ECONOMIA
Chapada se destaca na produção de hortaliças

Por Marjorie Moura

Vai longe o tempo em que era possível avistar plantações viçosas de hortaliças e folhosas em vários tons de verde, ladeando a Estrada da Rainha, em Salvador , ou ao longo de trechos da BR-324 dentro do município.
Há muito anos, o chamado "cinturão verde" se instalou no interior do estado, explica o engenheiro agrônomo da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e mestre em fitotecnia Alírio Vanderlei Xavier dos Santos.
Segundo ele, inicialmente estes cultivares se instalaram nas regiões próximas a Feira de Santana e atualmente mais fortemente em cidades da Chapada Diamantina ou da região semiárida, como Irecê, Jaguaquara e Juazeiro.
Já o município de Conceição do Jacuípe, conhecido como Berimbau, e situado a 90 km de Salvador, era o segundo maior produtor de hortaliças do estado.
Mas perdeu esta posição ao longo do tempo, embora ainda possua condições de retomar sua produtividade diante de suas boas condições de solo e clima para produção de hortaliças, principalmente de folhosas, como coentro.
Mas o maior destaque atualmente fica com o agropolo Mucugê-Ibicoara - área responsável pela geração de mais de cinco mil empregos diretos. Com uma produção anual de 500 mil toneladas de hortaliças, a área produz mais de 50% da batata-inglesa consumida no Nordeste, além de tomate, cebola, repolho, abóbora e pimentão.
No ano passado, uma empresa goiana se instalou em Morro do Chapéu, com objetivo de produzir, beneficiar e comercializar oito variedades de tomate a partir deste ano no Nordeste. A unidade empregou inicialmente 68 pessoas com previsão de chegar a 250 trabalhadores até o final deste ano.
Semiárido
Jaguaquara hoje é um centro distribuidor que recebe produtos também de outras regiões ali próximas, como a cidade de João Dourado e outros municípios próximos à região de Irecê.
Do centro de distribuição local, a produção é distribuída para Salvador e outras cidades. Jaguaquara é um dos maiores produtores de couve-flor da Bahia e também se especializou na produção de chuchu, batata-inglesa, cenoura, tomate, como todas as cidades circunvizinhas.
Alírio Xavier explica que o plantio de hortaliças e legumes também está em franca expansão em outros municípios do estado, como Itiruçu, Seabra, Boninal e Jacobina, entre outros.
Perspectivas
A olericultura (cultivo de hortaliças, folhosos e alguns tipos de fruta) apresenta grande destaque na produção agrícola brasileira.
Segundo a Embrapa Hortaliças, entre 2000 e 2011 o setor registrou crescimento de 31%. Entretanto o auge da produção correu em 2011, com 19,6 milhões de toneladas e movimentação de R$ 25 bilhões.
Em 2012 ocorreu queda para 18 milhões de toneladas, devido a fatores climáticos que se repetiram em 2013. Este ano, as estimativas são de melhoria na produção destes alimentos.
A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de 400 g/pessoa/dia de hortaliças e folhosas. Mas o consumo atual no Brasil é de apenas 132 g/pessoa/dia.
Em termos de aquisição domiciliar de hortaliças, a região Nordeste fica em quarto lugar com consumo, de 22,3 kg por habitante/ano.
O aumento da ingestão deste alimentos é considerado o eixo principal da promoção de saúde e segurança alimentar e nutricional.
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