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Desemprego na RMS volta a crescer após uma década

Publicado quinta-feira, 30 de janeiro de 2014 às 11:49 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Donaldson Gomes
Operário da construção civil
Operário da construção civil -

Após 10 anos de quedas, o índice de desemprego na Região Metropolitana de Salvador (RMS) voltou a crescer em 2013, de acordo com dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).

O percentual de desempregrados aumentou em 4,9% e alcançou 18,3% da população economicamente ativa no ano passado.

Mesmo com o aumento, a taxa ainda foi a quarta menor desde 2003, quando o índice de desemprego medido pela PED começou a cair na RMS.

O analista da pesquisa pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado (SEI), Luiz Chateaubriand, credita o resultado ao baixo dinamismo da economia no período.

"O nível de ocupação se manteve estável, mas o número de desempregados cresceu por conta do aumento da população em idade ativa", afirmou. Foram mais 55 mil pessoas no mercado.

"Chegou mais gente no mercado de trabalho que a capacidade de absorção no ano passado", disse.

Para Chateaubriand, o descolamento entre a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o desempenho do mercado de trabalho se deve aos setores que apresentaram movimentos de expansão econômica no ano passado. Ele lembra que o setor de serviços, intensivo em mão de obra "não saiu do lugar" em 2013.

"Você pode ter a economia crescendo pelo efeito de uma grande indústria, que nem sempre gera muitos empregos. O setor de serviço, que emprega bastante, não foi bem, sobretudo por conta do comportamento das atividades de alimentação e alojamento, que apresentou uma queda de 5,6% no nível de empregos", afirma o analista.

Na média, os serviços que tinham um total de 907 mil empregos na Região Metropolitana em 2012 encerram 2013 com o mesmo número.

"O problema é que neste período, a população aumentou", lembra Chateaubriand.

A construção civil também manteve inalterado o número de postos de trabalho em 144 mil. O setor de comércio e reparação de veículos foi o único que apresentou desempenho positivo, de 2,4% e a indústria caiu 0,8%. O total de pessoas ocupadas aumentou em 8 mil entre 2012 e 2013.

O destaque positivo do ano, segundo o analista da SEI, ficou para o aumento dos rendimentos médios em 3,3%. acima da inflação.
"Isso significa uma ampliação no poder de consumo da população, o que favorece o comércio e dinamiza a economia", explicou..

Perspectivas

No cenário econômico previsto por boa parte dos analistas, de um 2014 semelhante ao que foi o último ano, a geração de novos empregos vai depender bastante da entrada em operação de novos empreendimentos, afirma Luiz Chateaubriand.

"Esses novos projetos industriais (investimentos nos segmentos petroquímico, automotivo e naval) podem ser positivos não apenas para a indústria, mas também podem puxar outros setores da economia, como o comércio, a construção civil", afirmou.

Ele compara a situação à implantação do Polo Industrial de Camaçari, que atraiu uma ampla cadeia de serviços para Salvador: "Criou-se um bairro, do Stiep. Pode ser que isso se repita, mas não é de uma hora para a outra".

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