PROJEÇÕES
Contas externas devem ter déficit de US$ 36 bilhões
Os dados refletem em uma redução na expectativa do relatório de inflação anterior
Por Da Redação
As contas externas devem ter um déficit de US$36 bilhões em 2023, o que representa 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção é do Relatório de Inflação, do Banco Central (BC), divulgado nesta quinta-feira, 28.
Segundo o BC, a redução do déficit projetado, que era de US$45 bilhões no relatório anterior, decorre, principalmente, da melhora do saldo comercial, que passou de US$54 bilhões para US$68 bilhões com o aumento do valor das exportações e a redução do valor das importações.
A revisão na projeção de valor exportado no ano reflete principalmente o maior volume embarcado de produtos básicos, especialmente petróleo e minério de ferro. Os embarques esperados para commodities agrícolas, como soja e milho, também foram elevados devido aos crescimentos positivos nos últimos meses. Também foi considerado o volume exportado ligeiramente menor do que anteriormente esperado para o ano no tocante aos produtos manufaturados e semimanufaturados, incorporando dados mais recentes da balança comercial.
Para as importações, há um recuo mais acentuado dos preços, principalmente para bens intermediários e bens de consumo duráveis. O volume importado, também revisado negativamente, incorpora a desaceleração da recuperação em bens intermediários, além de moderação nas importações de combustíveis, resultando em maior retração das importações totais em relação ao ano anterior.
O déficit esperado para a conta de serviços foi mantido em US$36 bilhões. A ligeira redução nos déficits das subcontas de transporte e viagens tem sido compensada pelo aumento dos gastos com outros serviços, como aluguel de equipamentos. Além disso, a inclusão das despesas com jogos e apostas favorece o aumento do déficit dessa conta.
Para a conta de renda primária, a projeção de déficit foi revisada para cima, com maiores despesas líquidas com juros e, principalmente, lucros e dividendos, que devem igualar a marca do ano anterior, a maior em 10 anos. A nova projeção incorpora desempenho mais forte que o esperado de setores como agropecuária e indústria extrativa, além de queda nas receitas com investimentos no exterior.
A projeção de gastos líquidos com juros, também majorada, reflete perspectiva de aumento em comparação a 2022 em razão dos maiores patamares das taxas básicas de juros nos países desenvolvidos. Na conta financeira, a projeção para a entrada líquida de IDP foi reduzida para US$65 bilhões (3,0% do PIB). Apesar do início de ano forte, continuando a tendência do ano passado, dados mais recentes incorporados à projeção ficaram abaixo do esperado, ensejando a revisão.
Espera-se uma redução nas amortizações de empréstimos intercompanhia, que podem ter sido favorecidas pelas receitas advindas do comércio internacional de bens no primeiro semestre. Para os investimentos em carteira, a projeção foi revisada da neutralidade para entradas de US$10 bilhões.
Além do saldo positivo concentrado em títulos observado no ano até julho, a revisão em relação ao Relatório anterior reflete melhora no ambiente para emissões de títulos no exterior, com redução da incerteza fiscal, resiliência maior que a esperada da atividade doméstica e estoque reduzido de títulos emitidos em moeda estrangeira, em relação ao pré-pandemia.
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