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21/06/2024 às 5:00 • Atualizada em 27/06/2024 às 21:53 - há XX semanas | Autor: Joana Lopo

ECONOMIA DO MAR

Inovação e sustentabilidade dominam Fórum de Economia do Mar

Evento promoveu discussões sobre de desenvolvimento socioeconômico e aplicação de inteligência artificial

Imagem ilustrativa da imagem Inovação e sustentabilidade dominam Fórum de Economia do Mar
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Desenvolvimento sustentável das atividades marítimas, produção de energia offshore, uso de inteligência artificial. O II Fórum Nacional da Economia do Mar foi palco de uma série de propostas e projetos inovadores, com as muitas potencialidades da Baía de Todos-os-Santos e do litoral baiano como principal tema.

O evento, realizado nesta quinta-feira (20) no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), foi promovido pela Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Marinha do Brasil, pela Fieb e pela Associação Comercial da Bahia (ACB) e reuniu mais de 200 participantes diretamente envolvidos no desenvolvimento da economia do mar brasileira.

“Muitos estados estão avançando nesse setor e precisamos inserir a Bahia nesse contexto, até porque a economia do mar na Bahia movimenta cerca de R$ 80 bilhões por ano”, destaca o diretor do WWI no Brasil e da Comissão de Economia do Mar da Associação Comercial da Bahia (Ecomar-ACB), Eduardo Athayde. “Temos um potencial enorme aqui, até porque Salvador é a capital da Amazônia Azul.”

Diretor Eduardo Athayde
Diretor Eduardo Athayde | Foto: Olga Leiria / AG. A TARDE

Em consonância com a Década do Oceano – iniciativa global da Organização das Nações Unidas (ONU) que se estende de 2021 a 2030 para avançar nos compromissos de desenvolvimento sustentável –, o fórum proporcionou o debate sobre soluções inovadoras e tecnológicas em setores essenciais da economia e focou na implementação de inteligência artificial (IA) e outras tecnologias avançadas em áreas estratégicas como portos, logística, indústria naval, óleo e gás, preservação de ativos naturais, pesca, turismo e náutica.

A Década do Oceano foi concebida para fomentar uma melhor compreensão e gestão dos oceanos, promovendo um equilíbrio entre a exploração econômica e a conservação ambiental. Neste contexto, o evento foi realizado a fim de integrar estas diretrizes globais ao cenário nacional, incentivando práticas que não apenas potencializem o crescimento econômico, mas também garantam a sustentabilidade dos recursos marinhos.

O evento foi dividido em quatro painéis temáticos, que foram: Organizando a Economia do Mar; Estruturando a Economia do Mar; Planejamento Espacial Marinho e Navegando Pelos Oceanos. Entre os palestrantes estavam o almirante e ex-comandante da Marinha, conselheiro do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro e assessor da FGV, Ilques Barbosa, o executivo de Novos Negócios do Senai Cimatec, Miguel Andrade, o presidente da Codeba, Antônio Gobbo, o sub-procurador-geral da república Luiz Augusto Santos Lima, o vice-presidente de comunicação e ESG da Acelen, Marcelo Lyra, o diretor do Ibram, Alexandre Valadares, o navegador, professor e empresário, Aleixo Belov, entre outros grandes nomes conhecidos no setor.

Instituições públicas e privadas também prestigiaram o fórum e proporcionaram uma visão multidisciplinar sobre a economia do mar, que abrange atividades como pesca, aquicultura, transporte marítimo e turismo costeiro. Além disso, a exploração de recursos minerais, considerado um dos setores mais promissores para o crescimento econômico do Brasil, foi tema de grande debate durante o fórum. Isso porque dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o setor movimenta cerca de R$ 230 bilhões por ano, representando aproximadamente 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Amazônia Azul

De acordo com Eduardo Athayde, um dos objetivos do fórum foi buscar inserir a Bahia no debate nacional, já que o estado tem o maior litoral entre os estados brasileiros, com 1.160 km de costa, e conta com a maior quantidade de municípios costeiros no Pais, com 46 municípios. “Ainda temos a Baía de Todos-os-Santos, que é conhecida como Capital da Amazônia Azul, com 11 portos e considerada por armadores internacionais como o maior e o melhor porto natural do Atlântico Sul”, destaca. “Com todo este potencial, a BTS ainda não dispõe de terminais ferroviários, o que inviabiliza o transporte intermodal, encarecendo e diminuindo a competitividade.”

No setor de logística, uma dos grandes projetos em curso para a BTS é a Ponte Salvador-Itaparica. Segundo seu CEO, Claudio Villas Boas, a nova infraestrutura vai conectar melhor as pessoas e proporcionar um novo vetor de desenvolvimento para a Bahia. “A gente pode fazer um paralelo com a Avenida Paralela, de Salvador, que tem aproximadamente a mesma extensão da ponte, e olha como proporcionou o crescimento da capital e da região metropolitana", compara. "É o que a ponte fará: vai expandir o desenvolvimento, conectando as regiões e favorecendo a distribuição de renda e a melhor distribuição do desenvolvimento econômico."

PEM

Segundo Eduardo Athayde, o Planejamento Espacial Marinho (PEM) é essencialmente importante para o desenvolvimento da economia do mar, pois visa a ordenar o território marítimo brasileiro, promovendo a atração de investimentos, a preservação ambiental e o crescimento sustentável. Athayde também ressaltou a necessidade de se integrar atividades empresariais com inteligência marítima e jurídica.

O vice-almirante Antonio Carlos Soares Cambra, Comandante do 2º Distrito Naval, também falou sobre a importância estratégica do PEM para a segurança nacional e o desenvolvimento sustentável das atividades marítimas. “Trata-se de um processo público de análise e alocação da distribuição espacial e temporal das atividades humanas em áreas marinhas, a fim de alcançar objetivos específicos para o desenvolvimento nestas áreas”, explicou. “Pode ser entendido como um instrumento multissetorial público, que organiza o uso compartilhado e eficiente dos mares, prezando pela sustentabilidade e soberania”.

Vice-almirante Antonio Carlos Soares Cambra
Vice-almirante Antonio Carlos Soares Cambra | Foto: Olga Leiria / AG. A TARDE

Apesar das conquistas e dos caminhos traçados para o desenvolvimento do setor, os desafios ainda são significativos. Por isso, o presidente da Companhia das Docas do Estado da Bahia, Antônio Cobbo, apontou a necessidade de mais investimentos em infraestrutura. Para ele, é imprescindível a formulação de políticas públicas eficazes que atraiam mais investimentos públicos e privados.

O presidente da Codeba também deu boas notícias. Segundo ele, a rota Bahia-China foi restabelecida, o que consolida a Bahia como um grande hub de negócios relacionados ao mar. O gestor também contou que será criado o Cluster Tecnológico da Bahia, que vai impulsionar ainda mais o setor.

Cimatec-Mar

Outra novidade foi levada pelo executivo de Novos Negócios do Senai-Cimatec, Miguel Andrade. Para ele, o evento foi uma oportunidade de discutir a diversificação da matriz econômica brasileira e fomentar setores estratégicos que possam alavancar o desenvolvimento regional e nacional. Ele ressaltou o potencial estratégico da Bahia, com a sua extensa costa e portos, e apresentou o projeto do Cimatec-Mar, que envolve pesquisa, tecnologia de ponta e inovação.

“A economia do mar tem um papel importantíssimo em vários aspectos da vida da sociedade”, ressalta Andrade. “Começando pelo transporte marítimo, principalmente a exportação. Mais de 90% das exportações brasileiras se dá pelo mar – e a Bahia está em uma posição estratégica destacada. Estamos no centro da costa brasileira, com uma baía de águas navegáveis, abrigada e com várias possibilidades de instalações portuárias. Esse é um potencial gigantesco para a nossa Baía de Todos-os-Santos.”

Executivo de Novos Negócios do Senai-Cimatec, Miguel Andrade
Executivo de Novos Negócios do Senai-Cimatec, Miguel Andrade | Foto: Olga Leiria / AG. A TARDE

Segundo ele, o novo campus do Cimatec será voltado para o desenvolvimento de pesquisas focadas na sustentabilidade dos sistemas marinhos, assim como para a tecnologia e excelência portuária, energias oceânicas, entre outros. “Na economia do mar, a gente enxerga o potencial de vários setores e está dentro da estratégia do Cimatec-Mar, que é de explorar oportunidades de forma responsável, sustentável, integrada com o meio ambiente, trazendo geração de riqueza para toda a nossa sociedade.”

Simulado CIMATEC / MAR
Simulado CIMATEC / MAR | Foto: Olga Leiria / AG. A TARDE

Inclusão

Durante o evento, o representante das Ciências para Oceano do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Roberto de Pinho, chamou a atenção para a necessidade de inclusão de comunidades e de toda a sociedade nas ações que envolvem a economia do mar. “Não podemos mais aceitar a ‘ciência paraquedas’, que cai em um lugar, coleta dados e vai embora sem qualquer interação”, pondera. “O que precisamos é de uma ciência transformadora.”

Inclusão também foi tema do navegador e fundador da Belov Engenharia, Aleixo Belov, um homem do mar que completou seis circunavegações – três no veleiro Três Marias, como navegador solitário, e mais três no celebrado veleiro-escola Fraternidade, com o qual divulgou Salvador e a Baía de Todos-os-Santos como capital da Amazônia Azul por todo o mundo.

“A gente não ouvia falar sobre economia do mar antes, o conceito não existia”, conta o celebrado navegador. “Depois, quando ouvi, descobri que passei a minha vida fazendo economia do mar.”

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