MOSTRA
Vila Velha e Oficina exibem hoje produto de residência no MAM
Trata-se de um trabalho a partir da peça O Homem e o Cavalo
Por Chico Castro Jr.
Em reforma, o Teatro Vila Velha tem levado diversas de suas atividades para outros espaços da cidade. A principal delas é a exposição no Museu de Arte Moderna (MAM-BA) Vila Velha, Por Exemplo - 60 anos de um Teatro do Brasil, que conta sua história e é um enorme sucesso de público. Hoje, o mesmo MAM vai abrigar outra atividade, a mostra de processo da residência artística Expresso Oficina - Laboratório Relâmpago de Criação Cênica.
Trata-se de um trabalho a partir da peça O Homem e o Cavalo, de Oswald de Andrade, coordenado por Cafira Zoé, Camila Mota, Gabriela Campos, Letícia Coura, Maria Bitarello e Nash Laila, integrantes do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, fundado pelo inesquecível José Celso Martinez Corrêa.
Mais de 40 artistas selecionados participaram de uma imersão com as orientadoras, percorrendo os elementos mais marcantes da teatralidade antropofágica como preconizada por Zé Celso, como a “linguagem do coro, a ópera de carnaval e a contracena desassombrada”, como está enumerado no material de divulgação do evento.
“O Vila Velha e o Teatro Oficina têm muita convergência, muita história comum, muitos cruzamentos ao longo do tempo”, observa o diretor do Vila, Márcio Meirelles.
“São dois grupos e dois teatros construídos, formados, mais ou menos no mesmo período, no final dos anos 50, início dos anos 60, que enfrentaram a ditadura, enfrentaram a pandemia, enfrentaram o pandemônio. E a gente sobrevive na contramão do sistema, na contramão da solidão”, acrescenta o diretor.
Para os apreciadores do teatro brasileiro, ou mesmo para curiosos que ainda estão se aventurando nesta seara, é uma bela oportunidade conferir esta mostra realizada no Casarão do MAM, e ver com os próprios olhos os resultados desse laboratório de criação cênica, sempre muito intenso, como tudo que Zé Celso fazia, que transpira a energia e a experimentação que marcam a história do Teat(r)o Oficina.
“A gente trabalha no objetivo, enfim, na confluência de muitas energias e tudo isso nos une e por isso a gente há muito tempo tenta fazer alguma coisa juntos”, diz Márcio.
“E agora foi o momento. E tudo convergiu para que agora acontecesse esse encontro mais prático, mais físico, mais pessoal entre o Oficina e o Vila Velha”, afirma.
Trajetórias paralelas
Zé Celso e Márcio, guardadas as devidas proporções e os marcos temporais em que cada um atuou / atua, tem certamente trajetórias paralelas que se espelham.
“Afora uma identidade estética, política, ética, poética entre os dois teatros, entre mim e Zé, cada um no seu caminho, cada um na sua invenção do teatro, ou reinvenção do teatro, do seu jeito, do seu modo, mas muito próximos, como uma irmandade universal do teatro”, reflete Márcio Meirelles.
A exposição Vila Velha, Por Exemplo - 60 anos de um teatro do Brasil tem patrocínio do Banco do Brasil, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal, e conta com apoio do Museu de Arte Moderna da Bahia, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural e Secretaria Estadual da Cultura.
A produção é da Janela do Mundo, com coprodução do Teatro Vila Velha.
Mostra da residência artística "Expresso Oficina - Laboratório Relâmpago de Criação Cênica" / Hoje, 16h / Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA, Avenida Contorno) / Entrada gratuita
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