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11/01/2021 às 17:01 • Atualizada em 11/01/2021 às 21:18 - há XX semanas | Autor: Raul Aguilar

ECONOMIA

Ford anuncia fechamento de fábrica em Camaçari

Permanecerão funcionando apenas Centro de Desenvolvimento de Produto, em Camaçari, o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo I Foto: Divulgação I Ford
Permanecerão funcionando apenas Centro de Desenvolvimento de Produto, em Camaçari, o Campo de Provas e sua sede regional, ambos em São Paulo I Foto: Divulgação I Ford -

Após 20 anos de atividades na Bahia, a fábrica da Ford, sediada no município de Camaçari (Região Metropolitana de Salvador) anunciou nesta segunda-feira, 11, o encerramento imediato das atividades de produção.

Além de Camaçari, a empresa de veículos automotores informou que encerrará a produção nas plantas de Taubaté (SP) e da Troller (Horizonte, CE) durante 2021. “À medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.

A empresa manterá no Brasil a sede administrativa da América do Sul, o Centro de Desenvolvimento, de Produto, que fica na Bahia, e o Campo de Provas. O fim das atividades da Ford Motor Company no país é parte do processo de reestruturação da empresa na América Latina, que passará a produzir veículos na Argentina e no Uruguai, importando-os para o Brasil.

“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil”, afirmou o presidente e CEO da Ford, Jim Farley, no comunicado enviado pela Ford. A alta do dólar e a queda nas vendas foram decisivas para a saída da montadora do país, segundo afirmou um economista consultado pelo A TARDE.

“A produção será encerrada imediatamente em Camaçari e Taubaté, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda”, afirmou a empresa de veículos automotores em comunicado enviado à imprensa.

A Ford Brasil prometeu “trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção”. A empresa norte-americana prevê que a saída do país custará ao menos R$ 4,1 bilhão em despesas.

“Em decorrência desse anúncio, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021. Aproximadamente US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos”, revelou a empresa em nota.

Impacto Econômico

A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) classificou o fim das atividades da Ford no Brasil como uma “péssima notícia para o país e para a Bahia, em particular”. A Fieb lembra que a Ford não é a primeira montadora a deixar o país e sinaliza que o movimento de êxodo das montadoras só reforça “uma dificuldade competitiva estrutural encontrada no país”.

“É uma perda relevante para a indústria baiana que terá impactos negativos relevantes para a cadeia automotiva do estado. O setor automotivo representa cerca de 5,5% do Valor da Transformação Industrial na Bahia, além de cerca de 4,1% do pessoal ocupado na indústria de transformação. Além dos sistemistas, que atuavam na própria fábrica da Ford, há fornecedores diretos e indiretos na área de pneus e petroquímica na indústria, sem falar de atividades portuárias e de logística que sofrerão, resultando em efeitos significativos. Atualmente, a Ford e seus sistemistas têm 7.216 empregados”, destacou a Fieb em nota enviada ao A TARDE.

A federação ressalta que, “como reconhecimento de todo apoio e suporte tecnológico do Senai, a Ford manterá sua área de engenharia na Bahia, onde terá uma atuação global”. A Fieb avalia que o grande desafio é “minimizar os impactos sobre a economia baiana”, buscando “novos investimentos num momento difícil''. E promete, ao lado do governo do Estado, envidar “todos os esforços para encontrar alternativas e prospectar possíveis interessados na unidade industrial da Bahia; inclusive, deverá compor o Grupo de Trabalho liderado pelo governo com essa finalidade”.

Rui culpa governo federal

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou ter recebido o comunicado da empresa norte-americana acerca do encerramento das atividades no país e consequentemente na Bahia, após uma reunião com a direção internacional da Ford, na tarde desta segunda. Em um vídeo, Costa lamentou a perda dos empregos e o impacto na economia. Ele também culpou a inanição do governo federal pela perda de investimentos e fuga de capitais que o Brasil enfrenta.

"A saída da Ford do Brasil significa milhares de desempregados, sendo cerca de seis mil demissões somente na Bahia. Significa aumento da pobreza em nossa nação. Infelizmente, são centenas de indústrias que vão fechando, semana após semana, já que temos um país que não cuida da sua economia, não garante segurança institucional a seus investidores e não faz as reformas necessárias - inclusive a tributária de que tanto precisamos. Ficamos indignados e tristes, pela falta de gestão, de competência e de trabalho, em nosso país. Infelizmente, enquanto uns, dia após dia, só fazem politicagem, nosso país vai perdendo centenas de investidores e postos de trabalho", lamentou Rui.

O governador disse ter entrado em contato com embaixadas de diversos países, especialmente os asiáticos, para convidá-los a conhecerem o “parque e a infraestrutura” da Bahia, para realizarem investimentos automobilísticos. Um grupo de trabalho foi criado pelo governo da Bahia, em parceria com a Fieb, para auxiliar na captação de investimentos.

Ministério da Economia

O Ministério da Economia disse em nota lamentar a decisão da Ford de encerrar a produção de veículos no Brasil. Segundo a pasta, o anúncio da montadora reforça a necessidade de uma rápida implementação de medidas para melhorar o ambiente de negócios, e de avançar nas reformas estruturais.

O ministério de Paulo Guedes afirmou, no entanto, que a decisão da Ford destoa de uma "forte recuperação" observada no setor industrial brasileiro.

“A decisão da montadora destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país, muitos já registrando resultados superiores ao período pré-crise"

Perdas em Camaçari

O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (DEM), lamentou o impacto econômico e social que o fim das atividades da montadora provocará no município. O encerramento das atividades da fábrica da Ford em Camaçari, provocará uma perda de arrecadação da ordem de R $150 milhões para o município, o que deve impactar nas contas públicas.

“Com muita tristeza, recebemos esta notícia da Ford. Infelizmente, a crise provocada pela pandemia da covid-19 trouxe consequências ruins para a área da saúde e, também, para a economia, fazendo com que pequenos e grandes negócios se tornem inviáveis. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para reduzir o impacto para os trabalhadores, pais e mães de família que vão perder o seu sustento”, assegurou Araújo.

O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), utilizou uma rede social para lamentar o fechamento da Ford no Brasil, classificando que o fim das atividades da empresa do ramo automobilístico provocará “um prejuízo incalculável para a economia do país e mais do que isso: para a vida de milhares de famílias”.

O deputado federal Paulo Azi (DEM) cobrou uma união das lideranças políticas da Bahia para tentar reverter a decisão da Ford Brasil de deixar o país e de encerrar suas atividades no estado.

“Uma notícia muito ruim para Camaçari e para a Bahia. Expresso minha preocupação com a perda de quase 6.000 empregos e com a queda de arrecadação que impactará a economia de Camaçari e da Bahia. É momento de todas as lideranças políticas da Bahia se unirem, deixando de lado suas divergências, para tentar buscar junto à Ford alguma alternativa que impeça o fechamento da fábrica de Camaçari”, cobrou Azi.

O deputado federal Afonso Florence (PT) explica culpa a “redução da atividade econômica gerada pela política contracionista dos governos Temer e Bolsonaro” pelo aprofundamento do processo de “desindustrialização” no país, gerando à reboque desemprego e o aumento da pobreza: “A isso se soma a instabilidade política gerada pelo governo Bolsonaro que hostiliza a todos. Virão outras má notícias na economia”.

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