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DETALHE TÁTICO

O poder da mentalidade

Por Jornalista l [email protected]

17/04/2018 - 18:47 h

Caso por um motivo qualquer, um imprevisto ou um compromisso implacável, eu não estivesse com os olhos vidrados em Roma x Barcelona, pela Liga dos Campeões, na última terça, não entenderia nada quando meu telefone desandasse a tocar inadvertidamente a partir das 17h40, por aí.

Mas, obviamente, eu estava acompanhando aquele que foi o evento esportivo mais impressionante de 2018 até aqui. Bastou soar o apito final e os nomes de pessoas que pouco ou nunca me ligam começaram a aparecer na tela do meu celular. Queriam ouvir palavras sobre a emoção de alguém conectado ao milagre – meu pai é nascido em Roma e torcedor da Roma, time que também aprendi a gostar. Deviam esperar também explicações sobre como foi possível alcançar tal façanha. Pena que eu não tinha nada relevante a dizer. Não sou bom em descrever sensações e, naquele momento, não encontrei nada que pudesse compor uma análise convincente do jogo.

Hoje, consigo entender. Eu poderia destacar a incrível disposição tática da equipe para exercer uma marcação por pressão que sufocou o Barcelona, especialista em sair dessas situações de aperto. O Barça foi tão surpreendido que até meados do segundo tempo se viu com posse de bola inferior à do adversário. Raridade. De fato, esse detalhe foi decisivo, mas: quantos times fazem isso no futebol atual? Centenas. E quantos são capazes de executar a estratégia com perfeição, e à exaustão? Poucos.

Nosso colunista e craque, Tostão trouxe um ponto crucial: “A Roma, após perder por 4 a 1, sufocou o Barcelona do primeiro ao último minuto, ganhou por 3 a 0 e está nas semifinais. (...) Uma das dificuldades da marcação por pressão é o cansaço, pois é quase impossível fazer isso durante os 90 minutos. A Roma fez”. Ou seja, não basta elaborar soluções táticas inteligentes, ter conhecimento das variáveis do jogo. É preciso ter o poder de colocar as ideias na cabeça dos atletas.

Um dos principais méritos de Eusebio Di Francesco, o treinador romanista, foi trabalhar bem a mentalidade dos jogadores, que mostraram uma sede admirável na partida. Di Francesco foi corajoso até ao poupar seu time titular quase inteiro no duelo anterior pelo Campeonato Italiano, no qual os giallorossi brigam por vaga para a próxima Champions. A equipe perdeu em casa para a Fiorentina, o técnico sofreu críticas, mas explicou sua decisão: “o milagre contra o Barcelona é possível”. Riram. Ri.

É notório que o trabalho de Di Francesco ainda não é suficiente para fazer da Roma um time consistente, regular. Mas é capaz de fazer com que o time atinja um nível muito alto em ocasiões pontuais.

E por aqui?

Ao trazer o assunto para o âmbito local, encontro uma diferença clara entre Bahia e Vitória. No Tricolor, vejo uma clara incapacidade do treinador Guto Ferreira de estimular a mente de seus atletas para atuações com grande entrega física. Os últimos exemplos de superação do Bahia vêm de jogos nos quais a interação com o torcedor deu empolgação extra.

Diante do Inter, domingo, na estreia do Brasileirão, a apatia foi enorme. Vinicius, destaque das competições menores de primeiro semestre, tentou jogar da mesma forma, andando, fazendo pose. Não dá. Na defesa, imperou o distanciamento na marcação. Ilustrados com os números 3 e 4 no infográfico, os lances dos gols do 2 a 0 para o Colorado evidenciam os espaços concedidos e os vacilos do sistema defensivo tricolor.

Imagem ilustrativa da imagem O poder da mentalidade

No Vitória, Vagner Mancini tem tido mais sucesso na missão de convencer os atletas a cumprir com determinação as tarefas táticas. Em compensação, os desastres extracampo que atormentaram o time neste ano, além das carências no elenco, têm deixado as coisas bem confusas na Toca.

A tentativa fracassada de antecipação de Kanu na jogada do gol precoce de Paquetá (número 1 no infográfico) e um erro de Rodrigo Andrade num lance seguinte (2) – no qual se vê apertado e, por não saber se portar como lateral, acaba desarmado – mostram o quanto o trabalho é complicado no Leão, que ainda verá sua rede ser balançada muitas e muitas vezes em 2018.

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