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ECONOMIA

Inflação encurta vale-refeição de trabalhadores

Este ano o benefício tem durado apenas 11 refeições, duas a menos do que o número registrado em 2022

Inara Almeida*

Por Inara Almeida*

17/04/2023 - 6:00 h
Natália Maria Cruz, economista
Natália Maria Cruz, economista -

Em meio a um cenário de aumento de preços, trabalhadores que recebem vale-refeição precisam fazer malabarismo para dar conta de comer fora todos os dias. De acordo com um levantamento realizado pela Sodexo Benefícios e Incentivos, o vale tem bancado apenas 11 refeições, em média, duas a menos do que o registrado em 2022.

Ainda que empresas de todos os portes tenham feito reajustes nos valores dos benefícios, os trabalhadores precisam tirar do próprio bolso o dinheiro para os almoços. A pesquisa levou em conta o valor médio de R$ 40,64 por refeição, da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) feito no meio do ano passado.

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De acordo com o Diretor Executivo de Estabelecimentos da Sodexo, Antônio Alberto Aguiar, além de auxiliar no direcionamento aos parceiros estabelecimentos, clientes RH’s e consumidores, o intuito da pesquisa é chamar a atenção da sociedade e do poder público para a necessidade de manter a alimentação adequada e de qualidade do trabalhador. "São os mais impactados dentro de um cenário econômico incerto", afirma.

A economista Natália Maria Cruz explica que a inflação é a grande vilã responsável pela perda do poder de compra dos brasileiros, e que o setor de alimentação foi um dos mais impactados neste processo. Segundo dados do IBGE, entre 2019 e 2022, a inflação acumulada em 12 meses registrou índice de 4,31% ao ano até 10,06% ao ano.

“Se R$ 30 comprava um almoço em 2019, os mesmos R$ 30 não compram a mesma refeição em 2023. Seria necessário que os reajustes do vale-refeição seguissem, pelo menos, a inflação do período para que o poder de compra permanecesse íntegro, mas não é isso que acontece”, pontua.

Comer fora de casa

Um levantamento realizado pela empresa Ticket mostrou que, nos últimos 11 anos, o valor médio gasto em refeições fora de casa cresceu 48,3%, indo de R$ 27,40, em 2013, para R$ 40,64 neste ano.

Em Salvador, segundo a pesquisa de 2022 da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), o preço médio da refeição fora de casa é de R$ 42,19, e R$ 38,45 nos restaurantes por quilo.

Julia Souza (nome fictício) descreve como “caótica” a sua experiência com o vale-refeição concedido pela empresa que trabalha. Segundo ela, o valor de R$ 312,48 que entrou este mês não dá conta nem dos almoços, muito menos de jantar e outras refeições diárias. De acordo com a jovem, não houve reajuste do benefício em relação ao ano passado.

“Então, o dinheiro acaba destinado para marmitas. Minha mãe é quem fica com o vale-refeição e organiza o que pode com o valor. Mas, mesmo com as marmitas, está difícil fazer milagre”, conta.

Marmita como opção

Mesmo quem foge das refeições na rua e opta por almoçar em casa ou levar marmita para o trabalho, está vendo o bolso pesar. Isso porque, nos supermercados, a alta de preços também compromete a realização das compras do mês e nem sempre os cartões-alimentação oferecidos pelas empresas conseguem dar conta dos gastos.

A estagiária Alice Ribeiro (nome fictício), que mora sozinha e arca integralmente com as suas despesas, não consegue fazer com que o valor que recebe da empresa para custear a alimentação dentro de casa chegue até o final do mês. Mesmo almoçando duas vezes por semana no trabalho, os três dias de home office têm gerado dor de cabeça.

“Recebo R$ 350 e, mesmo sendo só para mim e almoçando duas vezes por semana no restaurante da empresa, uma ida ao supermercado já leva 1/3 deste valor comprando apenas o essencial. Está tudo muito caro”

Para tentar driblar a situação, a estudante de engenharia química tem congelado marmitas para a semana, o que, além de poupar tempo, a faz ir menos vezes ao supermercado e, consequentemente, gastar menos. Além disso, ela busca fazer substituições, como a carne vermelha por frango ou linguiça.

Para tentar fazer com que os benefícios das empresas rendam mais, Natália sugere que os trabalhadores adotem algumas estratégias. Uma delas é destinar o vale-refeição para os almoços - e não outros hábitos de consumo. Além disso, a economista orienta que as refeições sejam pensadas a partir de um planejamento.

"Se o crédito recebido garante 22 refeições no mês por R$ 40 cada, ele deve buscar as opções de restaurantes que estejam dentro dessa faixa de preço. Além disso, buscar programas de fidelidade que os próprios restaurantes oferecem, com descontos em refeições a quem se mantém assíduo”, diz.

Outras dicas, segundo Soraia Batista, nutricionista da Sodexo Benefícios e Incentivos, incluem evitar pedir bebidas ou optar por água. Buscar estabelecimentos que oferecem refeições a la carte ou PFs e dividir o prato com mais pessoas também é uma alternativa, garante.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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