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COMÉRCIO

Fruticultores temem demissão em massa com tarifa de Trump

Produtores do Vale do São Francisco estão apreensivos com impactos da medida

Por Miriam Hermes

18/07/2025 - 6:30 h
Fruticultores do São Francisco estão preparados para exportar 2.500 contêineres de manga a partir de agosto
Fruticultores do São Francisco estão preparados para exportar 2.500 contêineres de manga a partir de agosto -

Preparados para exportar cerca de 2.500 containers de manga para os Estados Unidos a partir do próximo mês, os mais de três mil fruticultores/exportadores do Vale do São Francisco temem pelos impactos econômicos e sociais, com possibilidade de demissões em massa e perda da produção na lavoura. Isso, caso se cumpra a ameaça norte-americana de cobrar taxa de 50% acima das demais tarifas na exportação brasileira para aquele país a partir de 1º de agosto.

Importante atividade para a economia estadual e em diferentes regiões do estado, a fruticultura baiana exportou 187 mil toneladas em 2024, com receita de US$ 268,5 milhões, dos quais, US$ 71,8 milhões das exportações para os EUA.

Os dados foram sistematizados pela Coordenação de Acompanhamento Conjuntural da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI BA) e apontam que a manga, com US$ 156,4 milhões faturados no período, foi a fruta que mais somou para a receita de exportação. Seguida da uva, com US$ 45,2 milhões e do limão, com US$ 31,9 milhões.

Em Juazeiro, um dos grandes polos de fruticultura do estado, notadamente na produção de manga e uva, a expectativa é que hoje aconteça uma reunião com representantes dos produtores e outros segmentos envolvidos na cadeia produtiva, com participação do governador Jerônimo Rodrigues e comitiva para debater as ações que visam derrubar a ameaça norte-americana.

Presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, pontuou que a colheita da manga está preparada para começar na primeira semana de agosto, lembrando que os empresários investiram para garantir uma produção de excelência voltada para o mercado interno e externo, principalmente os Estados Unidos e a Europa.

Ele salientou que diante da ameaça do tarifaço, no momento os fruticultores estão inseguros e temorosos, pois também já compraram as embalagens, reservaram os contêiners e acertaram com os distribuidores. “E não é possível redirecionar essa produção para a Europa ou para o mercado interno sob o risco de colapsar os dois mercados”, alertou.

Somente da região do Vale do São Francisco, que abrange municípios da Bahia e Pernambuco, a estimativa é que a fruticultura gere aproximadamente 250 mil empregos diretos e outros 750 mil indiretos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Juazeiro, Josival Barbosa, é difícil estimar o número de demissões, mas é certo que serão muitas com reflexo na economia regional.

Frutas são perecíveis

Ele chamou a atenção para a o fato das frutas serem perecíveis, e por isso devem ser colhidas e comercializadas no momento certo. Vale lembrar que a janela de entrada da manga brasileira nos EUA, vai de agosto a meados de outubro.

Barbosa justificou a apreensão da classe, explicando que caso não se reverta a situação em tempo, nem vale a pena colher a produção. Esse trabalho implicaria em mais gastos, para ter um retorno abaixo do investimento, considerando a grande quantidade da fruta acima do planejado que chegaria para o mercado interno.

O setor está se mobilizando com os demais produtores brasileiros, na expectativa de anular a ameaça de Donald Trump, com uma série de encontros de abrangência nacional e estadual, com a participação também dos empresários importadores estadunidenses.

Caso não seja possível anular a taxa, os fruticultores pedem que não recaia sobre alimentos. “Não é justo e razoável taxar alimentos”, enfatizou o fruticultor, Guilherme Coelho, ressaltando que a tarifa trará prejuízos enormes para os dois países.

Para os fruticultores brasileiros o futuro está incerto. “Nossos produtores não terão mercado consumidor que absorva a sua produção e terão que demitir funcionários. Estamos falando de milhares de famílias que poderão ficar sem renda, sem comida na mesa”, destacou, ressaltando que o diálogo diplomático e o bom senso devem prevalecer.

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Bahia Fruticultores São Francisco Tarifaço dos EUA

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