ECONOMIA
Bahia é 4º maior produtor de abacaxi do País
Por Marjorie Moura

Pátria do abacaxi (do tupi iuaka'ti , fruta cheirosa) ou ananas, palavra do tupi guarani que significa fruta excelente, o Brasil sempre foi um dos maiores produtores mundiais, disputando desde a década de 1990, a liderança global com a Tailândia.
A produção é mais expressiva na região Nordeste, com destaque para Paraíba e Bahia, respectivamente primeiro e quarto maiores estados produtores nacionais.
Na Bahia, o município de Itaberaba se destaca na liderança de produção, com trabalho cooperativado e uso de técnicas modernas de produção e de comercialização. A produção local mudou a vida dos habitantes e cresceu no mesmo período em que decaiu a produção de Coração de Maria, na década de 1990.
Sabor apreciado
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil é o maior produtor mundial de abacaxi, uma das frutas favoritas da população brasileira. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país produziu 1,5 milhões de toneladas da fruta em 2011.
Neste ano, a Bahia atingiu a produção de 140 milhões de frutos de abacaxi (IBGE, 2013), numa área colhida de 5.841 ha, obtendo um rendimento de 24.012 frutos/ha, pouco abaixo da média nacional de 25.239 frutos/ha. Responsável por 8,9% da produção e 9,3% da área colhida do país , é superada apenas pela Paraíba, Pará e Minas Gerais, maiores produtores nacionais há mais de uma década
A maior produção de abacaxi na Bahia ocorre em municípios da região semiárida, com destaque para Itaberaba, situado a 264 km de Salvador, que em 2011 respondeu por 58% da produção do estado. Segue-se Umburanas (2,2%), Macajuba (1,3%) e Boa Vista de Tupim (1,2%), os dois últimos na região de Itaberaba.
Chapada Diamantina
Domingo Reinhardt, diretor geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura, explica que Itaberaba tem 1.500 produtores (90% agricultores familiares) com propriedades de até 5 hectares. O município de 70 mil habitantes e localiza-se na Chapada Diamantina.
A cultura do abacaxi se consolidou na década de 1990 através do trabalho da Embrapa e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, ligada à Secretaria de Agricultura da Bahia.
Reinhardt diz que o cultivo exige um investimento alto, mas oferece retorno na mesma proporção. Segundo ele, o investimento inicial é de R$ 25 mil/ha com recomendação de 35 mil plantas/ha para um ciclo de 1,5 ano.
Mas as mudas que custam entre R$ 0,50 e R$ 0,45, no segundo plantio se multiplicam e caem para R$ 0,40 a R$ 0,35 .
Variedades resistentes
Nos últimos anos, a Embrapa lançou três variedades resistentes a pragas: BRS Imperial (2003), BRS Vitória (2006) e BRS Ajubá (2009), resultantes de experiências de cruzamentos realizado ao longo de 20 anos, explica Reinhardt.
A principal doença é a fusarios, causada pelo fungo Fusarium subglutinans. Se espalha pela ação do vento, salpicos de chuva e por insetos que pousam nas inflorescências. Pode provocar perdas com taxas superiores a 80%.
A fusariose ataca praticamente todas as partes da planta, e pode ser decorrente do plantio de mudas infectadas. Estas deverão ser arrancadas e enterradas ou queimadas. Os sintomas são folhas amareladas, com o "olho" aberto e exposição das folhas mais novas.
A prevenção de contaminação se dá pelo uso de mudas de procedência segura e da indução floral, método de controle da época da floração e, assim da colheita, por meio de substâncias químicas reguladores do crescimento vegetal (fitorreguladores). O método é utilizado na Bahia entre abril e julho. Leva 45 dias para surgir a flor e abertura floral, diz Reinhardt.
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