros, o pacote de TV disponibilize um canal que exiba três horas e meia semanais de conteúdo nacional no horário nobre (de maior audiência).
"A ideia do estação é entender que mercado é esse, o que se precisa para ser um roteirista, o que são as oportunidades de trabalho que estão surgindo, diz Maria Carmen Jacob, coordenadora do grupo e do projeto.
Com a demanda promovida pela lei, surgiram canais nacionais como o Curta! e o Arte 1, do Grupo Bandeirantes, além de canais já existentes que tiveram que incluir produções brasileiras na grade.
Essa obrigação estimulou e deu maior atenção ao campo audiovisual local e, consequentemente, aos roteiristas. Nesse sentido, Carmen acredita que os profissionais precisam ficar atentos a todos os aspectos que envolvem a criação.
"A gente faz questão de criar um espaço para você pensar os elementos estéticos da produção do audiovisual, para o roteirista poder se apossar deles na hora de criar", diz.
Para Carmen, o grupo entende que é muito difícil ser um contador de histórias para audiovisual e que não se pode perder de vista a qualidade das produções.
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