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IABr: sem alta nas alíquotas, importação de aço subirá

Publicado sexta-feira, 02 de agosto de 2013 às 11:07 h | Atualizado em 19/11/2021, 05:25 | Autor: Fernanda Guimarães | Agência Estado

As importações de aço devem apresentar tendência de alta diante da não renovação da lista de exceção à Tarifa Externa Comum (TEC), anunciada na quinta-feira, 1, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, o setor foi pego de surpresa com o anúncio e considera que o cenário exige preocupação para as siderúrgicas brasileiras.

"Sem nenhuma proteção, com o patamar anterior da alíquota, a tendência é de que haja elevação das importações", disse o executivo ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Mello Lopes disse que as importações de aço neste ano registraram queda em relação ao ano passado por dois principais motivos: um deles foi o fim da chamada guerra fiscal dos portos, como a unificação do ICMS dos portos com a aprovação da Resolução 72, que entrou em vigor neste ano. A outra razão foi exatamente o aumento das alíquotas de importação para alguns produtos siderúrgicos.

"Se eu tiver minha competitividade de volta, com um processo de desoneração, dá para trabalhar com uma alíquota mais baixa", afirmou. Segundo ele, o setor siderúrgico brasileiro trabalha hoje com uma utilização de capacidade instalada de 70%, enquanto no mundo está em 77%. Hoje, segundo ele, o excedente de capacidade instalada no mundo gira em torno de 580 milhões de toneladas.

Segundo o presidente do IABr, a situação do setor não está diferente do que aquela vivenciada em outubro do ano passado, quando essas alíquotas foram elevadas pelo governo. "O mundo não diminuiu o seu excedente de capacidade e ainda há novas capacidades entrando em operação", disse.

Mello Lopes disse ainda que a entrada de aço no país, medida pela importação sobre o consumo aparente, ficava historicamente entre 5% e 6%, mas passou para 20% nos últimos anos, chegando em 2013, com a recente queda das importações, em torno de 13%. O executivo destacou também que a recente desvalorização em relação ao dólar não se deu apenas no Brasil e que isso diminui a vantagem competitiva brasileira.

As importações de aço plano no Brasil somaram em junho 239,8 mil toneladas, queda de 32,2% em relação ao mesmo mês de 2012. No acumulado dos seis primeiros meses do ano houve uma queda de 14,6%.

Na quinta-feira, 1, ao anunciar o fim da renovação da lista de exceção à Tarifa Externa Comum, Mantega afirmou que, diante da desvalorização do real em relação ao dólar, essas alíquotas diferenciadas não seriam mais necessárias. Na ocasião, o ministro disse que a indústria siderúrgica está indo bem.

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