Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > ECONOMIA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
23/06/2024 às 8:00 - há XX semanas | Autor: Joana Oliveira

MERCADO

Como empreender com pouco dinheiro?

Uma das possibilidades é começar o negócio dentro da própria casa para testar aceitação

Luciene abriu a Luloc
Luciene abriu a Luloc -

“Dinheiro é como na guerra: você conquista, protege e avança”. Foi com essa finalidade que Luciene Santana se lançou ao empreendedorismo, depois que a montadora de carros onde trabalhou por anos fechou as portas. Lá, ela sempre fazia “bicos”, vendendo cosméticos e lingeries para as colegas. Em um ano, juntou R$ 12 mil e usou o dinheiro para abrir a Luloc, uma empresa de locação de equipamentos, como andaimes e betoneiras, entre outros, em Simões Filho. “Meus pais eram feirantes, sempre vivi nesse meio do empreendedorismo. Sendo a mais velha de oito filhos, eu fazia pastel em casa para meus irmãos mais novos venderem na rua. Hoje, finalmente, tenho minha própria empresa”, conta ela, que é um exemplo de que é possível abrir um negócio com pouco dinheiro.

Luciene ri ao lembrar que a primeira locação da Luloc foi para uma Igreja. “Recebi R$ 300 em notas de R$ 2, R$ 5 e R$ 10. A partir daí, o faturamento foi aumentando e a empresa crescendo”. Ela começou o negócio na garagem de casa e hoje tem uma loja de 60m² e um galpão de 80m².

Começar uma empresa focada em algo que você já conhece e dentro da própria casa é uma das principais orientações para quem quer abrir um negócio, mas tem poucos recursos para investir. “A estratégia de começar pequeno e simples é uma abordagem sábia. Lançar a versão mais simples de um produto, por exemplo, permite que o empreendedor entre rapidamente no mercado, teste a aceitação e, em seguida, ajuste-o conforme necessário com base na resposta dos clientes”, afirma Raquel Teixeira, líder de Private da EY para América Latina.

A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada com apoio do Sebrae, mostra que a necessidade de enfrentar o desemprego, como no caso de Luciene, é a principal motivação para começar um negócio, segundo 82% dos entrevistados. Wagner Gomes, técnico do Sebrae Bahia ressalta, no entanto, a importância de empreender com base na oportunidade. “Se lá na frente, o mercado não atender a necessidade do empreendedor, o risco é maior”, diz. Gomes também aconselha quem está trabalhando e quer começar uma empresa a manter o emprego, pelo menos inicialmente. “Assim, se o negócio não der certo, o baque financeiro não será tão impactante”.

Planejamento é essencial

Em todo caso, o planejamento é fundamental para o sucesso da empreitada. A dica de Raquel Teixeira é criar um e um plano de negócios enxuto, com aspectos vitais do empreendimento, como a proposta de valor, o mercado-alvo e as estratégias de geração de receita.

“Isso permite que o empreendedor mantenha uma visão clara e pragmática do negócio, concentrando-se nos elementos que impulsionarão o crescimento e a sustentabilidade a longo prazo”. Ela orienta a ser realista quanto aos custos e ao capital disponível, identificar todos os recursos necessários para iniciar o negócio e planejar, se possível, uma reserva de emergência. “Além disso, utilize ferramentas de gestão financeiras para acompanhar as entradas e saídas desde o início, ainda que essa ferramenta seja uma planilha de Excel”, acrescenta.

Outra dica dos especialistas é recorrer aos recursos disponíveis, como cursos gratuitos e online de empreendedorismo e as redes sociais e plataformas digitais para marketing, que têm um custo relativamente baixo. Orientações que Luciene Santana segue à risca: “Minha loja é loja de bairro, mas vendo em vários canais, divulgo na OLX e faço anúncios em redes sociais”, conta.

Paixão e habilidade

Para quem busca iniciar um negócio com recursos financeiros limitados, identificar os setores certos pode ser crucial. Raquel Teixeira encontrar a interseção entre paixão e habilidade, escolhendo um setor que não apenas desperte o interesse do empreendedor, mas também onde ele tenha competências sólidas. “Setores como serviços de consultoria, educação online, marketing digital ou artesanato são exemplos onde as habilidades pessoais e a paixão podem ser facilmente aproveitadas para iniciar um negócio com pouco dinheiro. Comércio eletrônico também pode ser uma opção, é uma área em crescimento, onde o empreendedor pode começar vendendo produtos através de marketplaces antes de investir em um site próprio”, exemplifica.

O mercado de franquias também é uma opção, com negócios que começam com R$ 75 mil de investimento, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), além das franquias de baixo custo – ou microfranquias – que têm investimento inicial de R$ 10 mil. Segundo dados da ABF sobre as 20 Maiores Microfranquias por Operações 2024, predominam os segmentos de Serviços e Outros Negócios (55%), seguido de Saúde, Beleza e Bem-Estar e Casa e Construção (ambas com 10%).

A principal vantagem é um modelo de negócio testado e comprovado e uma marca já estabelecida, o que reduz significativamente os riscos. “O franqueado compartilha custos, sistemas e outros recursos o que possibilita acesso a grandes ganhos de escala. Há ainda toda a orientação, cursos e capacitação oferecidos pelo franqueador”, explica Fernando Ribeiro, diretor da ABF no Nordeste.

Nathália Souza, franqueada da TrataBem, empresa de tratamento de piscinas da iGui, é uma entusiasta desse mercado. “Eu já tinha uma empresa de franquias, que comecei há dois anos e na qual fiz um investimento alto, mas gostei do setor. Então, com R$ 75 mil, abri uma unidade da TrataBem em Arraial D’Ajuda, onde há muita demanda por esse serviço”. Ela conta que, com a grande aceitação da marca reconhecida no mercado e os processos estabelecidos, os lucros têm superado as expectativas. “É muito importante conhecer a marca com a qual você vai empreender, que estrutura vão te oferecer, para não se frustrar”, orienta.

No entanto, há também riscos a ser considerados. A principal desvantagem, diz Raquel Teixeira, é a falta de autonomia, já que os franqueados precisam seguir estritamente os procedimentos e padrões estabelecidos pelo franqueador. “Além disso, os custos iniciais e as taxas contínuas associadas à aquisição e operação de uma franquia podem ser significativos, o que pode representar um desafio para empreendedores com recursos financeiros limitados. E o sucesso do empreendimento ainda está sujeito a fatores externos, como condições econômicas e concorrência local, o que pode impactar o retorno do investimento”, explica a especialista. Em suma, embora as franquias ofereçam uma entrada potencialmente mais suave no mundo dos negócios, é essencial pesar cuidadosamente as vantagens e desvantagens antes de tomar uma decisão.

Assuntos relacionados

empreendedorismo estratégias de crescimento Franquias gestão financeira Marketing Digital planejamento de negócios

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

empreendedorismo estratégias de crescimento Franquias gestão financeira Marketing Digital planejamento de negócios

Repórter cidadão

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Assuntos relacionados

empreendedorismo estratégias de crescimento Franquias gestão financeira Marketing Digital planejamento de negócios

Publicações Relacionadas

A tarde play
Luciene abriu a Luloc
Play

Saiba detalhes do complexo eólico de R$3 bilhões inaugurado na Bahia

Luciene abriu a Luloc
Play

Chefe Dani Façanha mostra como fazer siri de forma sofisticada

Luciene abriu a Luloc
Play

Shopping abre às 6h e recebe grande movimento em Salvador; veja

Luciene abriu a Luloc
Play

Feira Baiana de Agricultura Familiar terá produtos de diversas regiões

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA POLÍTICA