CULTURA
Zeca Pagodinho lança Uma Prova de Amor

Por Eduardo Vieira, do A TARDE
Extrair algumas frases do carioca Zeca Pagodinho não é tarefa das mais fáceis. O cantor costuma sempre ser econômico nas entrevistas e prefere deixar o verdadeiro verbo para álbuns e shows. Dois anos depois de lançar Acústico MTV – Gafieira, ele retorna ao mercado fonográfico, com canções inéditas, no bom álbum Uma Prova de Amor.
O disco leva o título da primeira faixa, single assinado por Nelson Rufino e Toninho Geraes. “É Bahia e Minas”, diz Zeca, em entrevista por telefone, referindo-se aos respectivos Estados dos compositores. A canção aparece como destaque entre as 16 faixas do CD, que mostra o cantor mais do que à vontade com o seu samba. Rufino é parceiro antigo de Zeca, responsável também por músicas como Verdade, Cadê Meu Amor e O Dono da Dor. “Nós acompanhamos a carreira um do outro”, diz Zeca.
Uma Prova de Amor conta com participações especiais e é pautado por parcerias. Além da faixa-título, o álbum traz Não Há Mais Jeito, de Monarco e Mauro Diniz, Se Eu Pedir Pra Você Cantar e Sempre Atrapalhado, ambas do próprio Zeca com Arlindo Cruz, Que Alegria, de Roberto Lopes, Alamir e Zé Roberto, e Pra Ninguém Mais Chorar, de Dudu Nobre, Almir Guineto e Fred Camacho, entre outras canções.
No novo trabalho, Zeca diz que não buscou grandes inovações, preferindo jogar sempre (e de forma acertada) no mesmo time. O cantor também prefere evitar grandes pré-produções no quesito música. “Isso tudo acontece mesmo. Acho que as coisas acontecem, as músicas chegam quase que por acaso”, diz.
O álbum conta com a regravação de Esta Melodia, já registrada por Marisa Monte no álbum Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão, em 94, música assinada por Jamelão e Badu. Zeca também resgata músicas inspiradas na Velha Guarda da Portela no pot-pourri Falsas Juras/Pecadora/Manhã Brasileira.
Zeca Pagodinho não costuma levantar publicamente bandeiras e questões políticas, mas traz no disco a faixa Eta Povo Pra Lutar, que ressalta características positivas do povo brasileiro, com críticas aos governantes. Mas, quando questionado se está mais desiludido com os problemas brasileiros, especialmente com a violência no Rio de Janeiro, ele também prefere não se prolongar. “Acho que todo mundo está um pouco desiludido. Também, sei lá, não sei te explicar estas coisas. Acho que nem quem tá na guerra sabe por que está”, considera o cantor.
Segundo Zeca, a relação de amor explicitada no título do disco, assim como as flores que ilustram o bonito encarte, com belas fotos do Rio de Janeiro, tem endereço certo. “A escolha do título foi uma unanimidade, e as flores são uma prova de amor ao samba, à mulher, ao Rio, ao Brasil, à música e à religião”, explica.
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