PELA SEGUNDA VEZ
É batata! Saiba por que queda do preço do tubérculo puxou deflação
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a deflação foi de 0,02% em agosto
Por Carla Melo
Pelo segundo mês consecutivo, o Brasil registrou uma desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a deflação foi de 0,02% em agosto, a primeira desde junho de 2023, quando registrou uma queda de preços de -0,08%.
O setor de tubérculo, do grupo de alimentos, foi um dos maiores responsáveis por puxar esse cenário, com uma queda de preços de 16,3%. A batata inglesa aparece em primeiro lugar na lista, com desaceleração registrada de 19,04% - 12% maior que o mês de julho (7%) e 5,91% maior do que a previsão divulgada no dia 27 de agosto, pelo IBGE.
A queda gigantesca demonstrada entre os meses está sendo aproveitada também pelos consumidores. Dona de um restaurante na Boca do Rio, Silvia Letícia dos Santos, que costuma fazer pesquisas mensais dos preços dos alimentos para os cardápios do dia, disse que vai aproveitar a queda, mas ainda não está tão baixo como gostaria.
“Eu achei que realmente abaixou um pouquinho, um pouco, não baixou muito não. Ontem mesmo eu fui a um mercado pequeno e um mercado grande, e lá a diferença foi muito pouca. Agora nas feiras livres se encontra mais barato, mas ainda não está no preço de vidro que deve ser”, disse a pequena empresária.
O clima foi um dos principais responsáveis pela queda dos preços nos meses de julho e de agosto. Além da batata-inglesa, que faz parte da maioria da cesta básica dos brasileiros, alimentos como a cenoura, o tomate e a cebola registraram forte desaceleração de 17,54%, 16,89% e 16,85%, respectivamente.
“O clima favorável ajudou muito, então houve essa deflação, tanto batata quanto tomate e a cebola foram beneficiadas com o clima. Tivemos uma safra muito favorável que ajudou a essa pequena inflação”, disse o diretor de agricultura da Seagri Assis Pinheiro Filho.
Tá baixo, mas pode subir
A safra boa e clima favorável rapidamente dão lugar à preocupação com as queimadas que estão afetando regiões e podem impactar diretamente o preço desses alimentos. Segundo o diretor de agricultura, a diferença de preço pode ser pouca, mas preocupa devido ao avanço das queimadas no Brasil.
“Essa nova mudança de clima devido às queimadas. Nossa preocupação é de que pode novamente haver um aumento no preço desses alimentos no mês de setembro. O que estamos tentando ver agora é de que forma conseguimos evitar essas queimadas. Aqui na Bahia pode não haver tanto prejuízo porque também somos grandes produtores de batata, na região de Mucugê e Ibicoara, que tem uma região irrigada.
“Nossa esperança é de que a produção dessas regiões podem ajudar na manutenção dos preços, mas outros países da América estão com grande dificuldade de produção do produto devido às secas e pode ser que a nossa batata seja direcionada para exportação, já que os países vizinhos são grandes exportadores de batata para a Europa e talvez estejamos nesse lugar”
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