ATUALIZAÇÕES
Estudo projeta avanço da malha ferroviária na Bahia até 2035
Proposta envolve avanço da FIOL, atualização e mudanças no uso das ferrovias no estado
A manutenção das ferrovias do estado e a realização de investimentos em novas malhas foram abordadas no Plano Estratégico Ferroviário da Bahia, apresentado nesta quarta-feira, 8, pela Fundação Dom Cabral. O encontro para a apresentação dos dados foi realizado no Senai/Cimatec, em Piatã, com a presença de representantes da Indústria e do setor mineral baiano.
O diretor da Fundação Dom Cabral e coordenador do projeto, Paulo Resende, disse que o estudo busca trazer para a Bahia uma oportunidade de inserção no que considera ser uma revolução na infraestrutura do Brasil, que é o aumento da participação das ferrovias na matriz de transportes.
“Estamos observando que o Centro Oeste brasileiro tem se movimentado, em especial na direção de determinados portos. O Sudeste e o Sul estão fazendo isso. E chegou a hora da Bahia mostrar todo o potencial de fazer parte dessa malha ferroviária, não apenas no presente, mas no futuro também. A Bahia tem um imenso potencial portuário. E a ferrovia precisa de porto. E assim podemos ficar conectados com o resto do mundo”, disse Resende.
O estudo considera que o avanço da malha ferroviária no estado passa pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL, com o recém construído trecho entre Ilhéus, Brumado e Caetité, além do avanço, além do avanço das obras da FIOL II, entre Caetité, Guanambi e Barreiras, e da construção da FIOL I, no trecho entre Mara Rosa e Água Boa.
O estudo ainda indica a construção de uma bitola larga em ramais como o que liga Camaçari com a entrada do Porto de Aratu, localizado em Candeias, e de Sento Sé até Campo Formoso. Nesse contexto, ferrovias antigas poderiam ser usadas para outros usos, como o transporte de passageiros ou de cargas. Entre elas, o levantamento aponta uma que conecta Camaçari, Simões Filho e o Porto de Aratu. Outra malha liberada seria a que passa por Castro Alves, Cachoeira e Santo Amaro.
O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antônio Carlos Tramm, destaca que a Bahia vive um problema de isolamento logístico. Ele destaca que a Bahia tem 11 portos e Terminais de Uso Privado (TUP), com a maior costa brasileira, mas com a falta de malhas de trem.
“Você não pode ter um porto sem trem. Eles precisam existir concomitante para permitir a saída e a entrada da carga. A Bahia é o terceiro estado em mineração no Brasil. Estamos com um projeto de ampliação da mineração, vamos lançar no final do ano uma província no Norte do estado. E como isso pode ser viabilizado? Com trem. E este encontro serve para a articulação com o Governo [da Bahia]”, disse o presidente.
As mudanças propostas pelo estudo da Dom Cabral são de médio e longo prazo, com projeções de impacto no volume transportado por ferrovias no estado até 2035.
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