MEMORANDO DE ENTENDIMENTOS
Fórum Bahia-China busca fortalecer parceria econômica e científica
Vice-governador, secretários e autoridades prestigiaram a abertura do evento
Por Eduardo Tito e João Guerra
O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), durante a abertura da primeira edição do Fórum Bahia-China de Cooperação para Estudos, Projetos e Negócios realizada na noite desta quarta-feira, 17, destacou a importância da parceria entre o estado e o país asiático no que se refere a atração de negócios para a Bahia, sobretudo com a construção da ponte Salvador-Itaparica e a reativação do polo automobilístico de Camaçari. O evento segue até o sábado, 19.
“Nós sabemos que a China é um dos grandes pólos de desenvolvimento econômico no mundo e relações como essa reativam a vontade de fortalecer a economia do nosso país, a economia regional dos territórios, dos estados e a Bahia não é diferente. Nós temos reforçado isso muito com o consórcio dos governadores do Nordeste”, destacou Geraldo.
O evento segue até o dia 19, reunindo representantes dos governos chinês e baiano, setores empresariais e exportadores da Bahia, bancos de investimento nacionais e internacionais e mais de 15 empresas chinesas de tecnologia e infraestrutura com interesse em investir no estado.
“É uma prioridade essa questão da ponte Salvador-Itaparica. O governador tem atuado junto aos secretários, com todos os esforços, toda a sua equipe técnica pra que a gente possa entregar esse equipamento, que será a base do desenvolvimento econômico do nosso estado”, complementou.
O emedebista contou ainda que, na terça-feira, 16, houve uma reunião com a equipe técnica do governo para a confirmação da chegada da empresa chinesa BYD em Camaçari para assumir o espaço deixado pela Ford no município da Região Metropolitana de Salvador. A companhia já é responsável pela obra do VLT do Subúrbio, na capital baiana.
A cônsul geral da República Popular da China no Rio de Janeiro, Lian Min, elogiou a iniciativa do fórum na Bahia e lembrou a idade de Lula ao país oriental.
"Em primeiro lugar eu gostaria de saudar, em nome do Consulado Geral da China no Rio de Janeiro, todos os convidados aqui presentes e também aproveito esta ocasião para agradecer ao Governo do Estado da Bahia e também ao SEI por nos receber com tanta hospitalidade. É muito satisfatório que, neste momento, as relações bilaterais de China e Brasil estejam muito estreitas. Queria ressaltar que, no mês passado, o senhor presidente Lula realizou uma visita com sucesso à China durante a qual os dois Estados chegaram ao consenso de aprofundar ainda mais a confiança política, expandir a cooperação pragmática com hospitalidade, amizade tradicional e fortalecer a comunicação estratégica e a coordenação sobre os principais temas internacionais e regionais", discursou.
Energia renovável
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida (PSB), apontou, por sua vez, o horizonte que se abre no estado com o investimento em energia renovável a partir de parcerias firmadas com a China.
Nesse sentido, Almeida destacou a missão feita pelo governo baiano com o governador e a equipe de secretários na China, com visitas às estatais e empresas privadas chinesas.
“A Bahia é a maior potência em geração de energia limpa na América Latina. A China é um parceiro comercial nessa profissão. E isso nos alegra porque um é estado pobre, que ainda precisa de muito combate à desigualdade, e nós teremos a oportunidade a partir da natureza, do que Deus nos deu, que são os ventos. Os bons ventos que faz a Bahia superar todos os outros estados, todos os outros lugares da América Latina. Isso nos dá uma grande oportunidade de nós construirmos então um estado mais justo e mais fraterno pro nosso povo”, diz o titular da SDE.
Impacto no orçamento
A troca de conhecimento técnico-científico entre Brasil e China trará impactos positivos no nas relações comerciais, aponta o secretário de Planejamento, Cláudio Peixoto que ressalta também o papel acadêmico do evento.
“Os frutos dessa parceria, como a economia do carbono, as ferrovias, infraestrutura e cidades inteligentes, são insumos importantes para lastrear os planos estratégicos da Bahia. Que vão desdobrar no plano plurianual, em orçamentos anuais, então são informações que vão dar substância aos instrumentos, planejamentos que vão elevar do estado”, aponta o titular da Seplan, argumentando sobre a possibilidade da parceria com a China abrir outras formas de cooperação com os demais países da Ásia e do mundo.
“Apesar de ser a China o maior parceiro comercial do Brasil e da Bahia, dá pra discutir possibilidades com outros países e isso é uma política que o presidente Lula tem fortalecido, de construir e manter relações entre países, sobretudo no hemisfério sul. E a Bahia, com esse espelhamento político com o Governo Federal também vai se aproveitar disso e manter relações tratativas com outros países do mundo asiático, da África também”.
Também presente na abertura do Fórum Bahia-China, o diretor-geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Acácio Ferreira, avalia que os ganhos serão em via de mão dupla para os brasileiros e baianos e para os chineses.
“Nós vamos importar da China a tecnologia deles, vamos nos apropriar da tecnologia com uma troca onde os dois países saíram ganhando e, com certeza absoluta, a gente terá um estado mais justo e mais sustentável com a vinda da China pra cá”, pontuou.
Combate à fome
O titular da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães (PCdoB), também presente no evento, falou ao Portal A TARDE sobre a experiência que a China teve no combate à fome.
“Nos últimos cinquenta anos ela [China] tirou quase que 800 milhões de pessoas da pobreza e da fome. Como é que o Brasil pode se espelhar na China e dar esse conhecimento técnico pra resolver esses problemas sociais que temos no Brasil? Do mesmo jeito que a China fez com o Brasil na década de 1970 até o início da década de 1980: chineses vieram aqui pra ver a experiência de industrialização brasileira. Na época, a produção brasileira e a participação do Brasil no mercado internacional era maior do que da China e da Coréia juntas. E agora nós temos que nos espelhar no que a China tem feito, as experiências positivas China, Coréia e tantas outras experiências internacionais que é ter um projeto de desenvolvimento nacional. Acho que é o maior exemplo”.
“A Bahia tem gargalos muito grandes na área de logística e a China pode contribuir bastante para essa superação e fazer investimentos que integram essas duas economias”, complementou.
Obras do VLT
O representante da BYD na Bahia, Alexandre Barbosa, falou ao Portal A TARDE sobre os andamentos das obras do VLT do Subúrbio. Segundo ele, a empresa e o estado estão nas tratativas finais para que as obras, de fato, comecem.
“A gente está adequando o nosso cronograma, adequando o nosso contrato, esperamos aí que possa ser começada o mais breve possível. Mas estamos em bons momentos, boas tratativas com o governo do estado”.
Ele crê que em 2023, o projeto será tirado do papel. “Os nossos pontos eu acredito que este ano possamos ter aí novas obras. Tanto o governo quanto a empresa têm todo o interesse em terminar o mais rápido possível”.
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