CULTURA
Visões da Baía
Este é o terceiro livro escrito pelo autor
Por Morena Melo
Kirimure significa grande mar interior, e era como os tupinambás chamavam a região que foi rebatizada Baía de Todos os Santos, em 1501. Kirimure é, também, parte do título do novo livro de Lourenço Mueller, articulista do jornal A TARDE, escritor, urbanista e arquiteto. Viva Kirimure: Histórias da Baía de Todos os Santos será lançado no próximo dia 1, terça-feira, no Museu do Mar Aleixo Belov, no Santo Antônio Além do Carmo, às 16h.
Este é o terceiro livro escrito pelo autor, que já publicou A casa de mil janelas (1995) e O inventor do carnaval (2000). Em Kirimure (2023), Muller lança mão da não-ficção, misturando fantasia e elementos do real para contar uma história sobre o espaço geográfico a partir de personagens insólitos que habitam as margens de Kirimure.
"É um livro ficcional e funcional. Nele, eu busco descrever a saga de um espaço geográfico e histórico e a pretensão de transformá-lo em algo que ajude a vida – humana, animal e vegetal – que se desenvolve nesse mesmo espaço/tempo. Eu anseio que as pessoas se emocionem, se informem mais e se sintam desafiadas a ajudar na concepção de uma cidade e de uma baía mais mágica", conta Mueller.
O autor conta, também, que seu livro se inspira na literatura de Jorge Amado. Mas para além da referência literária, Amado também aparece na própria vida de Mueller. "Amado foi minha introdução à literatura, quando encontrei na biblioteca de meu pai O país do Carnaval e li as aventuras do negro Balduíno, atraído pelo primeiro capítulo, ‘Boxe’, luta que praticava com meu irmão Anibal. Li o capítulo e nunca mais parei, li a obra toda e Gabriela, cravo e canela foi um presente de 15 anos para minha filha que ganhou esse nome em homenagem ao romance", relembra o autor.
O nome da filha em homenagem ao livro de Jorge Amado acabou mais tarde provocando uma dedicatória afetuosa de Amado para Mueller "Do pai de uma Gabriela para o pai de outra Gabriela".
O autor e a escrita
Urbanista e arquiteto, Mueller fez mestrado em Ciências Sociais e doutorado na mesma área da graduação, ambos na UFBA. Na trajetória acadêmica, a relação com a escrita se estreitou. Depois disso passou a escrever artigos para o jornal A TARDE e vieram, também, os livros. Nesse processo, porém, nunca se afastou de todo do urbanismo e da arquitetura.
“Essas continuidades universitárias levam à escrita, naturalmente. Também me orientei para os artigos de jornal e o primeiro deles, em A TARDE, nunca esqueço, 'Um salto sobre o Atlântico', em 1984, quando voltei de um curso em Munique e comparei esta cidade com Salvador. Gosto muito de comparar cidades. Continuei publicando neste jornal esporadicamente. Em 2008, o então diretor de redação Jary Cardoso publicou um artigo que lhe enviei sobre um congresso de arquitetura na Itália, em Torino, e passei a escrever regularmente a cada 15 dias, já tenho mais de 350 artigos publicados", conta Mueller.
O escritor seguiu a ideia de problematizar os espaços urbanos, em especial a Baía de Todos os Santos. "Por isso pensei que um livro, não um romance, mas um misto de romance e outros textos casos, resenhas, alguns artigos meus comprimidos ou ampliados, micro-biografias, futurologia, etc.) poderia ter uma consistência que ajudasse a exprimir – e quase tudo é expressão – a ideia de reconfiguração da Baía e da cidade do Salvador", explica.
O livro Viva Kirimure: Histórias da Baía de Todos os Santos já pode ser comprado na Amazon em versão digital e estará disponível na versão física após o seu lançamento.
VIVA KIRIMURE: Histórias da Baía de Todos os Santos / Lançamento terça-feira (01.08), 16h / Museu do Mar Aleixo Belov (Santo Antônio Além do Carmo)
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes