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GUERRA COMERCIAL

Bolsas em queda: saiba se Brasil será impactado pela crise financeira global

Guerra comercial entre os EUA e a China ganhou novos rumos e deve impactar em vários setores produtivos brasileiros, como a exportação

Por Carla Melo

08/04/2025 - 10:50 h | Atualizada em 08/04/2025 - 11:15
Produtos essenciais para setores econômicos do Brasil podem ser impactado
Produtos essenciais para setores econômicos do Brasil podem ser impactado -

As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em parceiros comerciais parecem ter ido além do que analistas esperavam. Isso porque, nas últimas semanas, inúmeros países do mundo viram suas bolsas de valores e preço de ação em constante queda, forçando o replanejamento das relações comerciais e reações políticas diante do tarifaço. E esse impacto pode atingir a população brasileira

O que aconteceu?

Europa e Ásia registraram queda em seus mercados de ações que superam anos de superávit. Na segunda-feira, 7, logo após a abertura, o índice Dax na Alemanha caiu quase 10%, enquanto o FTSE 100 em Londres teve uma redução de quase 6%.

As ações europeias despencaram 5% e as quedas nos EUA indicam queda em Wall Street após perder US$ 5 trilhões na semana passada. O índice Cac 40 da França está registrando queda de 7%.

Na Ásia, o principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997. O Shanghai Composite, da China, caiu mais de 8%, enquanto em Hong Kong o Hang Seng despencou 13% — o pior resultado em 28 anos. Os futuros de Nova York e as bolsas europeias afundam, sendo que a Bolsa de Frankfurt chegou a desabar 10% mais cedo refletindo o medo de uma recessão mundial.

Queda nos commodities

Analistas veem um forte impacto, não somente em uma possível recessão nos Estados Unidos, mas consequentemente, nos commodities com a redução de demanda. A preocupação de grandes empresas é com a desaceleração da demanda de componentes essenciais para a energia global, como o petróleo e o cobre.

O preço do petróleo bruto caiu cerca de 10% na semana passada. Na manhã desta segunda-feira, houve uma nova redução de 4%. Já o preço do cobre caiu cerca de 6% no início do pregão de segunda-feira antes de recuperar um pouco do preço.

PRODUÇÃO DE PETROLEO
PRODUÇÃO DE PETROLEO | Foto: Stéferson Faria / Ag. Petrobras

Para a professora de economia do Insper, Juliana Ianhz, a guerra comercial entre as duas potências econômicas ganhou novos rumos, quando, em resposta ao tarifaço, o país asiático deu iniciativa a uma retaliação impondo também tarifas mais altas à economia norte-americana.

"As bolsas derretem porque as incertezas estão elevadas. Todo o mundo está achando que a economia mundial vai crescer menos, o que parece realmente um fato. Todo mundo enxergando que economia americana e economia chinesa podem estar aí diante de reveses dentro do seu processo de crescimento. Os investimentos cessam ou travam, diminuem em volume tanto aqui quanto lá fora. Ninguém quer ficar com produtos arriscados, então todo mundo vende bolsa. Esse movimento que a gente está vendo de venda de bolsas, os preços dos papeis sendo empurrados para baixo, dinheiro saindo do nosso país, taxa de câmbio subindo faz com que a incerteza esteja em alta. Se isso permanecer por um determinado tempo, os efeitos disso serão inflação mais alta e crescimento menor, explica a especialista.

E o impacto no Brasil?

Com a taxação mais alta sobre os produtos exportados aos países norte-americanos, muitos dos produtos essenciais para setores econômicos do Brasil podem ser impactados. Em fevereiro deste ano, o Portal A TARDE mostrou que cadeias importantes como a Construção Civil podem sofrer encarecimento diante das tarifas, mas além disso, outros principais componentes exportadores nacionais, que são as commodities, também sentirão essas perdas na economia.

Colheita de soja
Colheita de soja | Foto: Divulgação | AIBA

“O minério de ferro, que é um produto que a gente exporta, está entre os componentes que serão mais sobretaxados pelos Estados Unidos. Assim também como o aço e o alumínio. Mas outras commodities, como a soja, que é o nosso carro-chefe, o milho, etanol, cana de açúcar são muitos dos setores que vão ser afetados justamente por conta do processo de desaceleração dessas economias mediante esse cenário. Quando o crescimento econômico realmente começa a dar as caras um tanto menor, as empresas lá fora também deixam de investir e forçam a gente a vender menos os nossos produtos”, disse a economista Juliana Ianhz.

Apesar dos receios diante dos efeitos negativos para o Brasil com as tarifas norte-americanas, há também os possíveis ganhos para o país com o atrelamento na economia chinesa, que continua sendo um dos maiores parceiros comerciais brasileiros.

Possíveis impactos positivos vão desde ganho de competitividade de produtos brasileiros no mercado americano, frente a produtos sobretaxados de outros países, a aumento das vendas de commodities para a China, já que o país tende a reduzir suas compras dos Estados Unidos.

O projeto de lei que aprova a retaliação a países e ou blocos que imponham barreiras comerciais a produtos brasileiros deve ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sanção nos próximos dias. A lei da reciprocidade promete ser uma resposta aos EUA.

Desemprego

Especialistas ouvidos pelo Portal A TARDE acreditam que a taxação vai mexer diretamente na produção da indústria nacional. Com a redução nas vendas ao exterior, vai atingir a camada trabalhadora, ocasionando no aumento do desemprego.

“A gente não tem setores que se bastam ou se estancam dentro da economia. Um efeito que puxa outro e quando a gente vai ver, a coisa já tá um tanto fora do nosso controle. Esses efeitos podem ser maiores do que o esperado, e podem levar a desdobramentos pouco agradáveis dentro da economia e o desemprego pode aumentar. Se a economia realmente desacelerar com esse processo”, continua Juliana Ianhz.

Redução de riscos para investidores

A especialista explica ainda que apesar de ser recomendado a amenização dos riscos, o investidores brasileiros também podem aproveitar a oportunidade com a guerra comercial.

“Para os investidores é preciso tentar se blindar um pouco do risco. O risco parece ser bem sistêmico, então produtos de menos risco agora podem ser para investidores menos qualificados, no sentido de conhecedores do mercado. Quem não conhece tanto o mercado talvez deva procurar produtos mais seguros", falou.

Juliana Ianhz ainda apontou que alguns investidores podem aproveitar oportunidades e o Brasil pode se beneficiar se conseguir aproveitar mercados que vão ser deixados descobertos por essa guerra comercial, já que China e Estados Unidos devem deixar de comercializar coisas entre si.

"O Brasil pode crescer se ele conseguir fazer acordos que supram essas necessidades. Talvez apostas em alguns setores específicos sejam positivas nesse cenário. Mas sempre ter muita consciência do risco e tentar diversificar para mitigar as perdas”, finalizou.

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Tags:

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