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DETALHE TÁTICO

Não há competição

Por Jornalista l [email protected]

19/12/2017 - 7:30 h

Apito final da decisão do Mundial de Clubes! Real Madrid campeão! Explosão de alegria! Festa inesquecível! É claro que não foi assim. Viu-se no máximo alguns sorrisos e vibrações contidas dos astros da poderosa equipe.

É curioso que alguém ainda tente contra-argumentar diante de um fato tão claro. Mesmo com o pequeno aumento do interesse nos últimos anos, os europeus continuam vendo o Mundial como um torneio menor. E não é questão de prepotência ou de cultura, mas de coerência.

A cada temporada, os clubes do Velho Continente arrancam da América do Sul vários dos melhores jogadores do planeta. Estes, unidos aos craques de lá, compõem supertimes. Ou seja, se só nos deixam as sobras, é perfeitamente compreensível que não vejam como um grande objetivo superar equipes daqui, muito inferiores.

Além de terem atletas de nível incomparável, os europeus ainda contam com comissões técnicas modernas (algumas lideradas por sul-americanos) que revolucionaram o futebol mundial em processo vindo desde a primeira década do Século XXI. Simplesmente não há competição. O Planeta Bola está lá, com a Liga dos Campeões representando seu ponto máximo. O sucesso não passa, necessariamente, pelo título do Mundial de Clubes.

Para nós, o torneio simboliza uma fantasia. Todos sabemos que nossos times não se comparam aos europeus. No videogame, brincamos com as equipes de lá. Nas comparações bem-humoradas entre jogadores, buscamos referências de lá. Ou seja, perder o Mundial é o óbvio. Vencer é um sonho, é viver a ilusão de poder dizer que é, mesmo sem ser, o melhor do planeta.

No duelo de sábado entre Real e Grêmio, tudo isso ficou claro. Com uma ponderação. Nota-se que o futebol brasileiro evolui a passos lentos, o que se percebe a partir dos pontos que os times daqui já conseguiram ‘roubar’ dos de lá. O Tricolor gaúcho é compacto, sincronizado, sabe fazer pressão no campo de ataque e também marcar com todos os atletas atrás da linha da bola. Enfrentou os merengues de forma digna, não numa retranca pura e simples – como fizeram São Paulo, em 2005, e Inter, em 2006, quando foram campeões.

Inexistente

O problema está no ‘ter a bola’. As equipes brasileiras não estão acostumadas a enfrentar adversários que lhe exigem tanta intensidade para conseguir manter a posse da redonda por um tempo suficiente para criar jogadas. O Grêmio, absolutamente, não foi capaz de existir com a bola nos pés. No infográfico, destaco as ocasiões em que o Tricolor teve chance de construir algo a partir da recuperação total da bola (o mapeamento abrange o período do apito inicial da partida até o gol que definiu o 1 a 0, aos sete minutos do segundo tempo).

Imagem ilustrativa da imagem Não há competição

Em apenas oito oportunidades (círculos verdes) conseguiu fazer bem a transição e chegar ao campo de ataque em condição de ameaçar, embora só tenha ‘terminado’ a jogada uma vez, num cruzamento vindo da direita que foi cortado pela zaga merengue.

Os círculos vermelhos representam os lances em que o Grêmio teve a bola e não fez bem uso dela, ou a desperdiçando com chutões (24 vezes) ou com passes errados precoces (oito) ou em ocasiões nas quais foi logo desarmado (quatro). Sem o armador Arthur e com o meia-atacante Luan mais recuado, tentando – sem eficiência – iniciar jogadas, o time tendeu a prender demais a bola, algumas vezes ‘chamando’ faltas que impediram contra-ataques (das seis sofridas nessas situação, quatro foram cobradas com chutões, solução sempre usada também pelo goleiro Marcelo Grohe nos tiros de meta).

No fim, as estatísticas marcaram 39% de posse de bola e apenas uma finalização tentada pelo Grêmio. Desta forma, não dá para negar que o desejo de vitória tenha sido o mero alimento de uma fantasia.

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