TRIBUTAÇÃO
IPVA Bahia 2025: vale a pena pagar à vista ou parcelar?
O desconto é de 15% para o contribuinte que quitar o imposto, à vista, até o dia 7 de fevereiro, e de 8% até o dia do vencimento da primeira cota
Por Daniel Araújo*
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é uma das despesas anuais que assustam muitas pessoas, especialmente no início do ano, quando também surgem outras obrigações, como matrícula escolar e material didático. Para que esse gasto não prejudique a organização financeira, um bom planejamento é essencial.
Uma das primeiras questões que surgem no momento do pagamento do IPVA é se vale a pena pagar à vista ou se é mais vantajoso pagar em parcelas. Neste ano, de acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria da Fazenda da Bahia, o desconto é de 15% para quem quitar o imposto, à vista, até o dia 7 de fevereiro. Os contribuintes também têm a opção de quitar o imposto com 8% de desconto até o dia do vencimento da primeira cota do parcelamento previsto para o seu veículo, conforme o número final da placa, de acordo com o calendário do IPVA 2025.
O aposentado Carlos Rodrigues aproveita as vantagens, mas também já optou pelo parcelamento em outros momentos. “Gosto de sempre pagar à vista, justamente pelo desconto que é oferecido, pra mim é mais vantagem e menos uma dívida. Antigamente eu pagava dividido em 4 vezes, depois eu percebi que era mais vantajoso pagar a cota única e pagar menos”, conta. É importante destacar que o estado da Bahia manteve em 2025 o parcelamento do IPVA em cinco vezes. Quem optar pelo parcelamento não terá acréscimo, deixando apenas de ter direito aos descontos de quem pagou à vista.
Apesar do desconto, segundo especialistas é preciso avaliar outras questões antes de decidir. “O que normalmente a gente pensa logo em ver em relação ao pagamento à vista/parcelado é o desconto. Vale ou não a pena? Esse, sem dúvida, é um ponto importante e com a possibilidade de desconto de até 15% é algo bem atrativo. Mas, além disso, é preciso entender o impacto do pagamento à vista nas finanças, no mês. Desembolsar esse valor de vez vai complicar os primeiros meses do ano? Se for complicar, talvez não faça sentido aproveitar o desconto”, sugere o consultor financeiro Raphael Carneiro.
O pagamento do IPVA chama atenção para uma questão importante de planejamento financeiro, que é lidar com despesas previsíveis. “O brasileiro precisa parar de pensar no mês e planejar o ano. Algumas estratégias incluem a criação de um fundo anual para reservar mensalmente uma pequena quantia ao longo do ano para despesas como IPVA e material escolar. Por exemplo, guardar R$ 100 por mês já acumula R$ 1.200 no final do ano. Outra ferramenta pode ser o acompanhamento do orçamento, saber para onde vai o dinheiro e priorizar gastos essenciais ajuda a evitar surpresas. A antecipação das compras também pode ser útil, para materiais escolares, por exemplo, aproveitar promoções fora de época pode gerar economia significativa. Por fim, o uso de reservas planejadas, caso o fundo específico não seja suficiente, utilizar parte do 13º salário ou de outras reservas pode ser uma solução, desde que seja feito com cautela e sem comprometer emergências”, explica o consultor financeiro Paulo Neto.
Planejamento anual
O planejamento anual também é recomendado por Raphael. “Uma estratégia muito importante, é fazer uma caixinha ao longo do ano. Fazer uma estimativa de quanto fica a despesa do IPVA, do material escolar, do IPTU e divide por 12 meses. Ao longo do ano tenta juntar esse valor na medida do possível. Se, por exemplo, tudo der R$ 2400, tem que separar R$ 200 por mês. Pode ser que não consiga juntar todos os meses, mas se conseguir manter um ritmo bom, vai chegar no ano seguinte com uma boa parte do valor das despesas do começo do ano”, indica.
Uma outra estratégia interessante a ser avaliada por quem terá que pagar o tributo neste ano é o uso do décimo terceiro salário. “O uso do 13º para quitar essas despesas do começo do ano, se a pessoa já não tiver dívida, é uma boa saída. Você não compromete a receita do mês e se livra da despesa”, afirma Raphael, que chama atenção porém para o cuidado no uso de reservas de emergência no pagamento do imposto. “Já em relação à reserva, é bom ter cuidado. Pode ser tentador usar a reserva para pagar a dívida e se livrar, mas isso pode ser uma dor de cabeça se acontecer algum problema alguns meses depois e a pessoa acabar se endividando. Se só tiver a reserva, é melhor se prevenir e parcelar mesmo”, elucida.
A assessoria de comunicação da secretaria da fazenda do estado da Bahia, reafirmou que não houve mudança na alíquota do IPVA, nem na forma de cálculo. O imposto é calculado de acordo com o valor de mercado do veículo, obtido conforme a tabela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. E o estado da Bahia oferece isenção do IPVA para veículos elétricos e para pessoas com deficiência.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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