ECONOMIA
Desabastecimento atinge postos de combustíveis na Bahia
Sindicato que reúne os estabelecimentos culpa as distribuidoras pelo atraso na entrega de gasolina e diesel
Por Dante Nascimento
Postos de combustíveis de diversas regiões do estado têm relatado falta de gasolina e diesel nas bombas. Segundo o Sindicombustíveis Bahia, que representa os donos dos estabelecimentos, as distribuidoras estariam atrasando a entrega dos produtos desde a semana passada.
"Estamos recebendo reclamações quanto à dificuldade de abastecimento pelas distribuidoras e não temos qualquer informação sobre os motivos dessa restrição em vender os produtos aos postos. Já há informações de falta de produtos em alguns pontos de venda”, revela Walter Tannus, presidente da entidade.
Em Salvador, muitos motoristas foram pegos de surpresa. Alguns postos do trecho entre o Comércio e o Rio Vermelho, por exemplo, apresentaram problemas no fornecimento, conforme confirmou a reportagem de A TARDE.
Em condição de anonimato, para não prejudicar a relação com as distribuidoras, funcionários de postos da capital reafirmaram o desabastecimento e que uma nova remessa de combustível só chegou nesta terça-feira, 30.
Responsável pelo fornecimento de todo o combustível revendido pelas distribuidoras no estado, a Acelen informou que 100% do material contratado foi entregue, sem detalhar, por questões contratuais, o volume comprado pelas empresas que revendem os produtos aos postos. A Acelen adquiriu a antiga Refinaria Landulpho Alves no final do ano passado.
O Sindicom-BA, que reúne as empresas de distribuição de combustíveis que atuam na Bahia, disse que o desabastecimento é "pontual" e causado pela alta procura. A entidade destacou ainda que a situação é restrita aos postos que não são credenciados a nenhuma distribuidora, e que, por isso, não possuem garantia de suprimento por contrato.
"Em virtude de uma maior competitividade dos derivados de petróleo, como a gasolina e o diesel, comercializados pela Acelen, a Bahia se tornou mais competitiva do que seus estados vizinhos, com produtos ofertados pela Petrobras. Situação que estava inversa antes deste mês de agosto. Isso gerou naturalmente um crescimento da demanda dentro do estado", explicou Clécio Santana, diretor financeiro do Sindicom.
De acordo com Santana, o abastecimento deve ser completamente regularizado no começo de setembro.
"Sexta-feira deve ter anúncio com tendência de alta [no preço dos combustíveis] e a expectativa é que já na próxima semana isso [abastecimento] seja normalizado com um ajuste do consumo", finalizou.
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