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DETALHE TÁTICO

Tostão não viu

Jornalista l d.dorea@hotmail.com

Por Jornalista l [email protected]

23/01/2018 - 7:58 h

Nosso colunista e mestre, Tostão mostrou-se otimista sobre a evolução tática das equipes do Brasil no texto publicado no último domingo: “após décadas de repetição, os técnicos começam a se libertar dos dois volantes, um do lado do outro”. Que ironia! Será que ele escreveria isso se tivesse como referência principal de análise o Bahia, com Edson/Nilton ou Edson/Elton?

Tudo bem. Não dá para cobrar que analistas nacionais saibam a fundo o que ocorre por aqui. Tostão, logicamente, não seria tão otimista caso fosse escrever sobre os primeiros jogos do Esquadrão em 2018.

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Na partida inaugural da temporada, o time se viu pregado nas pernas pesadas de Edson e Nilton. Neste domingo, diante do Bahia de Feira, a história não mudou muito, mesmo com a entrada do mais hábil Elton no lugar de Nilton. É porque não se trata só da questão da característica do jogador, mas do modo de atuar da equipe. É claro que o Tricolor apresentou muitos outros problemas nesses pouco mais de 180 minutos de futebol, porém, considero o anacronismo do seu meio-campo um dos principais.

Chamo de anacrônica a ‘duplinha de volantes’ inspirado nos ares de modernidade que Tostão vê chegarem ao país. “Corinthians e Palmeiras, nas estreias pelo Estadual, jogaram com apenas um volante e dois armadores. Prefiro essa formação. Pode chamar de 4-1-4-1 ou 4-3-3. Quando o time recupera a bola, ataca com dois meias, em vez de um, e, quando a perde, se defende com três no meio-campo, em vez de dois”, explicou.

Imagem ilustrativa da imagem Tostão não viu

Ou seja, você tem apenas um jogador para fazer a saída de bola, mas as opções à frente crescem, o que facilita o passe vertical. O que se viu contra Botafogo-PB e Bahia de Feira foram dois atletas sem muitos recursos técnicos trocando bolas de forma nada objetiva com zagueiros e laterais. Se você assistiu às partidas pela TV, certamente penou para encontrar os meias e atacantes no enquadramento da transmissão.

O jogo não flui. E não é só um problema de esquema, mas também de movimentação limitada. Faltam trocas. Por que, em alguns momentos da partida, um meia não vai buscar a bola para participar da trama e, ao mesmo tempo, conceder espaço para o avanço de um dos volantes? Trabalho básico para uma equipe que busca sair da previsibilidade e confundir a marcação rival.

Tudo isso me remete àquela velha história dos três volantes, lembram? Uma celeuma que atormentava o futebol. Pobre do treinador que resolvesse escalar num mesmo time três ou mais atletas que constassem na lista do elenco como volantes. Mas a verdade é que o 4-1-4-1, usado nas mais modernas e ofensivas equipes do mundo, pode ser interpretado dessa forma. No Bahia – preparo-me para ser apedrejado – reinou por dois ou três anos esse esquema. Mesmo os jogadores não sendo bons, havia um funcionamento digno do time (OK, nem sempre) com as parcerias de Hélder e Diones com os laterais. Fahel, até mais limitado que Edson, sofria para sair com a bola. O elenco atual permite fazer muito mais e melhor do que isso.

Sem evolução

Contra o Bahia de Feira, o técnico Guto Ferreira trocou no intervalo Edson pelo meia Vinicius. É bom ao menos saber que ele percebe o problema do time. Registrei no primeiro tempo todas as participações dos volantes tricolores no momento de construção das jogadas. Foram 60 ao todo, e reparem que na área destacada – correspondente às proximidades da linha de meio-campo – estão 88% (53) dos toques na bola de Elton (círculos azuis) e Edson (círculos vermelhos).

As participações ocorreram em sua maioria atrás da linha de meio-campo: 40 (ou 67%). E só em cinco oportunidades eles se aproximaram da área ofensiva. Um saudável avanço pela lateral se viu uma vez, com Elton. Mais incisivo foi Edson, que alcançou a meia-lua para arrematar a gol. Muito pouco para um tempo de jogo, porém.

E é claro que há uma lista de outros detalhes a corrigir: a baixa produtividade de Régis e Zé Rafael, a vulnerabilidade do lado direito da defesa, a apatia de Tiago, a falta de diálogo com o gol... Ao trabalho!

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