GUERRA NA UCRÂNIA
Guerra faz Brasil repensar mercado, diz presidente da Fieb
Ricardo Alban acredita que sanções contra Rússia devem dar fim à guerra, mas Brasil deve repensar importações
Por Lucas Franco
Além de inúmeras mortes e destruição, a Guerra na Ucrânia provocou inúmeros transtornos na economia. Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban entende que o Brasil deve seguir com o posicionamento atual, sem declarações explícitas que coloquem o país a favor da Rússia ou da Ucrânia. “Nós ainda somos um país em desenvolvimento. A China não está tomando posições tão claras e é a segunda maior economia do mundo. Porque que nós temos que ser inovadores nesse ponto agora e não ser prudentes?”.
No entanto, uma grande lição para o Brasil, segundo Alban, é que o país repense o mercado e se torne menos dependente de importações, como por exemplo de fertilizantes, trigo e milho, especialmente para uso no agronegócio. “Precisamos entender que encadeamento produtivo é importante. Não significa ser bom em tudo, mas significa que você precisa comunicar suas rotas estratégicas e garantir o encadeamento produtivo”, disse Ricardo Alban.
Boa parte do trigo e do milho importado pelo Brasil vem da Rússia e da Ucrânia, o que pode, segundo análise do presidente da Fieb, desencadear em um aumento de preços em outros itens que venham de outras regiões do globo que não estão em guerra, mas que estejam de alguma maneira associados com estas commodities. “Esses produtos [trigo e milho] são usados em ração animal. Você vai ter outros produtos agrícolas que são usados em ração animal que vão acompanhar as demandas”.
A outra preocupação brasileira é a importação de fertilizantes. Alban deu como exemplo bem sucedido de interferência na cadeia produtiva a reabertura de uma fábrica de fertilizantes em Sergipe. “Há quatro anos uma fábrica [de fertilizantes] em Sergipe ia ser fechada. Ela não foi fechada, a Unigel assumiu e está aí agora a importância”.
Pressionada para dar fim à guerra, a Rússia tem sofrido diversas represálias. "Medidas que não sejam de embate físico, eu acredito que vá dar em um resultado surpreendente, para encerrar essa guerra o mais rápido possível. Porque todos perdem. Não há vencedor", pontua Alban.
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