Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > CULTURA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

CULTURA

Um astro das HQs em qualquer época

Chico Castro Jr., do A Tarde

Por Chico Castro Jr., do A Tarde

08/02/2009 - 10:59 h



As aventuras de um jovem repórter de topete e seu cãozinho, que vem fascinando gerações de leitores há quase um século, finalmente fecham um ciclo no Brasil. A coleção de álbuns do Tintim, criação do belga Hergé, pela primeira vez está completa para os leitores brasileiros, com o lançamento dos álbuns As aventuras de Tintim, repórter do “Petit Vingtième“ no país dos sovietes e Tintim e a alfa-arte, respectivamente, primeira e última aventuras do personagem nos quadrinhos.



Os livros vêm em boa hora. Criado há exatos 80 anos, Tintim parece prestes a gozar de um novo ciclo de popularidade neste início de século, com o anúncio de uma trilogia de filmes produzidos por Steven Spielberg e Peter Jackson (O Senhor dos Anéis) para a Sony Pictures e Paramount.



No último dia 26 começaram as filmagens do primeiro filme, The Adventures of Tintim: Secret of the Unicorn, baseado no álbum O segredo do Licorne. O primeiro filme será dirigido por Spielberg e produzido por Jackson, enquanto no segundo, ainda não anunciado, os papéis se invertem. Os planos para o terceiro filme ainda não foram divulgados.



Produzidos com o que há de mais moderno na tecnologia de captura de movimentos e computação gráfica para manter o visual lúdico das HQs de Hergé, os filmes contarão também com um elenco de primeira linha, com Jamie Bell (Billy Elliot) no papel de Tintim, Daniel Craig (o atual James Bond) como o vilão Rackham, Andy Serkis (o Gollum, de Senhor dos Anéis), na pele do Capitão Haddock, e a hilária dupla britânica Simon Pegg e Nick Frost (de Todo Mundo Quase Morto) como os detetives atrapalhados Dupont & Dupond.



Paraíso vermelho – Enquanto os filmes não chegam às telas do cinema, vale se divertir e se encantar com os álbuns lançados pela Companhia das Letras. Especialmente com As aventuras de Tintim, repórter do “Petit Vingtième“ no país dos sovietes, primeira aventura do topetudo, lançada em 10 de janeiro de 1929, como uma história em capítulos no suplemento belga Petit Vingtième.



Ora, em 1929, fazia apenas 12 anos que a revolução comunista russa havia instaurado o regime socialista no antigo país dos czares. Hergé, um cidadão de posições políticas claras, ainda que ingênuas, enviou seu personagem à então União Soviética com a missão definida de desmascarar para os jovens leitores do Petit Vingtième “a farsa da revolução bolchevique”.



O resultado, visto hoje, é não menos que hilário, mas não pelas razões que Hergé imaginou. A contrapropaganda do álbum ao comunismo é tão escancarada que, numa passagem do álbum, Tintim chega a descobrir fábricas de mentirinha, criadas como cenários de teatro. “É assim que os sovietes tapeiam os coitados que ainda acreditam no ‘paraíso vermelho’”, admira-se o rapaz.



Inveja no 007 – Descontadas as incongruências e ingenuidades históricas, o que sobra é uma alucinante e bem-humorada aventura de Tintim em “território inimigo”. O ritmo imprimido por Hergé é tão rápido, cheio de perigos e reviravoltas, que deixaria o Sean Connery de 007 Contra Moscou corado de vergonha.



Entre outras façanhas, Tintim pilota aviões, barcos e automóveis em alta velocidade, foge de prisões, pratica mergulho sob o gelo e derrota um urso na unha. Tudo bem que o animal, aliás, símbolo da Rússia, estava bêbado de vodca, mas, ainda assim, é uma luta e tanto.



Como foi a primeira aventura do personagem, No país dos sovietes mostra um Tintim ainda em preto e branco e sem a companhia de coadjuvantes famosos, como o encrenqueiro Capitão Haddock e os detetives Dupond & Dupont, os principais alívios cômicos ao longo da série. O cachorrinho Milu, contudo, já aparece, travesso e falante como nunca.



Inacabado – Lançado após a morte de Hergé em 1983, Tintim e a alfa-arte é um álbum recomendado especialmente para, pelo menos, dois tipos de público: colecionadores e estudantes ou pesquisadores (de artes ou mesmo de HQs). Incompleta, a obra se compõe dos esboços e croquis do artista para as páginas, estudos de personagens e o texto descritivo incluindo os diálogos e ações.



O que se vê é um ensaio do artista sofisticado que era Hergé, considerado (erroneamente, aliás) o pai do estilo franco-belga por excelência, a ligne claire (linha clara), uma das mais influentes e importantes escolas de quadrinhos do mundo.



Obviamente, ler Tintim e a alfa-arte não é, nem de longe, tão divertido quanto os outros álbuns do personagem, mas a iniciativa da editora em publicar a obra derradeira de Hergé no Brasil é digna de aplausos, pois se trata de um capítulo muito importante na história das HQs.

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

É possível tocar em meteoritos na Bahia! Saiba onde viver experiência única

Play

Salvador ganha novo espaço para grandes eventos com a inauguração da ARENA A TARDE

Play

Lobão 'incendeia' a Concha com Rock em estado bruto e celebra 50 anos de carreira

Play

VÍDEO: Fernanda Torres chega ao tapete vermelho do Globo de Ouro

x