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DETALHE TÁTICO

Bom pra quem não sonhou

Por Jornalista l [email protected]

24/07/2018 - 17:30 h

É curiosa aquela sensação de apego ao que ainda não vivemos. Daí nascem nossos maiores problemas, ou podemos chamar de desafios, objetivos, dilemas: os sonhos. Sobre o Ba-Vi de domingo, defino que o Vitória sonhou demais. O Bahia manteve os pés no chão e se deu melhor.

No intervalo da Copa do Mundo, o Leão fez nada menos do que oito contratações, várias delas com boas referências. Aí, os rubro-negros pegaram a caneta e desenharam vários modelos de times promissores, bem ‘melhores’ do que o garrancho que vinha se apresentando até então.

O técnico Vagner Mancini foi na onda. Para o clássico, promoveu três mudanças em relação ao jogo anterior, com duas estreias. Exagerou na dose. Walter Bou precisou atuar porque André Lima estava suspenso, mas a entrada do menino Erick, talentoso, foi precipitada. Deveria ter esperado no banco, enquanto um outro atleta mais acostumado à forma de jogar do Vitória fizesse seu papel tático. O próprio Mancini admitiu, ao final da partida, que faltou entrosamento.

Já a diretoria do Bahia foi apedrejada e tachada de morosa demais por só ter feito duas contratações, ambas por necessidade extrema. Assim, o torcedor tricolor não se permitiu sonhar, mas, no fim, a atitude conservadora do Esquadrão acabou premiada. Que as pessoas admitam: os tricolores foram mais inteligentes.

O treinador Enderson Moreira conseguiu repetir a escalação da partida anterior, contra a Chapecoense. E, certo que não por coincidência, o time fez as duas melhores atuações sob seu comando nesses duelos. Mecanismos que não podiam ser percebidos nos primeiros jogos agora começam a aparecer. Diante da Chape, foi a saída de bola, o controle do jogo. Contra o Vitória, deram o ar da graça lances mais incisivos, e uma goleada por 4 a 1 foi merecidamente construída – quatro gols foram marcados, algo que o time não havia conseguido nem somando os sete jogos anteriores.

Era óbvio que, para voltar a ficar de bem com as redes seria preciso fazer uma movimentação diferente. Confundir os rivais. Sair do esquema ‘toca pra lá, toca pra cá, abre para o lateral, manda pra área e seja o que Deus quiser’. A saída eram as jogadas de apoio pelos lados, sempre foi essa a solução nos tempos de Guto Ferreira. É a força desse time, que precisa trabalhar melhor os talentos de seus atletas que atuam abertos.

Antes da lesão, Marco Antônio vinha fazendo com competência essa tarefa pelo lado esquerdo. Neste domingo, foi a vez de Zé Rafael assumir a responsabilidade. Atuou com inteligência, sem exagerar nas arrancadas, e mirando sempre a parceria com os laterais pelas duas pontas.

Desta maneira se originou o gol inaugural do Bahia. Vi muita gente comentando sobre a habilidade de Léo, o mérito da iniciativa individual. Isso foi o de menos. O lateral esquerdo não tinha a intenção de sair driblando até o gol. Quando começou a entrar na diagonal, já imaginava que um companheiro abrisse para ocupar seu espaço. Foi o que fez Zé Rafael. Assim que Léo cortou para o meio e chamou a atenção de quatro marcadores do Vitória, o meia se deslocou para ficar sozinho no canto da área. Recebeu o passe e bateu de primeira para abrir o placar.

Lances parecidos se repetiram em várias ocasiões durante a partida. Duplas e até trios se formavam dos lados do campo, com participação dos laterais (Léo e Bruno, este ainda devagar), meia-atacantes (Zé e Edigar Junio), além dos volantes (Elton e Gregore).

Imagem ilustrativa da imagem Bom pra quem não sonhou

Impulso

Além da melhoria tática, é preciso pontuar que jogadores tiveram atuações individuais raras nos últimos tempos. É erradíssimo dizer que esse fato tenha sido impulsionado pela atitude violenta de integrantes de uma organizada na sexta-feira. Entretanto, não se pode descartar que o episódio tenha provocado uma fagulha em espíritos adormecidos. Por mais que digamos não nos importar com opiniões alheias, estamos sempre querendo dar respostas, provar nosso valor.

Com relação ao que vem pela frente, é árdua tarefa fazer previsões. O Bahia precisa aproveitar o trampolim do Ba-Vi para confirmar uma reação ainda embrionária. Já o Vitória tem de contar um pouco com a sorte. É difícil que tantas novas peças se encaixem em um time ruim no meio de um campeonato e façam as coisas acontecerem.

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