ECONOMIA
Dragagem em Itajaí deve terminar antes do previsto
Por Agencia Estado
O consórcio Draga Brasil iniciou a dragagem do Porto de Itajaí, em Santa Catarina. O porto catarinense, que era líder na exportação de carnes suína e de frango e segundo maior em movimentação de contêineres, teve cais e dois berços destruídos pelo excesso de chuvas que caíram no Estado entre outubro e novembro do ano passado. A dragagem é fundamental para aprofundar o canal que dá acesso ao porto e permitir a entrada dos grandes navios.
A Secretaria Especial de Portos (SEP) destinou R$ 350 milhões para recuperar as instalações e equipamentos danificados provocados pelas chuvas que atingiram o Estado. A dragagem do complexo portuário catarinense foi orçada em R$ 17 milhões e será realizada pelo consórcio composto pelas empresas EIT Empresa Industrial Técnica S/A, DTA Engenharia Ltda, Equipav S/A Pavimentação e Comércio e Chec Dredging e CO. Ltda. O grupo está trabalhando com duas dragas no Rio Itajaí-Açu: a menor tem capacidade de retirar três mil metros cúbicos de sedimentos e entulhos que reduziram a profundidade do canal que dá acesso ao porto.
O coordenador técnico do consórcio responsável pela dragagem, Octávio Bertacin, explica que o edital da SEP previa que as dragas deveriam chegar ao porto no prazo máximo de 20 dias, mas a Draga Brasil conseguiu colocar o equipamento no local em cinco dias. "Nosso consórcio reduziu em 15 dias o prazo previsto pela SEP e ainda trouxemos um equipamento maior que o proposto pela SEP", afirma Bertacin.
Segundo ele, o edital previa que o trabalho seria realizado por duas dragas (uma de 3 mil e outra de 5 mil metros cúbicos), mas o consórcio está operando com uma de 3 mil e outra de 13 mil metros cúbicos. Isso significa que a cada viagem, o consórcio consegue retirar um volume maior dos sedimentos que provocaram o assoreamento do canal. O coordenador explica que isso foi possível por conta da maior disponibilidade de dragas chinesas no mercado, fruto da desaceleração econômica, que reduziu a demanda no mercado fortemente disputado.
"Nossa expectativa é terminar a dragagem antes do prazo determinado pela SEP, que é de 90 dias, porque mobilizamos um equipamento maior", afirma Bertacin. Segundo ele, até o final desta semana será possível prever em quanto tempo este prazo poderá ser reduzido, depois de avaliar os sedimentos que estão no canal, como concreto e equipamentos que caíram no mar depois da destruição do cais e dos berços.
Com a dragagem, o calado do porto passará para 11 metros na parte interna e 12 metros na parte externa. Atualmente, depois dos estragos causados pela chuva, a profundidade na parte interna varia de 6 a 8 metros e na área mais externa de 10,5 a 11 metros. Um navio porta-contêiner tem um calado de 10 metros.
Cálculos preliminares apontam que as perdas com a paralisação de parte das atividades no porto catarinense chegam a cerca de R$ 30 milhões por dia. A suspensão teve reflexos nas exportações brasileiras de carnes. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o volume das exportações de carne suína apresentou uma retração de 55,8% em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2007, totalizando 25,8 mil toneladas. Os embarques de frango recuaram 9,4% em dezembro, somando 240,6 mil toneladas, também na comparação com o mesmo mês.
O diretor técnico do Porto de Itajaí, José Valdevino, estima que pelo ritmo dos trabalhos de dragagem será possível concluir a operação em praticamente metade do tempo previsto, mas lembra que ainda é preciso reconstruir os berços destruídos. Segundo ele, a SEP recebeu 10 propostas de empresas para recuperar o cais e deve receber mais dez propostas até amanhã. Ele explica que o edital da SEP prevê a conclusão dos trabalhos até junho.
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