1ª STARTUP DE TELEMEDICINA VETERINÁRIA
Empresa baiana é investida pela 'shark' soteropolitana Monique Evelle
Projeto pioneiro foi exibido em novo episódio da Shark Tank Brasil desta segunda
Por Carla Melo
Cria do Nordeste de Amaralina, em Salvador, Monique Evelle começou sua jornada profissional aos 16 anos quando criou o Desabafo Social, um laboratório de tecnologias sociais para geração de renda, comunicação e educação no colégio estadual Thales de Azevedo, mesclando o objetivo de ‘mudar o mundo e ganhar dinheiro ao mesmo tempo’.
Hoje, a empresária coleciona o título de ser uma Forbes Under 30 Brasil, uma das 500 Personalidades Mais Influentes da América Latina e uma das 100 Empreendedoras do Ano (2021), ambas pela Bloomberg Línea.
“Quando termino a minha graduação, após diversas tentativas de finalizar o curso de BI, na Universidade Federal da Bahia, sou convidada pelo Caco Barcellos para o Profissão Repórter, em São Paulo. Mas logo percebi que eu tinha um prazo de validade na cidade porque eu queria voltar para Salvador e fazer a economia criativa se potencializar na cidade, e para isso eu precisava estar aqui. E hoje estou na capital depois de alguns negócios criados”, diz a investidora-anjo e a mais jovem shark da América Latina na franquia Shark Tank Brasil, em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE.
Também cofundadora da Inventivos, ao lado de Lucas Santana, a empreendedora atuou de forma massiva na ajuda aos empreendedores que começaram a perder os seus empregos durante a pandemia e iniciaram a empreender ‘por desespero’. O objetivo é justamente desenvolver uma comunidade vertical, que entrega aulas semanais, mentorias, networking e muito mais.
“Começamos a fazer a seguinte pergunta: há espaço para todo mundo no futuro do empreendedorismo? Porque em algum momento, a pandemia iria passar. Mas como a gente prepara as pessoas para prosperar os seus negócios e não apenas serem MEIs. Começamos a ir nessa linha, entendendo que a formação é importante, mas existe um segundo passo que era a conexão e o terceiro passo investimento para continuação do negócio através de investimentos anjos, que são desde pré-seed ao seed”, explica Monique.
O maior objetivo de Monique Evelle hoje é fazer com que os investimentos transformem Salvador na capital da inovação no Brasil.
“Há um ponto sobre investimento, que muitas vezes, o aporte Brasil está concentrado no Sudeste, mais especificamente em São Paulo, e é um esforço muito grande fazer com que as pessoas olhem para outra região do Brasil. Temos o Norte e o Nordeste que têm muitas potencialidades. As pessoas sabem que eu olho prioritariamente para essas regiões. É preciso que tenha também em uma startup de base tecnológica, ao menos 30% de grupos subrepresentados, ou seja, mulheres, LGBTQIA+, pessoas pretas, PcDs porque é uma forma também de termos equilíbrio nos investimentos quando falamos de capital de risco”, aponta ela.
Como boa baiana, ela continua enaltecendo a potencialidade do estado.
“O segredo da Bahia são os baianos porque o Brasil começou na Bahia, temos tecnologias sociais e ancestrais que sempre funcionaram na cidade e no estado e agora com a tecnologia digital, a gente não fica para trás. Salvador além de talento, tem método, técnica e aplicabilidade; temos diversos exemplos, desde o TrazFavela, que é o aplicativo de delivery, o AfroSaúde, Dr. Mep que é que eu acabei de fazer o investimento”, continua a empresária
O pitch [uma apresentação com objetivo de despertar o interesse de um investidor] das fundadoras do Dr. Mep, que foi mostrado durante episódio do Shark Tank Brasil desta segunda-feira, 21, no YouTube, encantou a shark baiana, que apesar de concentrar olhos para modelos B2B (empresas que prestam serviços para outras empresas), se interessou pelo impacto causado pela startup baiana, que inicialmente era B2C (empresas que prestam serviços para o consumidor final).
“Eu as questionei se a ideia funcionava porque havia sido muito recente a aprovação da resolução que entre outras coisas, aprovava a Telemedicina Veterinária no Brasil para fazer consulta. E foi no time certo. Elas estavam preparadas com a tecnologia para quando chegasse o momento da aprovação da resolução 1465 e isso virou muito a chave: elas se prepararam antes de chegar a lei e hoje são as primeiras do mundo”, enaltece Monique Evelle.
Pioneira em Telemedicina Veterinária
Em 2021, junto com a aprovação da resolução que regulamenta o serviço de telemedicina animal no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), as baianas Ana Gabriela Lima e Lara Judith Martins, junto com a paulistana Nathália Lubini, decidiram criar a Dr. Mep, startup que ajuda a acelerar os atendimentos de forma online. Com isso, a Dr. Mep tornou-se a primeira startup de telemedicina para pets do Brasil.
Segundo Ana Gabriela, a proposta da startup nasceu para curar algumas dores que profissionais de saúde veterinária enfrentam em suas jornadas de trabalho.
“Era uma sensação de sempre ser cobrada pelos aplicativos de mensagem. A sensação era de que o trabalho não terminava nunca. O veterinário sai do trabalho, mas o trabalho não sai do profissional porque os clientes seguem o profissional aonde quer que ele vá. Então a ideia era levar a educação, conhecimento sobre as situação dos pets para as pessoas, podendo assim, salvar vidas”, aponta a profissional, que também é médica veterinária.
A startup atende a uma necessidade muito frequente no universo de atendimento veterinário, uma vez que há ausência de uma plataforma capaz de deixar registros de receita, prontuários e outros documentos.
“Uma das maiores dificuldades hoje é administrar e gerir o tempo, e isso causa muito estresse para os profissionais porque os tutores acham que após o atendimento a um animal, o veterinário tem obrigação de sempre prestar essa assistência. Então a startup vem para ajudar os veterinários a formalizar essas relações quanto também para as clínicas veterinárias que muitas vezes o retorno às clínicas não é algo que os profissionais ganham com isso”, complementa Lara Martins, responsável pelo marketing da empresa.
Em março deste ano, elas se inscreveram no projeto Shark Tank Brasil, programa televisivo que recebe inúmeros de empreendedores que buscam negociar suas ideias para renomados investidores, como a baiana Monique Evelle.
Desde então, as empreendedoras têm procurado trazer cada vez mais a ampliação da conexão entre os médicos veterinários e os tutores através de um bom desenvolvedor, uma tecnologia de ponta que melhor atenda às necessidades e a segurança dos profissionais e. A expectativa é de que este ano, sejam alcançados mais de 5 mil tutores cadastrados e mais de cem clínicas e hospitais parceiros em um ano de atividade.
“No começo do ano nós recebemos uma mensagem do programa perguntando se não queríamos participar da seleção e encaramos como uma grande oportunidade para viabilizar o Dr. Mep”, explica a CEO Nathália Lubini.
“Nós sabíamos que precisávamos mostrar alguns pontos de atração para que conseguíssemos captar algum tubarão, tanto em questão de monetização, quanto do serviço da empresa e vimos que o B2B era o mais atraente. Hoje a plataforma cadastrar veterinários autônomos do Brasil inteiro, para que possam atender novos ou antigos tutores pela plataforma”, continua Lubini.
Atualmente a Dr. Mep conta com mais de 10 mil usuários cadastrados na plataforma, tem o objetivo de ampliar os serviços também para clínicas veterinárias e hospitais. O objetivo é democratizar os serviços para todos, atingindo o Brasil inteiro, até mesmo os locais mais interioranos e diminuir as barreiras geográficas.
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