ECONOMIA
Gastou além da conta? Estratégias ajudam a reorganizar as finanças
Primeiro passo para o equilibrio é revisar o planejamento
Por Dianderson Pereira*

Com o orçamento apertado e as reservas muitas vezes comprometidas por decisões financeiras acumuladas ao longo do tempo, reorganizar as finanças se torna essencial. Para retomar a estabilidade, especialistas recomendam revisar o planejamento, estabelecer metas realistas e adotar práticas como o controle de gastos, a automação dos aportes e a escolha de investimentos adequados - medidas que ajudam a garantir mais segurança e equilíbrio ao longo do ano.
Para Hélder Ferreira, planejador financeiro, o primeiro passo para reorganizar as finanças é mapear todos os gastos fixos e variáveis, confrontando-os com a renda mensal. Isso ajuda a identificar onde é possível cortar sem comprometer o bem-estar. “O ideal é entender o que realmente faz sentido manter no orçamento”, afirma. Ele recomenda analisar os extratos bancários recentes e classificar os gastos por categoria para ter uma visão clara das áreas que mais consomem recursos.

Já Andrea Carvalho, especialista em finanças, reforça que, depois de entender o panorama financeiro, é hora de fazer os ajustes necessários.

“A partir do diagnóstico, é possível ajustar os valores gastos em cada categoria e estabelecer objetivos individuais ou familiares, priorizando o essencial”, explica. Ela também chama atenção para a importância de distinguir os custos obrigatórios – como moradia e contas básicas – daqueles que podem ser eliminados ou substituídos por alternativas mais econômicas. “Será que, em vez de pedir um delivery, não dá para preparar algo em casa? Esse tipo de troca pode gerar uma boa economia”, sugere. Andrea ainda alerta para os riscos da contabilidade mental: “O objetivo é um controle nas receitas e despesas, pois utilizar apenas a contabilidade mental definitivamente não é a melhor estratégia”.
Projeção do futuro
Com as despesas organizadas e as metas definidas, o próximo passo é pensar no futuro. Especialistas indicam que projetar os compromissos financeiros dos próximos meses é uma forma eficaz de manter o equilíbrio e retomar o hábito de poupar. Raphael Carneiro, consultor financeiro, enfatiza a importância desse planejamento.
“O que já foi gasto não pode ser revertido, mas ao projetar os próximos meses, conseguimos identificar onde estão as oportunidades de corte”, aponta.

Ele acrescenta que, ao visualizar as obrigações futuras, fica mais fácil fazer os ajustes necessários. “Só com clareza dos compromissos que estão por vir é possível tomar decisões conscientes para manter as contas no azul”, afirma.
Para garantir regularidade nos aportes mensais, o planejador financeiro Eric Oliveira sugere automatizar as transferências. “Distribuir os pagamentos de despesas previsíveis ao longo do ano, como IPVA ou seguro do carro, evita sustos e ajuda a manter a disciplina”, explica.
Além de economizar e reorganizar as finanças, investir é essencial para fazer o dinheiro ganhar valor. Eric Oliveira destaca que a escolha dos investimentos deve considerar segurança e objetivos. "CDBs, Tesouro Selic e fundos de renda fixa são opções seguras, enquanto LCIs, LCAs e fundos multimercado podem trazer retornos maiores no longo prazo".
Evitando armadilhas
Planejar gastos e definir metas é importante, mas também é preciso atenção às armadilhas financeiras que comprometem a poupança. Hélder Ferreira alerta para o erro de gastar sem planejamento ao receber dinheiro extra, como a restituição do Imposto de Renda. "Em vez de consumir imediatamente, é recomendável destinar esses valores à reserva de emergência ou quitar dívidas pendentes".
Outro ponto de atenção é o uso excessivo do cartão de crédito. Andrea Carvalho explica que muitas pessoas acabam parcelando compras sem considerar o impacto no orçamento. "O ideal é utilizar o cartão de crédito de forma consciente, sempre dentro das possibilidades de pagamento integral da fatura".
Já Fernanda Prado destaca que comparar padrões de consumo pode levar a decisões financeiras equivocadas. "Cada pessoa tem uma realidade financeira diferente. Gastar para acompanhar o estilo de vida de terceiros pode resultar em endividamento desnecessário e dificultar a construção de um patrimônio sólido".
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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