TECNOLOGIA
Ford expande programa de impacto social na Bahia
Em parceria com o Senai, projeto capacita pessoas de baixa renda
A Ford Brasil deu início, ontem, na Bahia, à expansão do programa de impacto social Ford Enter. A iniciativa, promovida pela Ford Philanthropy, em parceria com o Senai, visa capacitar pessoas de baixa renda na área de tecnologia.
Desde ontem e até o dia 28 deste mês estão abertas as inscrições para 300 vagas no projeto. O curso terá início em janeiro, e será realizado nas estruturas do Senai Cimatec, na avenida Orlando Gomes, em Piatã, e no Pelourinho (Cimatec Digital).
Podem participar jovens a partir de 16 anos, residente da Região Metropolitana de Salvador, em situação de vulnerabilidade – renda familiar até quatro salários mínimos –, e que tenha terminado ou esteja concluindo o segundo grau. Não há limite de idade e não precisa ter conhecimento na área.
Para se candidatar, basta acessar www.ford.com.br, e clicar na aba Ford Enter. As informações foram divulgadas na manhã de ontem, durante uma coletiva de imprensa na sede do Senai Cimatec, na capital baiana.
Para a gerente de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da Ford, Roberta Madke, trata-se de uma oportunidade de ingressar em um campo em franca expansão.
Citando dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), Roberta pontuou que, até 2025, o déficit acumulado de novos talentos no setor será da ordem de 532 mil profissionais. “São vagas de emprego qualificadas, que deixam de ser ocupadas por falta de mão de obra”, disse.
Ao A TARDE, a diretora de Comunicação e Relações Públicas da Ford América do Sul, Pamela Paiffer, contou que o Ford Enter nasceu há dois anos, em São Paulo, tendo avançado para a Argentina, Chile, Peru e Colômbia. Nesse período são mais de 15 mil inscritos, e 400 profissionais formados –, a metade desse pessoal já alocada no mercado de trabalho.
O programa abrange preparação técnica, comportamental e também a fase da intermediação de emprego. “Na verdade são 400 famílias impactadas”, destacou.
Pamela ainda lembrou que o fechamento da fábrica da Ford, em Camaçari, em 2021, bem como de todas as unidades fabris brasileiras, se deu devido a uma “mudança na estratégia de negócio” global da companhia, que, na pandemia, resolveu parar com a fabricação de carros compactos e concentrar esforços nas “fortalezas” da marca: SUV, pick-ups e veículos comerciais. “Como resposta à demanda crescente por profissionais de tecnologia, e após refletir a estrutura de responsabilidade social é que surgiu o Ford Enter”, contou ela.
A programação com jornalistas e parceiros, pela tarde, incluiu uma visita ao Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford, localizado em Camaçari. De acordo com o diretor de Desenvolvimento de Produtos da montadora na América do Sul, Alex Machado, no local trabalham mais de 1.500 engenheiros e pesquisadores “conectados ao ecossistema mundial de inovação da Ford”.
Ainda segundo ele, os especialistas dedicam 85% do tempo ao desenvolvimento de projetos, como tecnologias semiautônomas e veículos elétricos e conectados. A equipe brasileira é responsável por 1/3 das tecnologias presentes nos veículos da Ford no mundo, destacou.
“Cavalo de pau”
“Foi um cavalo de pau (mudança radical) na estratégia (negocial). As fábricas foram fechadas, mas ao mesmo tempo existia um time altamente competente, que passou a desenvolver projetos de tecnologia avançados para todo o mundo”, falou Machado.
Ainda segundo ele, a parceria com o Senai, que já dura 20 anos, é crucial, no sentido de contar com uma infraestrutura de ponta e corpo técnico de excelência do Cimatec, além de um universo com mais de três mil estudantes de graduação e especialização em engenharias e afins. “É uma semente que estamos plantando, para quem sabe lá na frente a esse número ser acrescentado mais um zero".
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