Escolas já podem dar aulas grátis de finanças | A TARDE
Atarde > Economia

Escolas já podem dar aulas grátis de finanças

Publicado terça-feira, 16 de dezembro de 2014 às 08:37 h | Atualizado em 16/12/2014, 08:37 | Autor: Joyce de Sousa
A TARDE Discute Microcrédito
A TARDE Discute Microcrédito -

Escolas públicas e particulares baianas já podem programar a inclusão, gratuitamente, de módulos sobre educação financeira voltada para o empreendedorismo em suas grades curriculares de 2015. As dez unidades regionais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no estado estão preparadas para firmar as parcerias com as instituições de ensino tanto nos níveis fundamental e médio, quanto superior.

"O apoio das escolas é fundamental para desenvolver logo cedo nos jovens conhecimento sobre gestão financeira, como também estimular os estudos com foco no empreendedorismo", afirmou Emilton Sant'Anna, gestor de atendimento territorial da regional do Sebrae em Salvador. A educação financeira e empreendedora é vista como um dos caminhos para o bom uso do microcrédito.

No caso do Sebrae, o órgão também oferece gratuitamente possibilidade de parcerias com prefeituras, associações e cooperativas para
a realização de oficinas e palestras. "Tudo gratuitamente disponível para os 417 municípios baianos", frisou Sant'Anna. "A educação popular financeira como medida para impulsionar o microcrédito e a capacitação dos microempreendedores" foi o tema do último debate da série A TARDE Discute - Microcrédito, promovida pelo Grupo A TARDE, com o patrocínio do Banco do Nordeste (BNB).

Papel social

Durante quatro terças-feiras, foram debatidos temas relacionados ao microcrédito, incluindo os gargalos e caminhos para a expansão das linhas especiais de financiamento voltadas para o microempreendedor, individual ou micro e pequena empresa. Representantes de instituições financeiras, além de órgãos e associações voltados para orientação e consultoria, participaram dos debates, mediados pelo jornalista Geraldo Bastos, editor e colunista de Economia de A TARDE.

"Foi um grande exemplo do papel social do jornalismo", destacou Márcia Fonseca, gerente de microfinanças da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia).
"Só temos a agradecer por esta parceria, torcendo para que novas iniciativas como esta sejam realizadas", afirmou Lana Oliveira, gerente estadual de microfinanças do BNB.

Lana elogiou também o papel do Sebrae, instituição que também firma parcerias com o BNB para capacitação. "É importante termos programas de educação financeira que utilizem linguagens compatíveis com os diversos públicos destinados, desde crianças, com linguagem simples e didática, que valorize, por exemplo, noções como o planejamento", disse.

MEI e faculdades

De acordo com Emilton Sant'Anna, do Sebrae, o órgão disponibiliza módulos de capacitação que podem se adaptar aos diversos níveis estudantis, além dos programas diretos para o microempresário. No caso do microempreendedor individual (MEI), por exemplo, há o chamado Programa Sete SEI: Sei... Administrar, Empreender, Planejar, Controlar Meu Dinheiro, Comprar, Vender e Unir Forças para Melhorar.

Sant'Anna assegura que somente o MEI encontra no Sebrae 60 tipos de suporte. São enquadrados nesse perfil os empreendedores que faturam no ano, no máximo, R$ 60 mil ou R$ 5 mil, por mês.

Representante da Federação das Associações de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Estado da Bahia (Femicro), Daniela Cardoso destacou a importância para a economia baiana do engajamento das universidades. "Hoje, a maioria das faculdades só prepara os universitários para trabalhar em uma grande empresa ou para passar em concurso", lamentou. "É uma pena, pois acredito que o empreendedorismo seja o caminho para o desenvolvimento do Brasil", completou. "Sou professor de direito e realmente a maior parte dos meus alunos só pensa em fazer concurso", revelou o diretor do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendedores do Estado da Bahia (Ceape), José Nélio Corsini.

Boa gestão

A educação financeira e empreendedora é considerada fundamental para a boa gestão dos recursos liberados para os projetos das microempresas, "até como forma de reduzir a inadimplência", como ressaltou o diretor-executivo do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendedores do Estado da Bahia (Ceape), José Nélio Corsini.

"É uma forma de reduzir os altos riscos das operações de microcrédito", disse, ressaltando que os programas devem também enfocar o associativismo. "Notem que as atividades que mais crescem no Brasil são representadas por segmentos altamente organizados", frisou.

Márcia Fonseca, gerente de microfinanças da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), acha importante que os módulos incluam noções de planejamento. "É instrumento importante para a tomada de decisão", diz ela.

Representante da Caixa Econômica Federal, a técnica Normeide Carvalho informou que, embora o banco esteja atuando com microcrédito há pouco tempo (começou em agosto de 2011), a instituição sempre busca orientar o microempreendedor no momento da concessão do crédito. "A gente também sempre indica o Sebrae como fonte de orientação e maior detalhamento para uma boa gestão do negócio, porque também é do interesse do banco que aquele investimento prospere e que o microempresário precise de novos créditos para crescer cada vez mais", frisou.

"Graças ao A TARDE Discute pudemos compartilhar nossas experiências e saber, por exemplo, com detalhe todos os programas e possibilidades de parceria com as instituições que lidam com o microcrédito", disse.

O empresário Márcio Borja Jucá, da Borja Jucá Valorização de Ativos, empresa de consultoria à pequena e média empresa, também gostou do evento. "O microcrédito não é a nossa especialidade,  mas é sem dúvida um dos temas fundamentais para a movimentação da economia", diz ele.

Formalização

Os participantes da última edição do A TARDE Discute - Microcrédito ainda destacaram o papel do microcrédito para a formalização cada vez maior da economia, gerando emprego e renda, além de arrecadação para o setor público. "Que mais eventos como esses possam acontecer", afirmou Lana Oliveira, gerente de microfinanças do BNB.

Assista aos vídeos do debate:

Publicações relacionadas