ECONOMIA
Acelen investe R$ 25 milhões em projetos de sustentabilidade
O programa foi dividido em três módulos
Por Fábio Bitencourt
Com o objetivo de estreitar o relacionamento com as comunidades do entorno da Refinaria de Mataripe, a Acelen investiu, no último ano, mais de R$ 25 milhões em projetos de responsabilidade social e ambiental. As ações têm foco, sobretudo, na inserção de jovens no mercado de trabalho, inclusão de povos tradicionais e preservação da biodiversidade.
Para ampliar a comunicação com a população, a empresa formou três Conselhos Comunitários nos municípios de Candeias, Madre de Deus e São Francisco do Conde. A partir desse diálogo, foram desenvolvidos projetos, como Rede de Valor, Jovem Aprendiz Acelen, Jornada Jovem, Acelera OSC Edital e Adote uma Turma, este último realizado em parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
O projeto Jornada Jovem, por exemplo, voltado à qualificação profissional de pessoas com entre 15 e 29 anos, formou duas turmas com 193 participantes. A iniciativa é fruto de uma cooperação entre a organização sem fins lucrativos AVSI Brasil, a Acelen e a Fundação Banco do Brasil.
O programa foi dividido em três módulos: Formação para a Vida, Mundo do Trabalho e Empreendedorismo e Tecnologia e Inovação. Os dois processos seletivos realizados contaram com mais de 10 mil inscritos.
Dos 200 aprovados, 193 integrantes concluíram a capacitação, e 31 conseguiram colocação no mercado de trabalho. Todos os participantes receberam auxílio-transporte e alimentação durante o período de formação.
De acordo com o vice-presidente de Recursos Humanos da Acelen, João Raful, os projetos impactam positivamente a vida de moradores de municípios da Grande Salvador, como Ilha dos Frades, Ilha de Maré e Bom Jesus dos Passos.
“O papel da Acelen vai além da atuação industrial. Desde que assumiu a gestão da Refinaria de Mataripe, a empresa tem contribuído para o desenvolvimento social, ambiental e educacional das comunidades no entorno da planta industrial. Os investimentos realizados refletem o compromisso em ouvir as comunidades através dos centros comunitários consultivos e, juntos, implementar ações. Em três anos de gestão, a empresa ampliou sua atuação social, consolidando seu papel como agente de transformação”, afirma.
Moradora de Madre de Deus, a estudante do sexto semestre de química, Luana Rolemberg, de 27 anos, participou da primeira turma do Jornada Jovem, em 2023. O curso, com duração de três meses, foi suficiente para ela ser aprovada em dois estágios na indústria petroquímica e, em seguida, ser efetivada em um laboratório de análise de combustíveis.
"É uma experiência muito válida, e bastante concorrida também. Principalmente por ser voltada a pessoas em situação de vulnerabilidade. O mercado é cada vez mais competitivo, e o projeto ajudou a me preparar para o processo (de entrevista de emprego). Até mesmo depois, a gente continua tendo acompanhamento multidisciplinar, é uma rede de apoio", conta.
Preservação ambiental
Os mutirões de limpeza realizados nos manguezais de São Francisco do Conde e na Praia de Madre de Deus, em parceria com a Solos Economia Circular, são exemplos do compromisso da Acelen com o meio ambiente. A empresa também apoia o Projeto Recife das Piraúnas - Movimento Replantio e de Educação Ambiental, que promove a educação socioambiental e sensibiliza estudantes de escolas municipais de Caípe de Baixo e a comunidade local sobre a importância da preservação e recuperação da vegetação desses ecossistemas.
Em parceria com a Pró-Mar e a startup Carbono 14, a Acelen patrocina o Projeto Corais da Baía. O principal objetivo é impulsionar o desenvolvimento sustentável das comunidades pesqueiras da Ilha de Maré e de Madre de Deus, por meio da restauração dos recifes de corais e do controle de espécies invasoras, como o coral-sol (Tubastraea), na Baía de Todos-os-Santos.
O Corais da Baía capacita dez jovens das comunidades, oferecendo treinamento em empreendedorismo sustentável e transferência de tecnologia social inovadora. A técnica utilizada envolve a restauração de corais nativos com substratos feitos a partir do esqueleto calcário do coral-sol, transformando um problema ambiental em uma solução regenerativa.
O cultivo inicial de 200 mudas da espécie de coral-de-fogo nativa com o esqueleto calcário do coral invasor marca o início da recuperação dos recifes de corais na região. A iniciativa promove a conservação ambiental e o desenvolvimento local e econômico, beneficiando pescadores e marisqueiras.
Segundo o fundador da Pró-Mar e CEO da startup Carbono 14, José Roberto Caldas Pinto, a reconstrução de corais pode colocar a Bahia "na vanguarda da restauração de ecossistemas", "criando oportunidades para quem vive do mar".
"É preciso mão de obra para poder recuperar. Tem um significado muito grande, o desenvolvimento de jovens, o protagonismo de mulheres (marisqueiras), e o cuidado com o planeta", diz o especialista, mais conhecido Zé Pescador.
"O trabalho está relacionado às ODS 13 e 14 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU), que cuidam da vida marinha e do combate às mudanças climáticas, respectivamente. O coral sequestra carbono da atmosfera, até para a própria formação calcária. Recifes de coral e manguezais são dois berçários da vida marinha, responsáveis pela atração da biodiversidade, que dá segurança alimentar para povos que tiram do mar o sustento", completa.
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