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Demonização do lucro é debatida em live da Associação Comercial da Bahia

Publicado terça-feira, 08 de setembro de 2020 às 20:18 h | Atualizado em 08/09/2020, 20:37 | Autor: Raul Aguilar
Participantes de live da ACB discutem o que chamam de demonização dos lucros no Brasil
Participantes de live da ACB discutem o que chamam de demonização dos lucros no Brasil -

A demonização do lucro foi tema da live promovida pelo Núcleo Empresarial de Gestão de Crise e Reputação da Associação Comercial da Bahia (ACB) na noite desta terça-feira, 8, na página oficial do núcleo no Youtube.

Intermediada pelo empresário, advogado e vice-presidente da ACB, Paulo Cavalcanti, a mesa-redonda virtual contou com a participação do jornalista e escritor Mário Rosa, que possui diversos livros publicados sobre imagem e reputação, da jornalista Monique Melo, sócia da agência de comunicação Texto e Cia e especialista em gerenciamento de crise, de Washington Pimentel, advogado especialista em direito societário, do advogado e escritor, Zilan Costa e Silva, de Marcelo Lyra, estrategista em reputação corporativa e Mário Dantas, presidente da ACB/Lide.

Na abertura da mesa, Mário Rosa criticou o preconceito contra os ricos que existe no Brasil, por questões culturais e difundido principalmente, na visão dele, por partidos de esquerda.

Com 21 anos de experiência na gestão de crise, tendo trabalhado para empresas, políticos e personalidades, Mário explicou que “as crises têm um padrão”, e tudo que “tem um padrão, pode ser previamente estudado e podemos nos preparar mais ou menos para aquilo que iremos enfrentar”.

O escritor e jornalista ganhador de dois prêmios Esso, pontua que a maioria das crises é deflagrada de dentro para fora, ao contrário do que muitos pensam.

“Crises não são eventos de fora para dentro, em geral, são de dentro para fora. Nos ambientes corporativos, pesquisas mostram que 70% das grandes crises são provocadas por assédio moral ou sexual, crimes do colarinho branco, alguém que não prestou atenção em alguma coisa. Prestar atenção ao dia a dia é um modelo de gestão. Subestimar os fatos é o pai de muitas crises”, explicou Rosa.

Sociedade da vigilância

A jornalista Monique Melo lembrou que vivemos em uma sociedade da vigilância e do risco, e por isso é importante se planejar. “Gestão de crise é se preparar para o inesperado, aquilo que poderá prejudicar nossa reputação, nosso negócio ou uma pessoa. Em qualquer crise o mais importante é priorizar as pessoas”, ressalta Melo.

A sócia da agência de comunicação Texto e Cia e especialista em gerenciamento de crise lamenta que no Brasil ainda não exista uma cultura de gerenciamento de crise, mas avalia que, após a pandemia da Covid-19, esse assunto estará na agenda das pessoas e das empresas. 

Paulo Cavalcanti ressalta que o Núcleo Empresarial de Gestão de Crise e Reputação da Associação Comercial da Bahia (ACB) é um programa de valorização da consciência social da empresa. Ele lamenta que, no Brasil, o sistema de Justiça e a imprensa acabe contribuindo para demonização das empresas nos escândalos, atribuindo às organizações, fatos que deveria ser transferido aos indivíduos que cometeram os eventuais ilícitos. 

“Empresa não pode ser destruída, ela é muito maior do que uma pessoa. Esquecem da função social da empresa, que é legalmente estabelecida que emprega funcionários. Ela é uma instituição formal, pagadora de impostos e geradora de riqueza”, ressalta Cavalcanti. 

O advogado e especialista em direito societário, Washington Pimentel Jr, avalia que muitas pessoas tentam apequenar a crise empresarial, analisando o fato de forma singular. 

“Tentam apequenar a crise empresarial, como se fosse apenas de dívida, financeira, sem identificar o contexto, algo mais global. O fechamento de postos de trabalho e a redução da circulação de riqueza, a sociedade não percebe que o ônus é suportado por todos”.

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