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Campos Neto defende autonomia do BC, mas promete aproximação com Lula

Presidente da República tem feito críticas à gestão da autarquia financeira

Publicado terça-feira, 14 de fevereiro de 2023 às 10:05 h | Autor: Da Redação
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto -

Em rota de colisão com o governo federal, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse no programa Roda Viva, da TV Cultura, que a credibilidade da condução da política monetária é a melhor forma de ajudar o governo. 

“O Banco Central é uma instituição de Estado, precisa trabalhar com o governo sempre. Nós estamos sempre abertos a trabalhar com o governo, a colaborarvou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para aproximar o Banco Central do governo”, disse.

O discurso aconteceu em defesa da autonomia da autarquia. "Estudos mostram que a autonomia gera menor volatilidade e nível de inflação ... A autonomia é um ganho institucional grande, que espero que não seja revertido", afirmou o presidente do Banco Central na segunda-feira, 13. 

Campos Neto afirmou ainda que a prioridade de sua gestão, neste momento, está no quadro de funcionários, "há muito tempo sem reajuste". "Houve greve forte em 2022 e é importante fazer algum tipo de recomposição", cobrou.

O Banco Central tem sido alvo de críticas do governo federal por conta do atual patamar da taxa básica de juros (a Selic), mantida em 13,75% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A preocupação é com os impactos da elevada taxa de juros sobre as perspectivas de crescimento do país. 

“Eu entendo que existe pressa da parte do presidente Lula. Entendo que existe uma agenda social. Nossa agenda é muito social. Se pensarmos tudo que o Banco Central fez, as grandes renovações foram todas visando o social”, afirmou Campos Neto.

As críticas do governo Lula também acontecem pelo perfil bolsonarista de Campos Neto, que foi flagrado participando de grupo de whatsapp com ex-ministros de Bolsonaro em janeiro deste ano, quando Lula já era presidente. A participação foi flagrada por fotografia registrada pelo jornal Folha de S.Paulo. 

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